Diário - Vierkenes

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30/3/2020, 23:15
Fala Vierkenes, parabéns pela marca. Durante esses 4 anos de fórum, você não desistiu e aprender bastante com seus erros. Muito legal ter conseguido a marca de 90 dias, mas lembre-se, voltar a ver pornografia não é uma opção. Outro dia você comentou que seu cérebro estava tentando te deixar pra baixo, com pensamentos ruins sobre você mesmo e num outro dia você comentou que cortar os pensamentos logo na hora quando eles nos tentam levar à PMO é fundamental. Concordo plenamente contigo amigo... o ideal é cortarmos e ignorarmos tais pensamentos quando eles surgem, senão podemos nos dar mal... sejam pensamentos ruins sobre nós mesmos ou aquelas racionalizações tentando nos levar de volta à PMO. É importante não "brigarmos" com tais pensamentos, pois ao fazer isso, é como se estivéssemos alimentando eles. Eu vejo que o ideal é simplesmente ignorarmos tais pensamentos quando eles surgem e buscarmos algo para nos ocupar, assim as coisas ficam mais favoráveis, sendo que com o tempo vamos ficando mais espertos quanto a isso também. Enfim, vida que segue. Abraços e tudo de bom.

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A dor da disciplina é muito menor que a dor do arrependimento.

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30/3/2020, 23:18
Ah, e as imagens comemorativas que o Toguro costumava postar, são essas: http://www.comoparar.com/t3600-300-dias-de-reboot-novo-tempo-nova-vida#71895

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31/3/2020, 00:39
Você me parece muito mais animado e motivado em comparação aos posts anteriores de só um mês atrás, parabéns!! Continue na luta.

Você parou de beber, certo? O álcool afeta o sistema límbico (das emoções) e te deixa mais propenso à variação de humor. Definitivamente não estava te fazendo bem.

Vou começar a acompanhar sua história mais de perto. Forte abraço!
Aliócha
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Diário - Vierkenes - Página 28 Empty Re: Diário - Vierkenes

1/4/2020, 13:04
Vencedor1989, obrigado pela mensagem. Antes desses 90 dias, eu tinha conseguido uma marca de 85 dias, mas não estava tão firme. Vejo que a evolução no reboot é progressiva: o cara fica 20 dias, cai, depois fica 40, etc. Daí percebo que é muito importante valorizar cada pequena vitória, mesmo de poucos dias, pois são elas somadas que nos levam ao sucesso. Sobre esse lance do pensamento, creio que muito melhor do que ignorar é substituir por um padrão oposto. Isso é muito mais efetivo. Tá se achando um merda? Mude o padrão do pensamento. Sempre tem um lado positivo das coisas. Todo mundo tem coisas boas e ruins. Quando nosso pensamento tá focado nas nossas falhas e defeitos, devemos nos lembrar de nossas qualidades e aspectos positivos. Todo mundo, sem excessão, tem algo de muito bom e bonito dentro de si.

Isso sem dúvidas é um exercício. Deve ser treinado, pra ficar esperto. Com o tempo, vamos evoluindo, como tudo na vida.

Texugovoador: obrigado pelo fortalecimento no meu diário.

Sobre o alcool, sim, diminui uns 80%. a 90%. Eu não sou um alcoólatra grave, daqueles do tipo "se eu beber uma gota de álcool, corro risco de vida". Tem gente que é assim, mas eu não cheguei nesse nível. Melhorei bastante depois de uns tratamentos com ervas. Mas quase não tô bebendo, de fato. Vou continuar assim, hehe.

Dia 94 do reboot.

Segue o jogo.

No site do Steve Pavlina, que indiquei em uns posts anteriores, encontrei uma ferramenta muito útil, a qual estou usando no momento.

Ele chama de "desafio dos 30 dias"

Consiste em escolher um hábito ou rotina qualquer, e fazer isso todos os dias por 30 dias.

É como se fosse um período de teste. Depois dos 30 dias, a pessoa pode não ter gostado da rotina e simplesmente esquece-la. Ou então continuar com a prática. Depois de 30 dias, vai ser muito mais fácil continuar e levar adiante de forma firme.

É importante que seja algo que seja possível, efetivamente, de fazer todos os dias. Isso é muito importante.

30 dias, todos os dias, é um tempo razoável pra ver como a coisa funciona. Incorporar um pouco o hábito ao cérebro. E também colher algum benefício, mesmo que tímido.

O hábito que escolhi foram os exercícios físicos. Como é algo que desejo profundamente, acho que vai ser fácil pra mim seguir esse desafio. Estou com toda a motivação possivel. Já bolei minha rotina de treino. Estou no dia 5. Eu vou fazer todos os dias, sem falta - afinal, é o desafio dos 30 dias! Depois posso até maneirar se for o caso, mas até lá, foco total.

Ontem, durante minha sessão de calistenia, notei claramente uma mudança na minha mentalidade.

Antigamente eu fazia 10 flexões e pensava: "chega, não da mais". Ontem eu fiz 10 flexões e pensei: "vamos lá, eu fiz 10, consigo fazer mais duas!".

Acho que eu não gostava de desafios e sempre desistia rápido. Mas o Reboot me fortaleceu. Me mostrou que eu posso muito mais do que eu achava que podia. Me fez sentir prazer pelo desafio. Em superar a mim mesmo.

Esporte e treinos físicos são bons por isso. De uma forma ou de outra, sempre acaba elevando a perspectiva da pessoa sobre ela mesma. Isso, claro, pra quem segue na prática e não desiste logo no início.

Notei também que minha postura mudou. Eu estou, naturalmente, andando mais reto.

Bom, eu não tenho ereções faz algum tempo. Na verdade, acho que o ideal é se desligar completamente disso, esquecer que o pênis existe. Será uma flatline, em pleno dia 94? Resolvi me testar um pouco, pensei em algo excitante e fiquei ereto - mas eu to bem tranquilo, na verdade.

Pra minha surpresa,vi que meu pênis engrossou bastante! E tá maior também! Caras, acho que eu nunca tinha visto meu pênis desse jeito. Maior e mais grosso do que todas as outras vezes que tinha olhado, durante o reboot.

Sabem, eu achava que com essa quantidade de dias eu iria estar explodindo de tesão e pronto pra dar em cima da primeira mulher que desse mole. Mas não estou me sentindo assim, ainda. Bom, tudo bem. Eu acredito firmemente que uma hora isso vai acontecer. Eu quero muito que isso aconteça, na verdade! Mas cada um é cada um. Cada um com sua energia e com seu tempo.

Sigo animadíssimo com o hard mode. Sem dúvidas, quem segue no hard mode colhe alguns benefícios extras que quem se masturba não alcança. Agora entrei pro clube.

Ainda estou a pouco tempo sem me masturbar, mas já noto uma diferença.

Estou com mais energia e disposicao. A força espiritual está crescendo.

Enquanto isso vou queimando energia com os exercícios. Quando a energia aumenta,a gente tem que ter a sabedoria de usa-la do jeito certo. Se não a coisa complica.

Uma coisa que notei é que estou tendo dificuldade pra dormir. E também estou dormindo menos. Bastante ansioso também. Não sei se isso tem a ver com o reboot. Estou me sentindo acelerado. Preciso de alguma prática que me desacelere.

Tudo isso me fez pensar que ainda tenho muitos benefícios pra colher do reboot. Todas essas coisas que descrevi acima com certeza vão se intensificar nos próximos dias. Relatei só o início de tudo.

Importante pra mim agora é: procurar meios de expressar essa energia crescente em mim. Vou voltar a escrever - algo que gosto muito e que tinha deixado de lado. É uma forma de me sentir potente também.

Tenham confiança e nao duvidem nem por um momento que as coisas estão se encaminhando pro lado certo. Claro que é difícil entender isso quando se está na pior, mas podem acreditar que depois do tormento do inferno e do teste de nossa bravura e coragem, o que nos espera é o pódio.

Um abraço pra quem acompanha.

Bom reboot pra todos.

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Aliócha
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Diário - Vierkenes - Página 28 Empty Re: Diário - Vierkenes

3/4/2020, 01:46
Dia 96 do reboot

É um pouco estranho, mas algumas vezes sinto como se tivesse no dia 0.

A compulsão em si praticamente desapareceu, isso é muito bom. A questão daqui pra frente parece ser muito mais mental mesmo, do que um vício sobre o qual não tenho controle nenhum. Mas a mente é algo complicado. Muitas vezes é nossa pior inimiga. E temo constantemente que ela me jogue no buraco de novo.

Estou me sentindo estranho. As vezes estou muito bem e otimista, outras vezes estou o contrário disso.

Um problema muito antigo tem me atormentado bastante: a frustração sexual. Se deixei de ser escravo da P, permaneço escravo da frustração sexual. Agora, nesse momento, me sinto péssimo. A sensação que tenho é de que vivo num ringue de boxe, e que meu oponente é a frustração sexual. As vezes estou mais forte e consigo me sair bem na luta. Outras vezes sou nocauteado, daí os maus pensamentos invadem minha mente, tenho atitudes que demonstram o pior de mim, bebo, etc. Mas acho que o pior mesmo é a tensão que a sensação de estar o tempo todo lutando contra isso causa.

Complicado. Se falo disso aqui, é porque acredito que isso está diretamente relacionado a minha recuperação do vício.

Aliás, não se iludam com os 90 dias. Talvez atingir os 90 dias seja a parte mais difícil, mas estar a 90 dias longe ou sentir que a compulsão desapareceu não significa vitória plena. A vida tem muitos momentos. De repente a situação pode piorar muito...e aí, quem se garante? É muito mais fácil se manter limpo quando a situação está tranquila, do que no meio da turbulência. Vitorioso mesmo é o que passa por qualquer situação e se mantém absolutamente firme. Pode demorar muito tempo pra se chegar nesse estado.

Bom, ontem fui testado com uma situação que me ocorreu. O padrão do meu pensamento abaixou imediatamente. Eu ainda tive tempo de considerar: "é melhor pegar uma corrida de 30 minutos, tudo isso vai voar depois disso". A outra parte de mim dizia: "vai se foder, vamos beber nessa porra! Não aguento mais essa merda!". Como tava oprimido e sentindo um pouco falta dos amigos, resolvi visitar dois deles,mas não os encontrei. Aí me senti ainda mais frustrado, pelo fato de que estou morando com um casal e interagindo só com eles - vou falar disso adiante. A opção da cerveja ganhou. Comprei umas cervejas, uns salgadinhos e fiquei bebendo na calçada sozinho. Tinha um tempo que eu não fazia isso, e ao mesmo tempo é uma prática que me recorda tempos sombrios. Felizmente, isso tem acontecido cada vez menos, o que é prova do meu progresso.

Daí fui pra casa. Cheguei lá meio alcoolizado. Olhei pra eles dois e repentinamente me perguntei: "porque tô morando com um casal?".

Amigos, isso não tem a ver com o reboot. São problemas psicologicos de infância que me trazem grande sofrimento. Quem lê sabe que eu não pego ninguém, nunca (isso é um padrão mental que eu tenho que mudar). Mas além disso, parece que estou me tornando um pouco paranóico e avesso a outros casais. Sinto que minha mente tá ficando um pouco obsessiva com dois pensamentos; frustração sexual - "tenho 30 anos e não sei o que é sexo" - e ver ou estar com outros casais - "um homem e uma mulher se beijando, isso é normal pra eles, mas pra mim é uma ferida aberta que só sangra".

Sei que isso foge um pouco do reboot, mas quis desabafar sobre isso.

Daí que eu fui grosso com minha amiga, muito grosso. Ela não falou nada na hora. Pensei em ir embora morar só, mas eu fiquei com medo da solidão nesse período de quarentena. Querendo ou não, eles são uma companhia pra mim.

Ontem eu pensei ter ouvido gemidos na madrugada (a casa é bem grande). Não consegui dormir e fiquei imaginando coisas na mente. Depois de um tempo eu pensei: "isso não é eles transando, isso é loucura e paranóia de minha cabeça". Fui pra porta do quarto deles e adivinha? Não ouvi nada.

Espero um dia ser uma pessoa normal e me livrar dessas coisas. Vou permanecer com eles, pois acredito que estaria pior sozinho. Assim que passar essa crise toda, eu caio fora.

Estou sem dormi direito a varios dias. Isso tá me deixando desequilibrado.

Muitas vezes penso que deveria deixar o tema da pornografia no passado. Eu ainda me culpo as vezes por tudo. Eu definitivamente não completei meu processo.

Agora a pouco, rolando na cama sem conseguir dormir, depois de um dia de ressaca e horas e mais horas no celular hoje, me veio imagens de P na cabeça - foi isso que me trouxe aqui.

