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ThaFer
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Não sei como conversar com ele sobre isso... Empty Não sei como conversar com ele sobre isso...

2/7/2018, 16:54
Boa tarde, pessoal.

Vou fazer um breve resumo sobre meu relacionamento com relação ao pornô (não entendi porque vocês chamam de PMO,  é uma abreviação?) pra saber se algum de vocês podem me ajudar.

Antes da gente se casar, eu perguntei a ele sobre problemas nessa área e e ele me confidenciou que lidava com isso desde a adolescência. Ele diz que não se considera um viciado, mas tem recaídas recorrentes e periódicas. Na época, a gnt conversou bastante mesmo, e ele me contou tudo. Tínhamos uma cumplicidade muito grande, ao ponto de que todas as vezes que ele tinha uma recaída, me procurava, contava o que tinha acontecido e me pedia perdão.

Com o passar do tempo, a frequência foi diminuindo, mas comecei a perceber que ele passou a esconder mais de mim. As vezes ele tinha recaídas que duravam 1 ou 2 semanas, e só me contava quando já estava arrependido.

Pois bem, apesar de piorar um pouco, ainda estava tolerável, porque mesmo que demorasse, no fim, ele sempre me contava. Por tentar ser muito compreensiva no início, percebi que com o tempo fui aceitando isso. Quando ele me contava, eu nem ficava tão mal por ter acontecido, mas ficava aliviada por ele ter me contado.

Recentemente, há uns 3 meses atrás, tivemos uma discussão séria a respeito. Eu acordei no meio da noite (era umas 3h da madruga), com ele acordado ao meu lado. Quando perguntei porque estava acordado ainda, ele virou pra mim muito revoltado e disse que eu havia dormido e deixado ele "a ver navios", e que agora ele ia ver uns pornôs. Eu fiquei puta de raiva, e brigamos por horas naquela noite. No dia seguinte, a briga continuou, especialmente quando o questionei se  ele já havia se masturbado  comigo dormindo ao seu lado. Ele disse que já havia feito isso em uma situação parecida (que eu dormi rápido e ele estava sem sono...). Rapaz, eu fiquei tão fula, que xinguei ele todo. Gritei que ele era um safado, que ficava batendo punheta ao lado da esposa, que não tinha sequer a decência de me acordar e contar o que estava acontecendo. Ele ficou mais puto ainda, dizendo que eu estava desrespeitando ele, e afirmou que se decidiu a nunca mais me contar quando algo assim acontecesse.

A conversa finalizou aí. Ficamos brigados uma semana, e depois fomos voltando a nos falar, mas não tocamos novamente no assunto. Nesses 3 meses, nem uma vez sequer ele me falou nada sobre porno. Vasculhei o histórico algumas vezes, e notei que ele o apaga diariamente, o que já levantou minhas suspeitas.

Durante esse tempo, percebi que eu fui me afastando cada vez mais dele. Emocionalmente e sexualmente. Eu sinto que não posso mais confiar nele, porque se ele não me conta, pode estar vendo pornô todos os dias e a idiota aqui sem saber de nada. E talvez em decorrência desses sentimentos, passei a ter um bloqueio sexual enorme. Não sinto quase nenhuma vontade de fazer sexo mais, e quando faço, quase nunca consigo chegar a um orgasmo. Passei semanas sem conseguir sentir nem mesmo um pouco de prazer nas relações.

Ontem sentei com ele e abri o jogo. Ele ficou com raiva novamente, porque estávamos tendo um dia ótimo, e eu fui tocar nesse assunto. Aí expliquei a ele tudo que estava sentindo e ele disse que eu estava querendo obriga-lo a contar pra mim o que acontece. Eu não quero obrigar, mas me magoa o fato dele não contar. Ele ficou insistindo que se ele tem que contar pra não me magoar então ele é obrigado. Ele encerrou a conversa sem nenhuma finalização, virou pro lado e começou a dormir.

Eu não tinha ideia do quanto minha mágoa era grande. Quando tocamos no assunto, eu mal conseguia parar de chorar. Não dormir quase nada a noite, e acabei conhecendo esse fórum.

Quero conversar com ele novamente, porque definitivamente não vou ficar dessa maneira. Mas ele está tão na defensiva e eu tão magoada, que tenho medo de tocar no assunto de novo e ele se fechar ainda mais. Não sei nem como começar a conversar sobre isso de novo. Não sei se ele está viciado atualmente, ou só não está me contando. Gostaria que ele conhecesse o fórum, mas não quero obrigar ele a fazer isso e tal. Alguém já passou por uma situação semelhante???