Como o padrão do meu pensamento tá muito baixo, eu pensei: "fulana - atriz pornô - é muito gostosa, puta que pariu! Que delícia de boceta!".

Muito me surpreendeu eu ter esse tipo de pensamento a essa altura do campeonato.

E me lembrei - mais do que isso: fantasiei - com alguns dos vídeos que eu assistia. Fiquei ereto. Como tava atormentado e sem conseguir dormir, achei que bater uma seria a solução pra dormir. Sem pensar em porn! Queria só uma ajuda pra dormir mesmo! Aí mudei o pensamento pra unica mulher com quem transei na vida, a tal ex. Senti como se as lembranças das transas com ela estivessem distante. Faz uns 2 anos e meio quase e nunca mais soube o que é fazer sexo. Quando percebi isso, me senti ainda mais frustrado. Pensei: "porra, eu nem tenho lembrança de sexo pra fantasiar. Tudo que eu sei, vi e vivi sobre sexo veio da pornografia! Isso é ridiculo! Que se fodam essas mulheres que nunca vi na vida!"

Quero muito seguir no hard mode, e pra isso tenho muito o que aprender na arte. Se masturbar NÃO é opção pra mim. Eu vou colher desse néctar, custe o que custar.

Sei que me senti um pouco fragilizado com tudo isso.

Tá meio foda. Preciso me curar dessas coisas. Ainda bem que eu to "calejado" nisso e, por mais que isso tenha parecido um risco de queda, eu estava no controle o tempo todo.

Mas aí eu percebi que situações mais extremas poderiam facilmente me derrubar. Não foi o caso, mas me bateu um pouco de paranóia de acontecer alguma coisa.

Amanhã retomo imediatamente a rotina de exercícios que estava mantendo. Quero, inclusive, pegar mais pesado, quero ficar com o corpo quebrado mesmo!

Preciso urgente regularizar o sono. Tá foda. Tomar uns chás e evitar celular na parte da noite.

Em relação as minhas paranoias, infelizmente não tenho muito o que fazer. Estou pensando em me manter mais distante deles aqui em casa e focar em projetos pessoais - que envolvem escrita. Espero que isso me de satisfação.

Pretendo também começar o curso auto guiado do recovery nation. A vida me deu como oportunidade fazer um pós doutorado em vícios. Não na academia, mas fora dela. Me interessa aprender o máximo que eu puder sobre isso.

Outra coisa. Vou tentar fazer um post por dia em outros diários aqui no fórum, e tirar um pouco o foco do meu. Acredito que isso vai me ajudar muito. Apesar dos problemas, eu estou indo muito bem, acredito. Tem gente precisando muito mais de ajuda e apoio do que eu, nesse momento.

Espero que tenha ajudado alguém de algum modo, nos meus últimos posts.

Bom reboot pra todos!

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Diário - Vierkenes - Página 28 Empty Re: Diário - Vierkenes

3/4/2020, 08:54
vierkenes escreveu:Dia 96 do reboot

É um pouco estranho, mas algumas vezes sinto como se tivesse no dia 0.

A compulsão em si praticamente desapareceu, isso é muito bom. A questão daqui pra frente parece ser muito mais mental mesmo, do que um vício sobre o qual não tenho controle nenhum. Mas a mente é algo complicado. Muitas vezes é nossa pior inimiga. E temo constantemente que ela me jogue no buraco de novo.

Estou me sentindo estranho. As vezes estou muito bem e otimista, outras vezes estou o contrário disso.

Um problema muito antigo tem me atormentado bastante: a frustração sexual. Se deixei de ser escravo da P, permaneço escravo da frustração sexual. Agora, nesse momento, me sinto péssimo. A sensação que tenho é de que vivo num ringue de boxe, e que meu oponente é a frustração sexual. As vezes estou mais forte e consigo me sair bem na luta. Outras vezes sou nocauteado, daí os maus pensamentos invadem minha mente, tenho atitudes que demonstram o pior de mim, bebo, etc. Mas acho que o pior mesmo é a tensão que a sensação de estar o tempo todo lutando contra isso causa.

Complicado. Se falo disso aqui, é porque acredito que isso está diretamente relacionado a minha recuperação do vício.

Aliás, não se iludam com os 90 dias. Talvez atingir os 90 dias seja a parte mais difícil, mas estar a 90 dias longe ou sentir que a compulsão desapareceu não significa vitória plena. A vida tem muitos momentos. De repente a situação pode piorar muito...e aí, quem se garante? É muito mais fácil se manter limpo quando a situação está tranquila, do que no meio da turbulência. Vitorioso mesmo é o que passa por qualquer situação e se mantém absolutamente firme. Pode demorar muito tempo pra se chegar nesse estado.

Bom, ontem fui testado com uma situação que me ocorreu. O padrão do meu pensamento abaixou imediatamente. Eu ainda tive tempo de considerar: "é melhor pegar uma corrida de 30 minutos, tudo isso vai voar depois disso". A outra parte de mim dizia: "vai se foder, vamos beber nessa porra! Não aguento mais essa merda!". Como tava oprimido e sentindo um pouco falta dos amigos, resolvi visitar dois deles,mas não os encontrei. Aí me senti ainda mais frustrado, pelo fato de que estou morando com um casal e interagindo só com eles - vou falar disso adiante. A opção da cerveja ganhou. Comprei umas cervejas, uns salgadinhos e fiquei bebendo na calçada sozinho. Tinha um tempo que eu não fazia isso, e ao mesmo tempo é uma prática que me recorda tempos sombrios. Felizmente, isso tem acontecido cada vez menos, o que é prova do meu progresso.

Daí fui pra casa. Cheguei lá meio alcoolizado. Olhei pra eles dois e repentinamente me perguntei: "porque tô morando com um casal?".

Amigos, isso não tem a ver com o reboot. São problemas psicologicos de infância que me trazem grande sofrimento. Quem lê sabe que eu não pego ninguém, nunca (isso é um padrão mental que eu tenho que mudar). Mas além disso, parece que estou me tornando um pouco paranóico e avesso a outros casais. Sinto que minha mente tá ficando um pouco obsessiva com dois pensamentos; frustração sexual - "tenho 30 anos e não sei o que é sexo" - e ver ou estar com outros casais - "um homem e uma mulher se beijando, isso é normal pra eles, mas pra mim é uma ferida aberta que só sangra".

Sei que isso foge um pouco do reboot, mas quis desabafar sobre isso.

Daí que eu fui grosso com minha amiga, muito grosso. Ela não falou nada na hora. Pensei em ir embora morar só, mas eu fiquei com medo da solidão nesse período de quarentena. Querendo ou não, eles são uma companhia pra mim.

Ontem eu pensei ter ouvido gemidos na madrugada (a casa é bem grande). Não consegui dormir e fiquei imaginando coisas na mente. Depois de um tempo eu pensei: "isso não é eles transando, isso é loucura e paranóia de minha cabeça". Fui pra porta do quarto deles e adivinha? Não ouvi nada.

Espero um dia ser uma pessoa normal e me livrar dessas coisas. Vou permanecer com eles, pois acredito que estaria pior sozinho. Assim que passar essa crise toda, eu caio fora.

Estou sem dormi direito a varios dias. Isso tá me deixando desequilibrado.

Muitas vezes penso que deveria deixar o tema da pornografia no passado. Eu ainda me culpo as vezes por tudo. Eu definitivamente não completei meu processo.

Agora a pouco, rolando na cama sem conseguir dormir, depois de um dia de ressaca e horas e mais horas no celular hoje, me veio imagens de P na cabeça - foi isso que me trouxe aqui.

Como o padrão do meu pensamento tá muito baixo, eu pensei: "fulana - atriz pornô - é muito gostosa, puta que pariu! Que delícia de boceta!".

Muito me surpreendeu eu ter esse tipo de pensamento a essa altura do campeonato.

E me lembrei - mais do que isso: fantasiei - com alguns dos vídeos que eu assistia. Fiquei ereto. Como tava atormentado e sem conseguir dormir, achei que bater uma seria a solução pra dormir. Sem pensar em porn! Queria só uma ajuda pra dormir mesmo! Aí mudei o pensamento pra unica mulher com quem transei na vida, a tal ex. Senti como se as lembranças das transas com ela estivessem distante. Faz uns 2 anos e meio quase e nunca mais soube o que é fazer sexo. Quando percebi isso, me senti ainda mais frustrado. Pensei: "porra, eu nem tenho lembrança de sexo pra fantasiar. Tudo que eu sei, vi e vivi sobre sexo veio da pornografia! Isso é ridiculo! Que se fodam essas mulheres que nunca vi na vida!"

Quero muito seguir no hard mode, e pra isso tenho muito o que aprender na arte. Se masturbar NÃO é opção pra mim. Eu vou colher desse néctar, custe o que custar.

Sei que me senti um pouco fragilizado com tudo isso.

Tá meio foda. Preciso me curar dessas coisas. Ainda bem que eu to "calejado" nisso e, por mais que isso tenha parecido um risco de queda, eu estava no controle o tempo todo.

Mas aí eu percebi que situações mais extremas poderiam facilmente me derrubar. Não foi o caso, mas me bateu um pouco de paranóia de acontecer alguma coisa.

Amanhã retomo imediatamente a rotina de exercícios que estava mantendo. Quero, inclusive, pegar mais pesado, quero ficar com o corpo quebrado mesmo!

Preciso urgente regularizar o sono. Tá foda. Tomar uns chás e evitar celular na parte da noite.

Em relação as minhas paranoias, infelizmente não tenho muito o que fazer. Estou pensando em me manter mais distante deles aqui em casa e focar em projetos pessoais - que envolvem escrita. Espero que isso me de satisfação.

Pretendo também começar o curso auto guiado do recovery nation. A vida me deu como oportunidade fazer um pós doutorado em vícios. Não na academia, mas fora dela. Me interessa aprender o máximo que eu puder sobre isso.

Outra coisa. Vou tentar fazer um post por dia em outros diários aqui no fórum, e tirar um pouco o foco do meu. Acredito que isso vai me ajudar muito. Apesar dos problemas, eu estou indo muito bem, acredito. Tem gente precisando muito mais de ajuda e apoio do que eu, nesse momento.

Espero que tenha ajudado alguém de algum modo, nos meus últimos posts.

Bom reboot pra todos!

Fala Vierkenes! Vc é um guerreiro parceiro! Que história em?!
Rapaz, muito bem. Pelo que vi vc ainda tem alguns padrões negativos pra romper, mas poxa, de fato, vc está bem calejado e, muito importante, maduro de saber que todo cuidado é pouco. Em 2016 atingi à marca dos 180 dias sem pmo, mas a soberba e prepotência tomaram conta de mim, e advinha: a queda foi feia. De lá pra cá, o máximo que fiquei foi 30 dias ou mais um pouco.
Criei uma espécie de padrão cíclico, uma quedinha a cada mês. Mas dei um basta agora, com o fórum e o contador estou bem atento. Pq não aproveita esse período para procurar livros, palestras, esses meios todos para tentar romper e superar essa questão da frustração sexual. É a hora, meu amigo. No mais, quero parabenizá-lo, vc é um campeão. Todo o esforço que está fazendo, tu irás colher os frutos, como já devem estar colhendo. Abraço, colega!
MoonWolf
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Diário - Vierkenes - Página 28 Empty Re: Diário - Vierkenes

4/4/2020, 21:58
Fala ai Vierkenes, beleza? Acho que completar os 90 dias é algo a se comemorar. Uma grande vitória que muitos tentam e poucos conseguem. Mas como vc disse os 90 dias não significam o fim da luta.

Comigo tbm foi assim como o Guerreiro de longa data falou. Uma vez consegui uns 120 dias. Mas infelizmente achei que tinha vencido de vez, fui orgulhoso, baixei a guarda, e acabei caindo. Voltando ao ciclo vicioso de não conseguir pegar embalo de novo e engatar mais de alguns dias. Até hoje luto pra conseguir um número grande de dias..Me arrependo muito.

A vida tem altos e baixos mesmo. Uma hora ou outra nos atingem . Mas nunca recorra à PMO por isso. Não acho que deveria voltar mesmo que só na masturbação. Pois eu acho que ela abre a porta para a P tbm. Pelo menos no meu caso eu não consigo separar uma da outra.
Quando você diz "sabe que eu não pego ninguém" é tipo uma afirmação negativa que você tomou pra vc, tá ligado? Mas se está assim agora nao precisa ser assim sempre.
Foca em se tornar um homem melhor. Mantem longe da PMO. Fica trincado. Lê alguma parada. Escreve. Faz as coisas que tu gosta e que te fazem um cara melhor primeiro.
Depois tu sai de casa. Faz alguma atividade que te faça conhecer pessoas novas. Procura interagir com mulheres. Etc.

Resumindo

Procura se tornar uma pessoa melhor e procura sair da inércia, que você acabar ficando com alguem vai ser algo que vai acontecer naturalmente.

Enfim. Não sou muito bom com as palavras mas é isso que eu tenho pra te falar hj irmão. Abraço! Tudo de bom!

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6/4/2020, 00:15
Guerreiro: muito obrigado pelo elogio! De fato, tenho padrões negativos pra romper. Eu sei que várias das coisas eu falei são besteira e que não correspondem ao que de fato sou, mas sempre ocorrem esses momentos em que ficamos pessimistas e as vezes nos entregamos a pensamentos e impressões falsas. A batalha pra não deixar isso crescer é constante. Quanto ao Reboot, me interessa uma recuperação solida e firme. Se depender de mim, ano passado foi a última vez que consumi pornografia na minha vida. Já me despedi e não sinto saudades. Grato pelas palavras!

Moonwolf: realmente, fico muito agradecido por ter colegas mais experientes me alertando das pedras no caminho! Eu tô ligado! Vou fazer um processo sólido, sem pressa. Tendo todo o cuidado e ajeitando minha vida! Quanto ao resto dos conselhos, embora uma parte de mim tema não ser tão simples, eu acredito em você. Realmente vai acontecer naturalmente.

Dia 98 do reboot

Estou tendo dificuldade pra dormir de um tempo pra cá. Não sei o motivo disso.

Poderia aprofundar mais na questão de frustração sexual. A que me refiro com isso? 1)o fato de que o número de relações sexuais que tive/tenho não correspondem ao meu desejo, a minha necessidade de dar e receber calor 2)uma falta mortifera de toque, carinho, partilha de intimidade 3)pensamentos sobre o passado - eu devia ter perdido a virgindade aos 17 anos, te tido umas 3 namoradas e transado mais outras tantas vezes. O item 3 é totalmente ilusório: quem faz o reboot tem que aprender que o passado sombrio é apenas aprendizado pro futuro glorioso. Mas os outros dois itens são muito graves, a meu ver.

Acho muito interessante o fato de como o sentimento de frustração sexual não tem a ver com ter ou não ter sexo. Eu conheço caras que transam regularmente e são muito mais frustrados do que eu. O próprio fórum é um exemplo disso. Com certeza, todo viciado em pornografia é um frustrado sexual, eu não tenho a menor dúvida disso. Acho curioso também como a pornografia afeta igualmente tanto os com mais experiência sexual quanto os sem experiência. Eu disse ali acima que "tudo que vi e vivi sobre sexo veio da pornografia". Ora, isso é igualmente válido pra quem já fez muito sexo na vida! Infelizmente esse é um vicio que começa muito cedo, quando a maioria ainda é virgem. Quando o cara arruma a primeira namorada, o estrago já está feito! Fora que consumir porn pra um viciado é todo dia, enquanto sexo, mesmo se o cara transar muito, tem uma frequência infinitamente menor. O que mais explica o cidadao ter que imaginar cenas pornograficas pra ficar ereto, em pleno ato?

Eu diria que se eu tivesse uma religação sexual mais saudável, eu teria superado isso mais rapidamente. Afinal, como diz o Toguro, paquerar faz parte do processo! Meu caso é mais particular: perder a virgindade aos 28! Absurdamente tarde! E totalmente incoerente com o desejo que eu sempre senti.

Será que a pornografia teria destruído meus hipotéticos relacionamentos do passado? Com certeza. Basta ler os relatos aqui do fórum.

Meu problema é de fundo psicologico. Vejam, a última oportunidade obvia que tive de fazer sexo foi uns 3 meses atrás. Infelizmente minha doença falou mais alto. Eu não achava a mina taaao atraente assim, mas a gente se dava bem, e com certeza teria vivido uns bons momentos com ela. Mas eu travei. E a situação terminou de forma um pouco humilhante pra mim, melhor nem comentar. Eu com certeza teria transado com ela algumas vezes. Será que eu estaria me sentindo assim, frustrado, se tivesse "dado umas" a 3 meses atrás, com ela? É claro que não!

Agora a pouco tava me revirando na cama, pensando nessas coisas. O que eu mais sinto falta não é de orgasmo e penetração, mas de toda a experiência sensorial do sexo. Do tocar o corpo do outro, do ficar nu junto do outro. Minha ex namorada me elogiava muito. Eu gosto demais das preliminares, gosto de tocar/lamber o corpo inteiro de minha parceira. Deixar a coisa bem quente,pra só depois ir pra penetracao. Tenho pouca experiência sexual, mas acredito ser um ótimo amante.

Quando eu fazia sexo, eu também me sentia bem mais vivo. Oras, se sexo é vida, eu estou morto? Brincadeiras a parte, quando eu tinha uma vida sexual ativa - só experimente isso durante 6 meses em 30 anos de vida - eu me sentia, literalmente, muito mais vivo. Mais ânimo. Mais coragem pras coisas. Sorria mais. Maior desenvoltura social. Sensacao de bem estar. O corpo mais solto. Mais relaxado. Sexo é vida, realmente.

Será que estou morto?

Agora a pouco senti muito essa falta. Comecei a fantasiar um pouco as sensações, primeiro com a ex namorada, depois com uma menina que conheço daqui, a qual está viajando, mas que poderia ser - não tenho certeza disso - uma possível amante. Fique sozinho na cama, imaginando que estava fazendo sexo! Me sinto ridículo por isso. Acabei parando uma hora, pois a vontade de se masturbar foi ficando forte. Pensei: "tô sozinho, isso não tem sentido". Parei de me estimular, agora estou ok.

Eu tinha uns 3 preservativos, que usava a mais de 2 anos atrás, com a ex namorada. Eu dei pra minha amiga que mora comigo porque eles venceram esse mês! Isso é triste, hehe. Preservativo que dura 2 ou 3 anos, simplesmente perder a validade na minha mão! Bom, ela vai fazer um bom uso, pelo menos.

Eu comecei a pensar na menina com quem fantasiei. Não a ex, a outra. Ela é mais velha do que eu. Ela gosta bastante de mim. Tem tempo que ela tá viajando, mas ela vai voltar pra cá. Não me lembro de quanto dias de reboot eu tava quando vi ela da última vez. Me recordo que ela demonstrou - de forma gentil e carinhosa - um certo descontentamento com minha insegurança. Lembro também que olhei pro corpo dela em um momento e pensei "meu deus, que delícia. Que peitos!". E garanto aos senhores que isso não teve nada de pornográfico; eu realmente sinto tesão por ela e honestamente, adoraria transar com ela.

O que me deixa feliz é que agora eu estou muito, mas muito melhor do que da última vez que encontrei ela. Eu não tenho certeza se ela faria sexo comigo. Aí só encontrando pessoalmente pra saber. Mas imagino que ela perceberia a diferença. Talvez até me elogiasse.

Bom, a quarentena realmente não tá favorável pra isso, apesar do fato de que estou em uma situação extremamente privilegiada em relação a isso. As fronteiras da cidade estão fechadas, não tem caso confirmado, e só tá aqui quem já morava aqui. Isso abre um pouco o campo de possibilidades.

Bom, realmente acredito que o fator abertura sexual é absolutamente decisivo na minha recuperação. Por isso insisto tanto nessa questão. Quando ocorrer, vai ser exatamente como perder a virgindade de novo, sem exageros!

Comecei, com foco total, o curso do recovery nation. Quem lê inglês, não perca tempo! É extremamente valioso pra quem tá no reboot. Faz toda a diferença!

Quero ler uma lição por dia. Como estou com mais de 90 dias, não estou tão engajado nas primeiras lições. Mas já li algo da mais extrema valia pra mim. Vou tentar resumir.

Basicamente, o autor do site divide o processo em duas partes: recuperação e transição pra uma vida saudável, que seria maturidade emocional pra lidar com a vida real, sem recorrer aos vícios. Isso requer o desenvolvimento de várias habilidades, as quais nos capacitação a ter uma vida plena.

Logo, ele entra na questão dos valores. Ou seja: o que é realmente importante pra mim? O que eu quero ser? Quais valores irão guiar minha conduta?

Durante o período de recuperação, muitas vezes o foco é...na recuperação, óbvio! Mas depois que passamos esse período mais chato, depois que a compulsão já diminuiu bastante, é hora de focar em outras coisas. No nosso propósito de vida! É isso que garante uma recuperação saudável e plena. Ou melhor, uma vida saudável e plena, onde a recuperação vai aos poucos ficando para trás, sendo necessário apenas algumas medidas básicas de manutenção.

Ainda estou lendo, e sempre que der trarei um pouco desse conteúdo pra cá. Mas sobre isso, queria dizer que acredito ter um valor muito vantajoso para os propósitos do reboot: intimidade e pureza sexual!

Minha história de vida me fez valorizar muito isso. É o que há de mais importante pra mim. Na prática, isso significa que farei todo o esforço necessário pra preservar minha energia sexual ao máximo. Muito me interessa experimentar isso com o máximo de força e pureza possível. Não importa se eu vou esperar pouco ou muito. Eu inclusive me interesso por tantra e coisas relacionadas.

Quero que sexo seja algo curativo e 100% positivo pra mim. Não quero que seja algo que me traga preocupação, mal estar, ansiedade. Daí eu não transar com GP e insistir no hard mode.

É claro que esse lance de frustração sexual vai na direção contrária do que eu falei. Paciencia se ainda não entendi os pormenores da arte. Se quero mesmo me dar em plenitude pro outro, não posso estar me sentindo em falta. Mas com o tempo eu vou evoluindo.

De resto, os últimos dias foram meio caóticos e de muita procastinacao. Minha rotina tá bagunçada e tem muita coisa pra resolver em casa.

Devagar a galinha enche o papo.

Bom reboot pra todos!

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6/4/2020, 09:30
Blz Vierkenes,

Parabéns pelos dias alcançados!!!
Cara já acompanho suas publicações há algum tempo e fico feliz pelos que você vem conseguindo e irei comentar aqui sobre como você está agora e dar algumas sugestões, espero que não se incomode. Quem sou eu na fila do pão para dar conselhos. Mas vamos lá.

Vejo que vc fala muito em querer fazer sexo, mas um sexo especial, com alguém de valor que você curta, tenha uma vibe legal... Mas uma mulher de valor procura um cara de valor, então se valoriza!!! Pegue essa energia que vc tem agora e aplica em vc! Faça um esporte pra ficar com um shape legal, melhore o lugar que vc mora, limpando a energia. Aplica num dom que reverta benefícios na sua vida financeira (um curso, trabalho ,uma arte que seja...) Aumente seu valor e quando encontrar alguém que cumpra seus requisitos, vá com calma, nada de querer já conquistar e meter logo, mulher percebe isso. Vá conquistando e se valorizando tbm, não entregue tudo de uma vez. Esqueça o passado, sua ex foi legal, massa, mas tem outras por aí igual ou melhores . Vc só perdeu a virgindade com 28, tá certo que perdeu um tempo, mas você ainda tem mais 30/40 anos pela frente.

Já que vc não quer meter em qualquer uma, GP, etc... Muda esse mindset aí, se não ficar só sem PMO e não buscar mudanças, vai continuar no mesmo ciclo.

Vlw,
Abraços.

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Aliócha
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6/4/2020, 11:36
Caro Rottweiler, com todo o respeito, seus conselhos sao relevantes e muito bons. Fazem todo o sentido.

Porém, sinto que não fui bem compreendido.

Eu sofro de um BLOQUEIO MUITO GRAVE. Não é insegurança. Não é pensar demais nisso. Não é esperar as coisas acontecerem naturalmente. A coisa é mais complicada.

Vamos supor que eu faça tudo isso que você falou. Ok, agreguei valor, sou um cara de respeito, etc. Daí surge uma mulher interessada - não precisa ser o amor da minha vida, nem alguém que eu ame. Eu fiz tudo isso, surgiu a mulher, ambos sentimos desejo um pelo outro, ela é linda e quer transar comigo.

Era isso que eu queria, correto? Isso seria muito bom pra mim, não é? Um alívio de minha frustração, não é óbvio?

Mas eu sofro de um BLOQUEIO MUITO GRAVE, que ME IMPEDIRIA de vivenciar isso. Mesmo com 200 dias de reboot. Mesmo com muito desejo. Mesmo eu com ela num palácio, sozinhos, nas ilhas Maldivas.

Isso já me aconteceu INUMERAS vezes.

É claro, talvez não aconteça assim da próxima, mas fica quase impossível não pensar assim, quando de 20 ou 30 situações, apenas uma única ocorreu diferente.

Como eu sinto que não sou compreendido aqui em relação a esse ponto, eu vou simplesmente parar de falar sobre isso. Nao faz diferença, porque ninguém aqui pode me ajudar com isso. O máximo que podem fazer é dizer pra eu ir pra um psicologo, e só.

Mas os conselhos sao bons, Rottweiler. Importante. Levarei eles comigo.

Grato a todo mundo que acompanha.

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6/4/2020, 12:53
Essa batalha é nossa, e somente nossa. Cada um tem seus monstros pra derrotar. Também tenho os meus.
E vamos vence-los!!!

Força brother.

Abraços.

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6/4/2020, 15:10
Acompanhando seu diário por aqui guerreiro. Muito bom ver sua história e como tem se dedicado para se manter longe de PMO.

Um grande abraço.

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http://www.comoparar.com/t10297-diario-do-paulo-trindade-14-anos-de-luta
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9/4/2020, 02:11
Uma quase queda no dia 101 do reboot.

Vou ser honesto com vocês, mesmo com a sensação de incompreensão (ou será birra e falta de maturidade minha?) que eu tenho aqui no forum. Vou confiar em vocês, afinal, se não fosse esse espaço aqui, talvez eu ainda estivesse nas trevas.

No dia 98 eu fui beber sozinho, mas encontrei uns conhecidos e fui beber com eles. Fumei maconha também.

No dia 99 ficou muito claro que eu simplesmente não vou poder mais entrar nesses esquemas, e que eu não posso nunca mais retornar pro estilo de vida que eu tinha antes. Isso significaria queda.

Senti de modo muito claro a queda da dopamina, e é algo, a meu ver, impossível de resistir. Quando a dopamina cai demais, me sinto zumbi, a motivação desaparece, e os comportamentos compulsivos voltam. Afirmo que é impossível resistir a uma baixa dessa. O cérebro entra em um automático muito louco.

No dia seguinte a essa farra, eu consumi uma quantidade absurda de açúcar. Tinha comprado um pacote de biscoito recheado, depois comprei outro. Parecia que eu nem tava percebendo que tava comendo, tava simplesmente enfiando os biscoitos na boca. Raciocínio zero. Um zumbi mesmo. Me lembrou o auge do meu vício.

Fui na casa de um amigo, e tinha uma menina da cidade lá. Ele ficou com ela durante a quarentena. Isso fez com que meu sentimento de frustração atacasse. Me tornei um adulto completamente incapaz de paquerar, dar em cima de uma mulher ou conseguir sexo. Isso não é tudo, é bem verdade, mas não podemos ser hipócritas: qualquer outro homem ou mulher nessa mesma situação se sentiria frustrado também. Isso simplesmente abala a auto estima da pessoa, não tem jeito.

Eu tenho motivos pra me orgulhar e tudo o mais, sou bom em muitas coisas. Mas tem que ter um equilíbrio. Não consigo dizer: "sou um gênio na minha área, sou o melhor, mas minha vida sexual e afetiva é zero e eu estou ok com isso". Eu já fiz isso muito na adolescência. Não consigo mais mentir pra mim mesmo.

Bom, adiante, pois não quero encher o saco de ninguém com meus problemas particulares.

O grande vilão mesmo foi o abuso de substâncias que zeraram minha dopamina.

De noite, eu tava zumbi e sem conseguir dormir, nem raciocinar. Me masturbei. Senti um grande relaxamento do orgasmo, que era exatamente o que eu queria. Mas pouco tempo depois me masturbei de novo. Não fui dormir. Fiquei fumando cigarro adoidado, de modo totalmente compulsivo. Achei absurdo o modo como eu estava fumando. De novo, me lembrou do meu comportamento no auge do vício em pornografia.

Eu já tive problemas com várias drogas, mas afirmo com segurança que a mais viciante e a que me trouxe mais danos foi a pornografia. Sem dúvidas.

Depois de fumar vários cigarros e tendo consumido uma dose cavalar de açúcar, eu me lembrei disso tudo de vicio, dopamina, etc. E aí decidi: tenho que sair imediatamente dessa. Amanhã vou ter um dia saudável!

No dia 100, ontem, assim que acordei fui fazer trilha. Andei por 1 hora em jejum, tomei banho de rio, depois banho de sol. Fiquei nas pedras, relaxando. Depois comi umas frutas que levei. Maçã e banana. Fui pra casa, me senti cansado e dormi um pouco. Nada mal pra repor as energias e me desligar da energia do vício! O resto do dia passei em casa. Pense em correr, mas desisti. Tava me sentindo bem. Dormi cedo e tudo.

Hoje de manhã fiz a mesma coisa que ontem. Banho de rio e de sol, e depois uma refeição com frutas.

Corri lá pelas 6 da tarde. 30 minutos. Da pro gasto.

Agora de noite comi uma refeição um pouco pesada que o pessoal que mora comigo fez. Não tava muito pra mim, tava tarde, mas eu achei que valia a pena pela partilha. Acabou que não me fez muito bem.

Fiquei no celular assistindo chaves quando repentinamente fui dominado pelos mesmos pensamentos de frustração. Tava me sentindo ok antes disso. Tinha achado que dois dias seguidos de sol e rio, e a corrida de hoje tinham ajudado a entrar nos eixos de novo. Ou talvez não. O fator mental e emocional também pesa muito.

Digitei,do nada, uns nomes de atrizes no spin. Bloqueado. Quando digitei pela segunda vez, pensei "que merda eu tô fazendo?". Acessei o Chrome, que eu achava que tava bloqueado. Senti uma angústia no peito e vontade de chorar, porque eu percebi que eu estava, conscientemente, com vontade de cair. Esse detalhe é importante.

Acessei um site porn me sentindo muito mal, mas ao mesmo tempo convicto de que era aquilo mesmo que eu queria. Fui atrás dos velhos vídeos de sempre. Encontrei um de que gostava muito. E comecei a assistir.

Mas aí veio a grande sacada na minha mente.

Vendo o vídeo, eu pensei: "perai, não é isso que eu quero. Eu não quero ver outros fazendo sexo numa tela. Eu quero é fazer sexo, eu mesmo!"

Pensei, como em uma piada de mau gosto, em como minhas fantasias (e a de muitos aqui, imagino) são sempre do ponto de vista da câmera do porn, ao invés de um ponto de vista real. Tipo, quando vem a imagem de fantasia na minha cabeça, ela nunca vem da perspectiva visual de quem faz sexo, mas sempre da perspectiva visual da camera de um vídeo porno.

Achei isso totalmente ridículo e humilhante. Achei ridículo e humilhante também o fato de que eu mal sei o que é a perspectiva visual de quem faz sexo.

Bom, depois disso fechei tudo e vim postar aqui.

Cheguei a assistir 1 ou 2 minutos do vídeo.

Eu tenho praticamente pânico de cair e retornar pro inferno que era a minha vida com esse vício. Mas por outro lado, talvez esses vídeos já não me atraiam tanto. Eu senti que eu teria que praticamente me forçar a ver pra sentir algo. Vi por 2 minutos e não me excitei. A mentira estava muito clara pros meus olhos.

Mas a lição da baixa de dopamina eu aprendi.

Um cérebro esvaziado disso vai se satisfazer com a primeira coisa que ele ver pela frente. É incontrolável. Penso que essa é a verdadeira situação de risco.

Fora isso, o que percebo é que agora, não é mais a quantidade de dias que importa, mas a profundidade e continuidade das mudanças que devo implementar pra vencer essa batalha.

Bom, vamos que vamos. Mais um dia superado.

Até a próxima.
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Diário - Vierkenes - Página 28 Empty Re: Diário - Vierkenes

9/4/2020, 19:19
Grande Vierkenes, sempre bom ler suas histórias e sua saga. Receba mais uma vez meus desejos de que não ceda às tentações que estão por toda parte. Entendo muito isso que você diz no sentido de não querer e não merecer ver o sexo da perspectiva de uma câmera. Você é um homem, e não merece isso. Nós não merecemos isso. Já vivi sensações semelhantes, entre as quais inveja do sujeito que está ali, e isto é simplesmente desolador para a nossa autoestima.

A pornografia, como se vê, é uma das falsidades mais hediondas que existem também nesse aspecto, buscamos satisfação vendo outras pessoas se satisfazendo; o que fazemos é literalmente, e no pior sentido da expressão, "gozar com o pau dos outros". Pouquíssimas coisas no mundo são tão deprimentes para o caráter de um homem, fingir que se é aquele que está lá sentindo prazer (ou não). Quantas vezes não fiquei naquela: "Como eu queria ser esse homem, como eu queria estar comendo essa gostosa... Será que um dia eu pego uma mulher dessas?..." Malditos tempos.

Da mesma maneira , meu caro, compreendo bem o que você fala sobre frustração sexual, pelo menos em certo aspecto. Caso ainda não o tenha dito, acho bom dizê-lo, para você perceber que não é o único e para muitos terem noção do que a pornografia faz conosco. Também carrego, embora menos que antes, sentimento desse tipo, talvez não necessariamente idêntico ao seu caso, entretanto provavelmente muito semelhante. No meu caso, muito devido a não ter vivido uma juventude socialmente saudável, o que incluiu situações (não) vividas com garotas, as quais impactaram profundamente meu íntimo, inclusive me levando a desenvolver perversas fantasias. Vou superando estes traumas, entretanto são lições que ficam para sempre. Que pelo menos elas nos ensinem.

Forte abraço e siga na batalha.

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11/4/2020, 20:01
Primeiramente, meus agradecimentos a rottweiler, Pedro Trindade e Justiceiro do Sertão. Vocês são meus parceiros de luta. Eu sei que tudo o que queremos aqui é nos ver livre dessa praga, e unidos nesse propósito, somos fortes. Muito obrigado.

Não sei qual dia do reboot, mas é mais de 100.

Vim aqui mais bater o ponto, pois não tenho muitas novidades.

Hoje vi no diário do Il Capo dicas valiosas de sites com informações sobre o vicio. Ele merecia uma condecoração aqui no fórum, por conseguir reunir tanta informação de qualidade sobre esse tema. Infelizmente é quase tudo em inglês. Quem tiver uma base e tiver interesse, se joga, porque vale muito a pena!

Hoje o dia foi desconfortável, pois fiz mudança e as coisas não saíram como previsto. Dormi mal, fiquei ansioso. Acabei escrevendo como válvula de escape. Se eu fizesse isso com mais frequência, com certeza avançaria mais ainda no reboot, seria mais leve, mais feliz comigo mesmo. Essa é uma meta importante.

Também me incomoda o fato de que estou, a bastante tempo, vivendo de forma provisória. De casa em casa. Meus únicos pertences são uma mochila, algumas roupas, uns livros, um colchonete, 2 panelas, 2 pratos, etc. Eu sinto falta de algo mais sólido. Sinto muito a falta de um lar: um lugar que eu me sinta bem, que eu tenha gosto em cuidar, que tenha um toque pessoal, etc.

Esses dias pensei em ficar na cidade que estou até o fim do ano. Me interessa fazer uma pós graduação. Acho que foi uma sábia ideia não engatar a graduação com a pós. Minha graduação não foi muito boa, e em grande parte por causa do vício em porn. Dai tive a oportunidade de ir pra um lugar ótimo, e acabou que estou me curando do vício aqui. Esse lugar é muito mais próximo do meu ideal de vida e dos meus objetivos do que a casa dos meus pais, na capital do meu estado.

Estou me sentindo muito bem no geral, apesar de alguns problemas. Estou, inclusive, me sentindo muito mais apto a desenvolver meus projetos e trabalhar na minha área . Eu acredito que devo isso ao reboot. Afinal, eu tenho certeza absoluta que se estivesse caindo com frequência, eu não estaria tão confiante. Então, sim, isso é efeito do reboot.

Essa crise do vírus adiou os planos de todo mundo. Embora eu esteja em uma situação boa, tô começando a ficar um pouco cansado dessa situação. Tenho é que me dedicar a coisas que posso fazer em casa. E tenho, de fato, muitas possibilidades.

Sinto muita falta de ficar com alguém - a muitos e muitos anos, na verdade. Porém, embora esteja havendo um mínimo de vida social aqui, decidi que é melhor esquecer e ignorar completamente isso por enquanto. Tem gente se dando bem aqui, kkk, mas é excessão. A falta vai vir, mas vou ignorar solenemente. Já suportei ficar 11 anos sem sexo nem beijo na boca, então eu suporto mais uns meses até tudo isso passar. (Se bem que a vida tem umas surpresas e as coisas podem acontecer quando a gente menos espera).

Hoje fiz uma postagem pública em uma rede social alertando sobre os malefícios da pornografia.

Eu não tenho problema em assumir meu vício em público. Quase todos meus amigos próximos sabem disso, e meus familiares também. Pra mim isso é força: sinto que estou sendo claro e honesto, e não tenho nada pra esconder de ninguém. Alem de ser um ótimo meio pra alertar sobre essa praga, em momentos e situações propicias, ou para pessoas desinformadas.

Meu post foi razoável, e teve várias visualizações. Um amigo apareceu pra se colocar contra minhas palavras - eu já esperava isso dele. Bom, cada um é cada um. Mas os danos disso estão mais do que provados.

Acredito que bom mesmo é a pessoa estar informada pra consumir com consciência. Se eu só tivesse acesso a porn aos 18 anos e tivesse acesso a todo o material que tenho hoje, talvez eu nem tivesse entrado nessa.

De modo que meu post foi mais informativo mesmo. Talvez um pouco "sensacionalista", afinal, eu experimentei na pele tudo isso. Eu sei que existem casos menos graves, de pessoas que consomem uma vez por semana, por exemplo, e cujos efeitos negativos não são tão intensos ou dramáticos.

Só acho complicado que é um vício visto como normal, incentivado entre os homens, etc. Espero que nossa geração seja mais consciente com essas coisas, e que a luta anti anti pornografia tenha cada vez mais espaço na mídia e na sociedade.

Isso também é uma pandemia, e sem dúvidas, é um tema que merece ser tratado às claras, sem tabu, nem receio. Muita gente consome essa bosta. Qual o sentido de evitar tocar no assunto?

Pra finalizar, vou voltar a usar papel pra organizar minhas rotinas e metas.

Não desisti do desafio dos 30 dias com exercício físico. É muito mais difícil do que eu imaginava. O cérebro é foda, ele sempre vai nos puxar pra situação cômoda. Isso é um verdadeiro teste de resistência, força e controle mental. Como é algo que muito me interessa, não vou desistir. Cai 7 vezes, levanto 8. Importante é não desistir.

Tenho como meta pessoal pro reboot, 180 dias. Talvez lá eu escreva uma história de sucesso. E poderei avaliar bem como estou, minha resistência, o nível de mudança real e efetiva na minha vida.

Comecei também a ler um livro de literatura, um Dostoiévski. Talvez me tire do foco que eu estava antes - leituras religiosas e o curso do recovery nation. Vou tentar conciliar os dois.

No mais, tudo tranquilo.

Bom reboot pra todos e até a próxima!

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Diário - Vierkenes - Página 28 Empty Re: Diário - Vierkenes

11/4/2020, 21:03
vierkenes escreveu:Dia 96 do reboot

É um pouco estranho, mas algumas vezes sinto como se tivesse no dia 0.

A compulsão em si praticamente desapareceu, isso é muito bom. A questão daqui pra frente parece ser muito mais mental mesmo, do que um vício sobre o qual não tenho controle nenhum. Mas a mente é algo complicado. Muitas vezes é nossa pior inimiga. E temo constantemente que ela me jogue no buraco de novo.

Estou me sentindo estranho. As vezes estou muito bem e otimista, outras vezes estou o contrário disso.

Um problema muito antigo tem me atormentado bastante: a frustração sexual. Se deixei de ser escravo da P, permaneço escravo da frustração sexual. Agora, nesse momento, me sinto péssimo. A sensação que tenho é de que vivo num ringue de boxe, e que meu oponente é a frustração sexual. As vezes estou mais forte e consigo me sair bem na luta. Outras vezes sou nocauteado, daí os maus pensamentos invadem minha mente, tenho atitudes que demonstram o pior de mim, bebo, etc. Mas acho que o pior mesmo é a tensão que a sensação de estar o tempo todo lutando contra isso causa.

Complicado. Se falo disso aqui, é porque acredito que isso está diretamente relacionado a minha recuperação do vício.

Aliás, não se iludam com os 90 dias. Talvez atingir os 90 dias seja a parte mais difícil, mas estar a 90 dias longe ou sentir que a compulsão desapareceu não significa vitória plena. A vida tem muitos momentos. De repente a situação pode piorar muito...e aí, quem se garante? É muito mais fácil se manter limpo quando a situação está tranquila, do que no meio da turbulência. Vitorioso mesmo é o que passa por qualquer situação e se mantém absolutamente firme. Pode demorar muito tempo pra se chegar nesse estado.

Bom, ontem fui testado com uma situação que me ocorreu. O padrão do meu pensamento abaixou imediatamente. Eu ainda tive tempo de considerar: "é melhor pegar uma corrida de 30 minutos, tudo isso vai voar depois disso". A outra parte de mim dizia: "vai se foder, vamos beber nessa porra! Não aguento mais essa merda!". Como tava oprimido e sentindo um pouco falta dos amigos, resolvi visitar dois deles,mas não os encontrei. Aí me senti ainda mais frustrado, pelo fato de que estou morando com um casal e interagindo só com eles - vou falar disso adiante. A opção da cerveja ganhou. Comprei umas cervejas, uns salgadinhos e fiquei bebendo na calçada sozinho. Tinha um tempo que eu não fazia isso, e ao mesmo tempo é uma prática que me recorda tempos sombrios. Felizmente, isso tem acontecido cada vez menos, o que é prova do meu progresso.

Daí fui pra casa. Cheguei lá meio alcoolizado. Olhei pra eles dois e repentinamente me perguntei: "porque tô morando com um casal?".

Amigos, isso não tem a ver com o reboot. São problemas psicologicos de infância que me trazem grande sofrimento. Quem lê sabe que eu não pego ninguém, nunca (isso é um padrão mental que eu tenho que mudar). Mas além disso, parece que estou me tornando um pouco paranóico e avesso a outros casais. Sinto que minha mente tá ficando um pouco obsessiva com dois pensamentos; frustração sexual - "tenho 30 anos e não sei o que é sexo" - e ver ou estar com outros casais - "um homem e uma mulher se beijando, isso é normal pra eles, mas pra mim é uma ferida aberta que só sangra".

Sei que isso foge um pouco do reboot, mas quis desabafar sobre isso.

Daí que eu fui grosso com minha amiga, muito grosso. Ela não falou nada na hora. Pensei em ir embora morar só, mas eu fiquei com medo da solidão nesse período de quarentena. Querendo ou não, eles são uma companhia pra mim.

Ontem eu pensei ter ouvido gemidos na madrugada (a casa é bem grande). Não consegui dormir e fiquei imaginando coisas na mente. Depois de um tempo eu pensei: "isso não é eles transando, isso é loucura e paranóia de minha cabeça". Fui pra porta do quarto deles e adivinha? Não ouvi nada.

Espero um dia ser uma pessoa normal e me livrar dessas coisas. Vou permanecer com eles, pois acredito que estaria pior sozinho. Assim que passar essa crise toda, eu caio fora.

Estou sem dormi direito a varios dias. Isso tá me deixando desequilibrado.

Muitas vezes penso que deveria deixar o tema da pornografia no passado. Eu ainda me culpo as vezes por tudo. Eu definitivamente não completei meu processo.

Agora a pouco, rolando na cama sem conseguir dormir, depois de um dia de ressaca e horas e mais horas no celular hoje, me veio imagens de P na cabeça - foi isso que me trouxe aqui.

Como o padrão do meu pensamento tá muito baixo, eu pensei: "fulana - atriz pornô - é muito gostosa, puta que pariu! Que delícia de boceta!".

Muito me surpreendeu eu ter esse tipo de pensamento a essa altura do campeonato.

E me lembrei - mais do que isso: fantasiei - com alguns dos vídeos que eu assistia. Fiquei ereto. Como tava atormentado e sem conseguir dormir, achei que bater uma seria a solução pra dormir. Sem pensar em porn! Queria só uma ajuda pra dormir mesmo! Aí mudei o pensamento pra unica mulher com quem transei na vida, a tal ex. Senti como se as lembranças das transas com ela estivessem distante. Faz uns 2 anos e meio quase e nunca mais soube o que é fazer sexo. Quando percebi isso, me senti ainda mais frustrado. Pensei: "porra, eu nem tenho lembrança de sexo pra fantasiar. Tudo que eu sei, vi e vivi sobre sexo veio da pornografia! Isso é ridiculo! Que se fodam essas mulheres que nunca vi na vida!"

Quero muito seguir no hard mode, e pra isso tenho muito o que aprender na arte. Se masturbar NÃO é opção pra mim. Eu vou colher desse néctar, custe o que custar.

Sei que me senti um pouco fragilizado com tudo isso.

Tá meio foda. Preciso me curar dessas coisas. Ainda bem que eu to "calejado" nisso e, por mais que isso tenha parecido um risco de queda, eu estava no controle o tempo todo.

Mas aí eu percebi que situações mais extremas poderiam facilmente me derrubar. Não foi o caso, mas me bateu um pouco de paranóia de acontecer alguma coisa.

Amanhã retomo imediatamente a rotina de exercícios que estava mantendo. Quero, inclusive, pegar mais pesado, quero ficar com o corpo quebrado mesmo!

Preciso urgente regularizar o sono. Tá foda. Tomar uns chás e evitar celular na parte da noite.

Em relação as minhas paranoias, infelizmente não tenho muito o que fazer. Estou pensando em me manter mais distante deles aqui em casa e focar em projetos pessoais - que envolvem escrita. Espero que isso me de satisfação.

Pretendo também começar o curso auto guiado do recovery nation. A vida me deu como oportunidade fazer um pós doutorado em vícios. Não na academia, mas fora dela. Me interessa aprender o máximo que eu puder sobre isso.

Outra coisa. Vou tentar fazer um post por dia em outros diários aqui no fórum, e tirar um pouco o foco do meu. Acredito que isso vai me ajudar muito. Apesar dos problemas, eu estou indo muito bem, acredito. Tem gente precisando muito mais de ajuda e apoio do que eu, nesse momento.

Espero que tenha ajudado alguém de algum modo, nos meus últimos posts.

Bom reboot pra todos!


Boa noite, Vierkness!

Tudo beleza, camarada?

Primeiramente, parabéns por manter-se firme no propósito do Reboot. Não é uma jornada fácil. E também parabéns pela jornada de autoconhecimento que você está empreendendo.

Em relação à sua dificuldade em relacionar-se com as mulheres, tente entender o motivo. Te conto que hoje não é tão incomum assim encontrar um homem de 30 anos ainda virgem, e, no mais, acho que você nem deveria se cobrar por isso. É uma questão pessoal sua, entende? Agora, se te incomoda e você não consegue progredir sozinho, ou seja, romper o gelo ao se aproximar das garotas, penso que você deveria procurar ajuda profissional de um psicólogo especializado em sexualidade.

Eu havia problema de me relacionar também, apesar de ter tido minha primeira relação sexual aos 21 anos, precisei de ajuda profissional para conseguir me relacionar melhor com as mulheres. É uma habilidade social que você precisa aprender, e só se aprende praticando. Para isso, você precisar perder o receio de se expor às oportunidades.

Abraços.


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Aliócha
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Diário - Vierkenes - Página 28 Empty Re: Diário - Vierkenes

14/4/2020, 22:21
Uma queda no dia 108 do reboot.

Aconteceu rápido. Acessei o navegador que tava desbloqueado, entrei num site qualquer, abri o primeiro vídeo que me atraiu e consumei o ato. Bem rápido.

Antes disso, eu coloquei a cor no celular. Eu estava usando o celular na configuração escala de cinza. Recomendo MUITO, pois diminui absurdamente o interesse pela tela e pelo dispositivo. Consumir porn em preto e branco e sem som faz pouco sentido.

Eu poderia falar muitas coisas, mas não quero me alongar muito.

Essa queda foi um "lapso".

Nesses 108 dias a compulsão tinha desaparecido e eu NAO VOU PERMITIR NUNCA que meu cérebro volte a ser refém disso.

Não vai ter segunda vez.

Medidas imediatas:

1) bloquear o navegador
2) não beber álcool (tarefa não muito fácil pra mim)
3) fazer o curso auto guiado do recovery nation, diariamente
4) recuperar meu sistema dopaminergico

A compulsão por P tinha sumido, mas ainda não consegui fazer com firmeza e estabilidade a transição pra ligações neurais saudáveis.

Insisto em beber álcool, fumar maconha, cigarro e até açúcar por não saber lidar com algumas coisas que me surgem.

Deveria estar fazendo exercício físico (aeróbico e anaeróbico, ambos são fundamentais), tomando banho de sol e de rio, escrevendo, lendo leituras edificantes, comendo muitos alimentos crus, fazendo trilhas na natureza - são as fontes de dopamina as quais costumo recorrer.

Percebo também padrões de comportamento que me atrapalham muito. Falhas de caráter mesmo. Muita sensibilidade ao meio externo. Não sei me impor. Deixo a frustração sexual me dominar. Não consigo me manter na minha individualidade quando moro com outras pessoas, especialmente quando tenho intimidade emocional com elas. Ainda não estou vivendo de forma íntegra. Agora a pouco fumei maconha com um cara horrível, estuprador e tudo. Evidentemente que fui levado a isso pelo vício. Fumar maconha com um sujeito desses não corresponde ao que eu quero pra minha vida.

Tô aqui, sem conseguir respirar de tanto fumar. Vou parar com o porn, mas me matar com o cigarro?

Imaturidade emocional, amigos. Repressões e bloqueios. Falta de contato físico - isso é necessidade básica, e eu não tenho isso de ninguém. Ilusões criadas pela minha mente. Limitações mentais. Enfim.

Não sei o que farei com o contador. Vou contar 21 dias, uma margem de segurança, pra sentir que continuo no embalo dos 108 dias. Sinto que tenho plena capacidade de continuar o processo exatamente a partir desse ponto, não cair mais vezes, e continuar o reboot, com pouquíssimos prejuízos.

A realidade é que, no pós 90 dias, não é a quantidade de dias que importa, mas a força da mudança nos padrões e hábitos. Eu podia estar com 300 dias, mas do que adiantaria se eu não estivesse me esforçando a mínima pra mudar todo esse estilo de vida que me levou pro buraco? Resposta; ia pro buraco da pornografia de novo, sem dó nem piedade.

Na verdade, esse negócio de contar os dias não faz muito sentido pra mim, hoje em dia. Acho que isso cria uma ideia falsa de que temos que chegar a 100, 200 ou 300 dias, quando na verdade a quantidade de dias seria a consequência de outra coisa, esse sim, nosso real foco. Minha meta não deveria ser "180 dias sem consumir porn". Minha meta deveria ser: "regular meu sistema com tais e tais medidas por x dias". Acredito que essa forma de pensar se encaixa mais com um processo de cura, de fim definitivo do vício.

Acho que o negócio mesmo é mudar radicalmente de vida, durante o processo. To aqui a 4 anos e já mudei muita coisa, mas padrões negativos persistem. Ainda bebo pelos mesmos motivos - mesmo que numa quantidade muito menor, o que já demostra um avanço claro.

Eu sei exatamente o que devo fazer. [Vou jogar fora os 20 reais de maconha que comprei?]

Eu estou abalado também, com essa situação de quarentena. Isso vai durar um bom tempo ainda, infelizmente.

Ou a gente se adapta, ou a gente vai rodar!

Pra fechar, o lance do reboot é: queira do fundo do coração e da alma largar a pornografia, e vai dar certo. Acredito que isso é tudo que é necessário pro processo - que pode ser muito lento - andar. O resto é ter paciência.

Vou ficar por aqui.

Bom reboot pra todos!
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Diário - Vierkenes - Página 28 Empty Re: Diário - Vierkenes

15/4/2020, 03:54
Resolvi postar mais contando um pouco de minha vida e de minhas paranóias. Fica como desabafo - não espero ajuda de ninguém com meus problemas particulares.

Ontem fui na casa de um amigo, com minha amiga que mora comigo e o "ficante" dela, um turista que ficou preso na cidade.

Eu já não tava me sentindo muito bem. Fumamos um beck. O cara começou com uns exercícios bem diferentes, com o corpo. Minha mente estava fraca, eu não queria nem tentar. Depois a namorada do cara chegou. Eles começaram a falar de sexo. Imaginem minha cara de merda ao estar no meio de dois casais eles falando de sexo. Eu me senti frustrado pra caralho. Eu ia dormir só, como sempre, pois não tenho amante, namorada nem nada do tipo. Essas coisas nao existem pra min, não fizeram parte da minha vida. E acho que é normal se sentir ferido por isso.

Sai triste - já tava me sentindo triste antes, por outros motivos.

O que o gênio aqui fez? Foi beber. Desregular o sistema dopaminergico. Eu não sei se já bebi muito em minha vida, se sou sensível, se bebo demais, mas o efeito nesse sentido é muito claro. E pra piorar tudo, eu tenho i hábito absolutamente doentio de gostar de beber só. Ora, sabemos que o álcool tem a função de socializar e etc, mas meu negócio é beber só. Isso também me soa meio doentio.

Cheguei em casa, fiquei horas fazendo nada no celular. Em nenhum momento pensei em meus projetos. Não estou conseguindo ser...produtivo nessa quarentena.

Hoje de manhã, acordei muito tarde. Tive um estresse em casa, na verdade, ninharias, mas ninharias muito significativas, pois revelam de modo muito claro minhas falhas de caráter. É muito importante pensar no que temos a aprender com quem está do nosso lado - seja amigo, inimigo, família, namorado ou amante. Acredito que sempre há uma lição pra aprender com cada uma dessas pessoas. Eu ainda não aprendi minha lição com minha amiga. Se eu tivesse aprendido, tenho certeza de que já estaria longe dela.

Sai de casa com péssimos pensamentos. Logo me recriminei: "não posso pensar de forma tão baixa e injusta, tão egoísta. Eu posso até ter esse pensamento, mas eu não concordo realmente com essas coisas". Pensamentos realmente vem ruins. Muito mais fruto de minha fraqueza moral do que de qualquer coisa que ela tenha me feito.

A tarde, sai com eles, mas logo cai fora. Me senti incomodado de sair com um casal. Preferi ficar sozinho. Encontrei um amigo, e ele me ofereceu uma quantidade de maconha pra comprar, eu peguei. Apareceu outro amigo, e ficamos os 3 conversando.

O tema principal da conversa? Sexo!

Um deles falava demais, e eu fiquei achando que muitos homens devem ficar "tirando onda" contando várias histórias. O outro era mais tranquilo. Esse aí, virou pra mim e disse: "é disso que você precisa, vierkenes, transar mais com as minas. Não vejo você pegando ninguém!". A fala dele me feriu, por ser verdadeira, mas senti preocupação e cuidado no tom da fala dele, então acabei concordando (duh!).

Eu me sinto frustrado até mesmo de ler certos relatos aqui no fórum. Muitos fazem o reboot pra se curar da DE. E eu, que durante 2 anos do reboot nem tinha como saber se tinha DE ou outra coisa, por ter 28 anos e ser virgem?

O fato é que vivo afogado emocionalmente.

Eu simplesmente tenho muita coisa dentro de min (incluindo tesão e desejo, mas não só isso) que não consegue sair e fluir. E o que não sai, acaba explodindo por dentro, não tem jeito.

Eu estou caminhando bem na minha cura. Não posso ser injusto. Estou pessimista agora, porque acabei de cair. Mas vai passar. Eu não vou cair de novo.

Vivi do pior modo possível por muitos e muitos anos. Todo dia consumindo pornografia. Bebendo todo dia no mesmo bar, com os malucos, loucos, com caras bem mais velhos que eu, verdadeiros alcoólatras. E nem interagir eu ínteragia. Todo mundo bebia cerveja e conversava, e eu bebia sempre sozinho.

Muitas vezes aparecia uma mulher querendo "esfregar a boceta na minha cara" - perdoem a expressao. Dezenas de vezes. Mulheres muito bonitas e atraentes. Bacanas. Poderia até ter namorado com algumas. E o que eu fazia? Despejava ódio, cinismo e mágoa em cima delas. Era grosso e estupido. E elas não me fizeram nada. Só queriam transar comigo. Entendem agora a minha doença? Tenho 30 anos, e exceto por uma única mulher, todas as outras que se interessam por mim - e olha que foram muitas! - terminaram desse modo.

Fora milhões de constrangimentos que envolvem segurar vela. Já passei por MUITAS situações bizarras e humilhantes envolvendo casais. Se eu for parar pra pensar, algumas me lembram até um genero de porn que eu nunca gostei - cuck. Só que no meu caso, eu nunca senti excitação com isso. Era tomado por uma paralisia e um tipo de "prazer inverso". Ficava paralisado, presenciando a intimidade de outro casal e pensando "ele pode, e eu não. Isso não é pra min. Porque diabos eu ainda tô aqui? Só o barulho do beijo já me faz tremer".

Uma vez eu tinha 20 anos, tava na casa de um amigo, com outro cara. 3 no total. Aí um deles disse que tinha umas amigas pra chamar, e que elas iam pra la. Um deles disse "o que a gente faz com o vierkenes? Ele não pega ninguém. Ele vai atrapalhar a gente. A gente vai comer as minas, ele vai sobrar". Como vocês acham que eu me senti com esse comentário? O tom com que ele falou foi péssimo, mas ele tava falando a verdade. E olha que eram 3 meninas, e nos éramos 3 homens. Eu fui pra casa - pra que ia ficar depois de ouvir um negócio desses, e saber que era a minha realidade? O que fiz em casa? Pornografia! E eles? Os dois acabaram transando com pelo menos duas delas. Fora as putarias, um oral, algo ali e aqui, aventuras que sempre leio aqui no fórum, e que desconheço completamente.

Certa vez uma menina por quem eu era apaixonado tava louca pra transar comigo. Eu devia ter uns 22 anos. Tínhamos uma ótima relação, e sem dúvidas teríamos vivido bons momentos. Tava na casa de um amigo,uma casa de 1 quarto, bem pequena. Eu posso garantir aos senhores que ela tava louca pra transar comigo. E eu tinha um tesão absurdo nela também. Mas mesmo ela encostadinha em mim, dizendo com o olhar e com o corpo "me penetra! Eu quero você dentro de mim! Você é um tesão, você é lindo, um cara maravilhoso", mesmo assim, eu não fui capaz de reagir. Acho que não fui grosso com ela. Meu nível de tensão interna foi ao limite. Eu simplesmente sai, peguei uma cerveja e fui fumar um cigarro. Eu não tava nem conseguindo ficar perto dela. Como ela tinha muita simpatia por mim, ela perguntou o que eu tinha. O que eu ia falar? Se eu tivesse me aberto com ela, teria funcionado, mas não tive coragem de me expor tanto. Ela gostava muito de mim e teria dado certo, mas preferi namorar a garrafa de cerveja....

Sabem o que ela fez? Agarrou um cara que tava do lado, beijou ele e levou ele pro quarto. Vocês acreditam que depois de uns 5 minutos comecei a ouvir eles fazendo sexo? E que eu não tinha como evitar de ouvir isso? Ou melhor, lembro que peguei mais uma cerveja e fui pro lado de fora do apartamento. Bebendo na escada de emergencia, esperando eles terminarem de transar pra entrar de volta.

O que eu fiz quando cheguei em casa? Tome pornografia na mente!

Mais uma história, pra fechar.

Essa eu devia ter uns 24 anos. Sai com uma amiga de quem eu era afim - uma mulher super problemática, por sinal - e um amigo. Fomos pra uma festa. Em vários momentos eu pensei em dar em cima dela, o clima, o lugar e a situação estavam propicios. Eu também já tinha reparado algum sinal positivo da parte dela, ou seja, eu tinha chances. Mas não consegui dar em cima dela, porque meu lado "homem que deseja" nunca existiu, basicamente. Eu desisti da ideia. Aí meu amigo vem falar comigo: "vierkenes, você não vai ficar com ela? Ela tá na sua!". Nem lembro o que respondi, já devia estar bêbado por me sentir 100% incapaz de falar qualquer coisa pra uma mulher que de fato, já estava na minha. Se eu fosse um cara normal, teria transado muito com ela naquele dia. Nisso ele disse: "vou tentar ficar com ela. Você não se importa, né?". Eu disse: "vá". Eles se beijaram. Ficaram juntos e eu fiquei rodando sozinho pela festa, bebendo. Essa festa era num lugar longe, muito ruim pra eu retornar pra casa depois. Tínhamos combinado de dormir na casa dela. Ela tinha dito que teríamos de ficar no quarto, e blá blá blá. Eu tava acabado e só queria dormir, e mais nada. Ao deitar, silencio total, ouvindo só os beijos dos dois. Isso já fazia eu me sentir humilhado e diminuído. Daí eu meio que apaguei, pensei "foda-se se eles tão se beijando, eu vou dormir e que se exploda o resto". Cochilei por um tempo, mas acabei acordando. Quando acordei, vi que....ela tava fazendo um barulhinho. Eles estavam.....transando da forma mais silênciosa possível. Ele tava penetrando ela, comigo do lado! E isso com uma mulher que eu devia estar transando, se não fosse um merda covarde e inútil! Caras, me senti um lixo. Eles disfarçaram. Ela disse: "achei que vc tava dormindo". Peguei minhas coisas, andei absurdos pra conseguir pegar um ônibus, um lugar horrível pra se deslocar. Cheguei em casa e adivinhem? Toma pornografia na cabeça!

Foram MUITAS situações do tipo.

A vida tem outras coisas, é verdade. Mas isso tudo, todas essas experiências que vivi se tornaram um TRAUMA. Algo que me machuca profundamente. E algo que não consegui superar ainda.

Espero que esteja mais claro porque eu falo tanto de frustração sexual. Na minha cabeça, ter vivido desse jeito a vida toda, ter passado por tudo isso, explica parte desses sentimentos.

Tinha mais coisa pra falar, mas deixo pra próxima.

Até a próxima!
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15/4/2020, 12:35
Blz Vierkenes, vlw pelo apoio no meu diário, agradeço. Deixo também meus votos para que retorne logo para o reboot. Ter alcançado tantos dias sem P, já é uma vitória. Cada dia uma pequena vitória.

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15/4/2020, 19:02
Ilustre Vierkenes, seus relatos são profundos, contudo expõem muito bem o sofrimento de um viciado em pornografia. Já conversamos, e me identifico com algumas coisas em sua personalidade e história, apesar de uma ou outra diferença. Por vezes costumo relembrar frustrado, tentando não lembrar, coisas que (não) vivi com garotas, há algumas histórias lá no meu Diário.

Até de baixa autoestima já sofri devido ao vício, embora reconheça, pelas suas palavras, que seu problema soa como algo mais sério, acredito que um negócio bem íntimo e difícil de explicar. Também já me inferiorizei, demorei tempo (e era tarde) para perceber que era sim digno de certas garotas sensacionais que deixei escapar, que quiseram ficar comigo! Mas se for, e complementando, para falar sobre frustração sexual num sentido mais amplo, fique sabendo que somos dois. O que o vício fez comigo, ou melhor, o que eu permiti que o vício me fizesse foi algo que tirou tanto de mim a respeito de bons momentos que ouso afirmar que me sinto quase tão frustrado quanto você. Lamento não poder ajudá-lo assim mais profundamente por suas "subquestões" mais intrínsecas, contudo saiba que de certa forma compreendo aquilo que vive e torço para que seja forte e supere tudo isto com toda a força e o caráter.

Enfim, meu caro, de certa forma te entendo. Só que a frustração que andei carregando, que eu não sei se é mais leve ou mais intensa ou apenas diferente da sua, decorre de situações que não envolviam extremos como estes que você citou, a garota que era para ter sido sua transando com outro literalmente na sua frente. Porém não me deixou de ser doloroso, num dos casos que vivi, ver meninas maravilhosas em vários sentidos, com as quais pude ter tido experiências inesquecíveis, aos beijos calorosos com conhecidos meus após eu travar para ir falar com elas numa festa, e logo depois ainda ter que aturar meu pai, que estava por ali, dizer coisas como "Fulano é o maior pegador, subiu aí agora há pouco com o carro lotado de mulher, sabe-se lá para onde foram...".

Também foram muitas situações desse tipo em minha vida. Lá no meu Diário, ao longo dos relatos e respostas aos colegas, há algumas.

Essa coisa física, do toque, também já me fez sofrer muito, por vezes me masturbava imaginando apenas como seria a sensação de algum tipo de contato físico, como seria o gosto de um beijo, e outras experiências sensoriais que prefiro não descrever e bem pode imaginar. Muitas vezes, ainda bem que isto me parece sob controle, só de ver a imagem de uma mulher bonita, ao vivo ou não, entrava imediatamente a fantasiar no sentido de como seria cada possível experiência física em termos sensoriais caso eu tivesse a oportunidade nem que fosse de dar um abraço nela. Pelo que me lembro, só abracei uma garota, assim a título de cumprimento, de um jeito mais contundente, com quase 16 anos! Era aniversário dela, menina muito bonita e uma das populares da turma; lembro-me de que relutei por minutos, quase chorando, para ir ter com ela, e após a saudação saí tremendo e com o coração quase estourando, além de muito excitado e com os olhos marejados, bizarro misto de emoção, alívio e uma vergonhosa timidez. Por um bom tempo, sempre que me ocorria um cumprimento mais intenso com uma garota, ficava assim, de modo que já me policiava desde minutos antes, coração disparado, quando percebia que alguma ocorrência do tipo estava prestes. Cheguei, nem preciso dizer, a (no mínimo) levar fama de tímido e desajeitado por isso... Pode ter parecido uma experiência gostosa de juventude; entretanto, além de bem expor meu fracasso sexual por conta do vício, no fundo a própria sensação era de um pânico lamentável, uma inferioridade digna de um moleque, enquanto os outros (inclusive uns moleques que eu considerava mais feios e indignos que eu) já namoravam, transavam, enfim, já viviam aquilo com que eu só sabia sonhar fantasiando, sem hombridade para correr atrás.

Todavia, olhemos para frente, tenho esperança de que todos nós podemos recomeçar. Estou na torcida por você.

Grande abraço.

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16/4/2020, 03:37
Rottweiler, muito bom ter mais uma mensagem sua aqui. Grato pelo apoio. Acompanho sempre seu diário!

Justiceiro, vou responder seu post.

Primeiro, muitíssimo obrigado pelas palavras, pois senti verdadeira empatia na sua fala! Sinto que você realmente partilha desse sentimento comigo - embora com todas as suas particularidades.

Acredito que isso é um problema além do vício, mas os danos dessa praga foram extremos também! Me recordo claramente que uma vez encontrei uma menina - pessoa maravilhosa e muito,mas muito gata - que tava afim de mim. A história terminou como sempre, mas o detalhe é que eu tava com a cabeça cheia de porn. Devia ter batido várias com P antes de encontrar ela. E isso interferiu muito no modo como eu tratei ela. Rapaz, eu tratei ela como lixo - você pode imaginar como eu me senti depois. Estava nas mãos do diabo. Devo ter pensado, juro, algo como: "eu não preciso dessa vagabunda, encho a mente de P e pronto". Veja o nível de degeneração moral e espiritual que essa prática causa! É simplesmente o que há de pior! Fora as centenas de situações sociais - festas, encontros, etc - em que eu ia, com a cabeça cheia de porn! Eu já fui um babaca com muitas mulheres. Graças a Deus, nunca abusei de ninguém. Eu era o tipo de babaca inofensivo - falava alguma atrocidade quando alguém se aproximava de mim, e deixava todos quietos, se me deixassem na minha.

Claro, os danos do vício foram muito profundos. Realmente incauculavel e indescritível. Astronômico, eu diria, vendo a partir de hoje!

Enfim, muito me identifiquei com suas palavras. Sou muito grato por ler esse seu depoimento!

Vamos ao posto de hoje.

Que fique registrado: primeira queda de 2020 com 108 dias, no dia 14 de abril.

Outra queda hoje, no dia seguinte.

Sentindo o gostinho da ignorância, da estupidez, da baixeza moral que eu conheci tão bem. Sentindo a mão do diabo no meu ombro. Cai de novo!

Hoje me droguei um monte, como tinha tempo não fazia. Já acordei de manhã fumando um Beck. Em jejum. Acho que passei a manhã toda fumando só cigarro. De tarde comi...um pacote de biscoito. Açúcar!

Em resumo: estou entrando em completo desequilíbrio. Ou ano rápido, de forma enérgica, ou vou cair mais vezes. Eis a verdade, nua e crua.

De tarde fui pra casa de um amigo, que mora com a namorada.

Sabem, parece difícil de acreditar, mas com uma única queda, que foi rápida, eu já senti uma diferença no meu olhar.

Tinha já um tempo que eu estava considerando meu olhar normalizado. Falava com qualquer mulher, seja quem for, normalmente,com o olhar de uma pessoa saudável. Já tava considerando algumas coisas escabrosas como coisa do passado.

Hoje, na casa de meu amigo, com a namorada dele, eu já senti algo diferente no olhar.

Caras, isso é meu maior terror. Acho, honestamente, que se eu entrasse num frenesi de porn e esses olhares fantasiosos retornassem, eu seria capaz de uma medida extrema. Iria me isolar 100%. Iria jogar fora o celular - preciso dele no atual contexto. Iria fugir desesperadamente. Talvez ate tentar me matar.

Eu posso ter vivido anos assim, reconheço. A maior parte de minha vida. Porém, eu não tenho mais a capacidade de tolerar isso. Pra mim, é o que há de mais desonroso nesse planeta. É simplesmente questão de vida ou morte!

Me encontro em uma situação muito vulnerável e delicada no momento. Moro com uma mulher, uma amiga, com a qual tenho intimidade, e que me conhece muito bem. Até nua ela anda aqui - e eu não me importo, realmente não ligo, não sinto desejo por ela, nem me incomodo de ver ela nua. Porque esse é meu verdadeiro eu: um cara livre, que não se importa com essas coisas, que não pensa nem vê nenhum tipo de maldade nisso. Pelo contrário: o que tem de mais natural do que um corpo, seja de homem ou de mulher?

Eu tá estava livre dessa maldade. Mas aí, um deslize. Se tiver outro deslize, a humilhação e a desonra me esperam logo ali. Acho realmente que não seria capaz de lidar com minha realidade, se tivesse um surto de consumo de pornografia. Ia dar merda. Ela ia perceber. Antes disso, eu ja estaria no inferno, julgado por mim mesmo, pelos meus pensamentos. Isso transparece para os outros. O viciado em porn destroi a si mesmo e todas as suas relações mais próximas, seja amigos, família ou namorada.

Mas não é hora de se desesperar.

Importante não se deixar levar pelo desespero.

Meu cérebro está absolutamente desregulado, por Deus.

Não dá pra ficar fumando maconha, bebendo álcool e achar que tá tudo certo. Impossível ficar nessa. Isso é queda certa.

Esse vício é foda, puta que pariu.

Como dá pra perceber pelos meus relatos, eu busco uma cura definitiva. Acredito de verdade nisso, pela completa e radical mudança de vida.

O momento exige medidas extremas.

O Chrome tava bloqueado pelo applock, mas o app falhou. As vezes trava, outras vezes entra! Tive que conferir, pois é uma brecha muito fácil e óbvia, não quero deixar ela aberta. Eu não tenho a senha pro applock! O jeito vai ser baixar outro programa e colocar uma senha qualquer.

Amanhã vou pro mato, ficar um bom tempo lá. Lugares de natureza me dão paz e tranquilidade. Me fortaleco neles. Vou esquecer de tudo e só ouvir o barulho da água...

Eu tinha interrompido o Gita pra ler Dostoievski. Eu gosto muito do autor russo, hehe, mas não é o momento pra ler literatura agora. Eu prefiro me dedicar 100% a leituras de cunho espiritual. Tais leituras me elevam, de fato.

Tá na hora de confiar plenamente em Deus. Sem mais rodeios.

Vamos nos entregar que vai dar tudo certo.

Sem medo do futuro, e de cabeça erguida.

Hoje foi uma farra, me masturbei umas 4 vezes seguidas.

Deixei a maconha em cima da mesa. Minha amiga vai fumar. Ela é mais viciada do que eu.

Amanhã, corrida, no minimo.

Voltando ao dia 0, de novo - mas com 108 dias bem sucedidos, nada mal.

Que Deus tenha piedade de todos nós...

Bom Reboot pra todos!

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Diário - Vierkenes - Página 28 Empty Re: Diário - Vierkenes

18/4/2020, 16:08
Fala Mano!

Como está?

Li minha última postagem no seu diário e eu vi nas minhas próprias palavras que eu mesmo, apesar de estar tentando te ajudar, não estava muito bem. Eu havia recomendado a TCC, sem entender muito bem do que se tratava e da maneira mais errada possível. Acho que fiz um comentário infeliz, insensato, mas tudo bem, eu não estava tão bem naquele momento. Faz parte.

Sobre a TCC, estou fazendo faz uns 4 meses mais ou menos. Tem sido muito bom, estive entrando em contato com muito material bom de psicologia (coisa que me interesso muito, tanto é que estou fazendo um curso na área) e estive descobrindo que padrões e esquemas mentais ruins que possuo muitas outras pessoas também têm e são originados por situações que, apesar de diferentes, quando analisamos mais de perto, trazem as mesmas consequências, apenas diferindo no grau.

Lendo sua situação toda nessa última página do diário e indo completamente contra o que eu havia dito anteriormente, resolver só seu problema com pornografia ainda seria pouco. Você possui marcas profundas de diversas situações que ocorreram na sua vida e agora você luta desesperadamente para conseguir equilíbrio, assim como eu estava fazendo duas semanas atrás, mas mesmo lutando por equilíbrio, você luta de forma desequilibrada, assim como eu.

Durante essas leituras, num determinado momento li algo que você falou que se encaixa exatamente com a descrição de algo que li em um dos livros relacionados à área da TCC (a pessoa, no caso, sofria do mesmo problema que você nesse capítulo). Esse livro trata sobre terapia do esquema, esquemas são modelos mentais que todo mundo constrói e que nos destroem. Pelo o que você falou, aparentemente não teria ninguém na sua cidade que trabalharia com TCC e você também não quer procurar um psicólogo no momento, eu entendo e respeito sua posição. Nesse caso, eu sugeriria que você lesse um livro, se chama "Reinventing your life: The Breakthrough Program to end Negative Behaviour and feel Great Again" do Jeffrey E. Young.

Acho que com algum tempo de leitura, rapidinho você vai se identificar com vários dos problemas citados e construir meios de nomear as suas dores, bem como descobrir maneiras de começar a tratá-las. Não custa nada tentar né!

Abração e boa recuperação!

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Diário - Vierkenes - Página 28 Empty Re: Diário - Vierkenes

21/4/2020, 04:27
Primeiro, a resposta.

Grande Broda! Senti sua falta no fórum!

Então, eu realmente preciso de níveis mais profundos de cura. Acho que estou caminhando bem no combate ao vício, cai com 108 dias, nada mal. Mas pra firmar isso bem, ainda preciso resolver algumas coisas.

Realmente, não quero psicólogo no momento. Fiz psicanálise por mais de 2 anos, foi muito bom e útil, me ajudou muito. Recomendo.

Estamos tratando de padrões muito antigos, da infância até. Condicionamentos de 20 anos ou mais. Não há caminho fácil pra resolver isso. É simplesmente algo muito profundo.

Mas tenho minhas formas de me tratar também. Tive a um tempo atrás uma experiência muito positiva com enteogenos. Não é pra todo mundo, mas pode ter um resultado muito efetivo pra algumas coisas. Preciso de mais disso, mas não tive acesso a medicina.

Ainda bem que sou um cara com certo conhecimento de algumas coisas, e uso isso a meu favor.

Acredito em você, em relação a sugestão do livro. Infelizmente não encontrei em PDF. Será que tem na internet? Se eu tiver acesso, eu leio!

Vamos ao post de hoje.

Cai novamente, dia 20 de abril.

Meu cérebro claramente não foi sequestrado pela P. Foi uma escolha consciente. Digo isso porque eu estava me considerando livre da compulsão e isso é uma benção.

A compulsão ainda não voltou com tudo. Algumas quedas num intervalo de 2 dias não foi suficiente pra me fazer perder todos os benefícios.

Ainda lembro que ontem eu pensei em cair, aí pensei: "fortalecer isso? Não vale a pena". Resisti. Mas cai hoje de novo - com bastante consciência.

Primeiro, não sei vocês, mas esse negócio de pandemia e isolamento abalou meu psicológico. Fez aumentar meu medo e insegurança. Ainda não me adaptei a nova realidade.

Segundo, a "depressão" acabou me pegando. Isso pode ter acontecido por vários motivos. Estou me sentindo triste, desanimado e um pouco agoniado com a situação.

Outra coisa que me estressou muito esses dias foi a completa falta de estabilidade na cidade. Estou vivendo de forma provisória, pulando de casa em casa, com todos os bens numa mochila. Estou sentindo muito falta de encontrar um lugar fixo, enfeitar esse lugar, uma casa boa e tudo o mais. Ainda não consegui isso (tô tentando).

E a famigerada frustração e falta mortífera de toque. Nem vou falar muito porque já deu. Aí só uma medicina poderosa pra resolver isso.

Hoje aconteceu uma coisa bacana.

Vieram dois amigos aqui em casa e ficamos conversando sobre várias coisas. Uma hora a conversa foi pro tema sexo e relacionamentos amorosos. Ambos tinham suas parceiras, e falaram de suas experiências de paixões, de sexo, de relacionamento, etc. Eu me senti muito mal, fique achando que minha história, nesse quesito específico, é muito triste. Isso ainda me causa muita dor. Senti até vontade de beber, ao pensar nisso. Contudo, o clima da conversa tava muito bom. Bem honesto, sem julgamentos, uma verdadeira partilha de experiências. Aprendi muito ouvindo eles. Uma amiga falou que conhece várias mulheres, as vezes mulheres que já tiveram vários parceiros, que nunca tiveram um orgasmo! Fiquei surpreso com isso! Não imaginava uma mulher de 30 anos, que já teve vários namoros e várias transas casuais, não soubesse o que é um orgasmo. Fiquei em choque.

Ouvi outras coisas também. Naquele momento, tudo o que eu ouvia era aprendizado. Eu tava com vontade de contar minha história, mas um pouco envergonhado também. Mas acabei contando. Não mencionei o problema com pornografia - mas se tivesse mencionado, não teria problema. O ambiente estava seguro e saudável.

Recebi respostas muito positivas do meu relato. Me senti incentivado. Alguém me disse que eu não precisava me sentir diferente. Que eu era uma pessoa bacana e bonita. Que as coisas iriam acontecer na hora certa pra mim, etc.

Foi muito bom ter essa conversa. Me senti aliviado e aprendi muito sobre muitas coisas.

Acho que meu crescimento emocional está se tornando muito evidente. Estou caminhando bem.

Pra isso, parar de ver pornografia. Sabemos que a vida retrocede com porn. Não tem porque eu ficar que nem naqueles dias do passado, em que eu era refém e vivia com um cheiro escroto de esperma....

Não, obrigado.

Dia 0, 20/4.

Tô um pouco zoado, mas pronto pra luta.

Nunca irei me contentar com meio termo.

Porn nunca mais. Que venham 100, 200, 300 dias.

Chrome aparentemente bloqueado - os apps tão dando problema.

Mais importante do que isso: como meu cérebro não está refém, o bloqueio é mental mesmo. Vamos que vamos. Isso não vai me dominar de novo. Eu sou mais forte.

Bom reboot pra todos!

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Diário - Vierkenes - Página 28 Empty Re: Diário - Vierkenes

21/4/2020, 10:13
Fala mano!

Bom saber que teve uma boa experiência em uma situação com pessoas falando sobre sexo. Você falando isso me lembrou de mais de uma situação que senti a mesma coisa, onde todo mundo tava contando sobre suas experiências e eu sem muita coisa para adicionar sobre o papo. Mas é interessante isso que você falou, realmente as situações que isso foi desagradável foi quando os caras estavam contando para ficar se exibindo, mas quando a conversa era algo mais íntima e saudável, realmente podia ser tornar um tópico deveras interessante.

Hoje em dia não me sinto mais muito incomodado com essas conversas, antes eu não conseguia desfrutar porque eu achava que as pessoas iriam me perguntar algo, eu iria responder que não tinha experiência e elas iriam zombar de mim. Vivia com medo de dizer que era BV na época que eu era BV e vivia com medo de dizer que era virgem na época que eu de fato era. Isso é muito comum, pra falar a verdade, principalmente entre caras, que costumam muitas vezes ligar seu ego com suas experiências sexuais.

Acho que depende de um amadurecimento bom para não ser afetado por isso, mas é possível. Quando a gente consegue desgrudar o sexo de nosso valor como pessoa, a mudança ocorre, mas isso é bem difícil. Bem, estou falando do meu caso, não sei se o seu é exatamente isso, mas resolvi partilhar, vai que ajuda.

Sobre o livro, minha psicóloga que me enviou o PDF. Se quiser criar um e-mail fake temporário eu te envio ele.

Abração!

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Diário - Vierkenes - Página 28 Empty Re: Diário - Vierkenes

22/4/2020, 13:52
Cai de novo ontem. Vim aqui pra fortalecer meu propósito e partilhar algumas coisas.

Ontem, depois da queda, eu senti de modo muito claro os efeitos comportamentais e psicológicos do vício. Fiquei pensando nisso.

Sabem aquela visita que chega colocando os pés no sofá, muda o canal da televisão e pede logo um aperitivo? Quando você traz o aperitivo, o cara reclama porque você não trouxe a cerveja. Todo mundo ajudando em alguma coisa - cozinhando, varrendo a sala, lavando a louça, - enquanto o cara tá lá na tranquilidade. Quando alguém fala pra ele ajudar em alguma coisa, o cara reclama, se faz de vítima, e não assume responsabilidade nenhuma por nada. É capaz de deixar tudo um lixo, ir embora, e se falarem alguma coisa, ele é capaz de jogar a culpa em outra pessoa!

É mais ou menos assim que vejo o viciado em porn. Alguém despreparado pra vida, ou no mínimo, uma pessoa covarde, vil, preguiçosa, irresponsável, que só pensa nela e em mais ninguém. O vício realmente nós coloca no lixo moral. Nos transformamos em inúteis. Mentirosos. Fracos.

Senti um pouco disso ontem.

Estava em casa totalmente prostrado, bati uma. Me senti um lixo e incapaz. Minha amiga fez uma refeição e eu comi. Depois fui pro quarto. Ela pediu pra eu lavar a louça - é o correto a se fazer - mas eu fiquei de má vontade. Eu sabia que aquilo era efeito das últimas quedas. Ela veio falar alguma coisa comigo, eu fui um pouco grosso. Me arrependi instantaneamente. Falei que eu estava péssimo, pedi desculpas, e tudo o mais. Quando pensei que o vício nos deixa assim, eu comecei a fazer as coisas da casa com mais cuidado.

O vício nós faz fugir da nossa responsabilidade, negar nossa culpa nas coisas. Isso é terrível.

Parei pra pensar no tempo que vivi sobre influência disso.

Eu provavelmente fui um grande imbecil e babaca por causa disso tudo. No meu caso específico, principalmente com família. Com certeza joguei muitas coisas nas costas dos meus pais, porque estava ocupado demais me masturbando no quarto. Bom, são águas passadas. Mas me fez refletir o quanto o vicio afeta o nosso desenvolvimento enquanto ser humano. Com certeza, é algo capaz de fazer um homem adulto agir como um adolescente de 15. E infelizmente tem muita gente assim por ai.

O vício atrasa o desenvolvimento emocional de uma forma absurda. Danifica o cérebro de uma forma extrema. O meu foi danificado a esse nível. Foda.

Ainda ontem, eu saí e comprei um pacote de biscoito recheado. Parece algo inocente, mas também é algo extremamente nocivo, em todos os aspectos. Não deixa de ser uma droga. Isso afeta de forma dramatica meu equilíbrio cerebral e me joga de volta pro porn.

Sabem, acho ciência interessante, mas não costumo pautar minha vida por isso. Porém, em relação ao vício, acredito que a visão científica é excelente. Uma queda nessas substâncias vai levar a pessoa de volta só círculo do vicio. Já constatei isso milhares de vezes. É fundamental fazer uma breve análise do modo de vida - alimentação, exercícios, etc - identificar hábitos que minam o sistema dopaminergico e fortalece-lo. Um cérebro bem regulado tem total condição de ficar no controle. E aí o vício vai indo embora.

Hoje fiz uma lista de coisas que tenho pra fazer. Espero conseguir cumprir tudo.

Estou me sentindo terrivelmente deprimido. Eu até posso continuar me sentindo triste, mas o que eu não posso é amplificar isso vezes 100 , consumindo porn. Ia dar merda. Com porn sempre da merda. Não existe vida razoável com isso. Enquanto ficar batendo punheta frente do computador ou celular, tudo vai ficar um lixo.

Fico muito triste de ver que passei a maior parte da minha vida assim. Foi praticamente uma adolescência inteira jogada fora, todo o período da faculdade jogado no lixo. Acho que só estou pensando assim porque cai nos últimos dias. Antes de cair, eu tinha tirado essas coisas da cabeça, me perdoado mais.

Tá meio complicado...

Tô tendo problemas com o bloqueador. Ele para de funcionar sempre, ou assim que desliga e liga o celular.

Esse foi um post de reflexão.

Vou guardar o celular no fundo da mochila até criar coragem de ir correr e tomar banho de rio. Isso deve dar uma levantada no meu ânimo.

Até a próxima!

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