Obrigada


Última edição por ThaFer em 2/7/2018, 18:46, editado 1 vez(es)
Domi1
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Não sei como conversar com ele sobre isso... Empty Re: Não sei como conversar com ele sobre isso...

2/7/2018, 18:27
Olá,

PMO é uma sigla Pornografia Masturbação e Orgasmo. 

Bom, todos os parceiros de viciados em PMO aqui do fórum já passaram por esse processo. Os parceiros negam, nos culpam, escondem coisas e choram, tudo para preservar o seu vício. Eu passei por isso. 

Antes de falar sobre a conversa de vocês eu preciso primeiro falar sobre você:

Primeiro se fortaleça, seu psicológico deve estar preparado para a onda de maus eventos que te espera, tenha em mente que VOCÊ NÃO É A CULPADA. Não é o seu sexo, a sua idade, a sua aparência, o tempo de relacionamento, os quilos a mais ou a menos que você tem, a cor dos seus olhos, você ser você, nada nada mesmo que há em você leva o seu parceiro ao vício!
É preciso criar esse limite na sua cabeça, antes de tudo. 

Depois, o seu parceiro não é viciado em sexo e sim em punheta e pornografia, por mais que ele jogue na sua cara que você deve sexo para ele, não há sexo no mundo que satisfaça a vontade dele ver pornô. É ver pornografia que deixa ele feliz e não o sexo em sí. 

Por último, o viciado é ele, então é ele quem deve fazer o reboot, é ele quem deve assumir que há o problema, é ele quem deve ter a sensação de que as coisas estão erradas por culpa dele, por isso não tente ser a pessoa que mais vai gastar energia e tempo nesse reboot, você estará lá para dar suporte, passar a mão na cabeça, dar colo, facilitar as coisas e não para fazer elas. Deixe que ele apague as coisas, coloque os bloqueadores, tome as decisões se não nada dará efeito.

Criando esses limites aí sim podemos focar nessa conversa.

Entenda que ele é dependente, que não é fácil assumir que é dependente sobre nada imagina ser dependente de pornografia? Homens se sentem envergonhados porque no fundo é assumir que eles não são tão viris quanto eles queriam ser, ou quanto eles imaginavam que eram. 
É preciso que você tenha compaixão por ele, por mais PUTA que esteja, se você começar batendo ele vai bater novamente. 
Se estiver muito brava escreva para ele, eu gosto dessa ideia, pois assim você pode ler e reler cada palavra, cada ideia, cada sentimento e aí ele pode fazer o mesmo. Eu e meu parceiro fizemos isso no começo e assim evita que as brigas segam por um caminho que não faz sentido. 
Peça para ele responder por e-mail também e aí se ele reconhecer que é viciado, que precisa de ajuda indique o fórum para ele. 

Certo? 

Beijinhos
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ThaFer
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Não sei como conversar com ele sobre isso... Empty Re: Não sei como conversar com ele sobre isso...

2/7/2018, 19:58
Muito obrigada pela atenção!! É tão difícil entender tudo isso, de que a culpa não é nossa, de que não tem nada a ver com a gente... Mas sigo tentando.

Já percebi que meu marido insiste em dizer que eu não posso ajudar em nada, que dele com ele mesmo. Ele até diz que não tem nada a ver comigo, e que é algo que ele passa, mas me canso de dizer que afeta diretamente o nosso relacionamento tanto quanto (ou até mais!) que a própria vida dele. Eu sempre digo a ele que considero tudo isso como traição, e me dói demais saber que ele precisa pensar em outras mulheres para obter prazer. Ele não enxerga como traição de maneira nenhuma. Acredita que é tudo desvinculado, e que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Que ele pode usar PMO incessantemente e continuar me amando de todo coração.

Como posso ajuda-lo a enxergar o quanto essas atitudes me machucam, e ao mesmo tempo, fazê-lo ter liberdade pra se abrir comigo? Porque eu acho que não conseguiria que ele me contasse as coisas, sem ter uma noção completa de como isso acaba com meu chão. É tão difícil manter um equilíbrio. Parece que apesar de eu explicar a ele como me sinto, ele processa a informação como "ela não entende porque é mulher e não sabe que PMO não tem nada a ver com traição"... Me dá uma raiva desse pensamento!

Enfim, o seu parceiro já tinha essa informação consciente, ou você precisou chacoalhar a cabeça dele também até ele entender os danos disso tudo?

Desde já, muito obrigada!!



Domi1 escreveu:Olá,

PMO é uma sigla Pornografia Masturbação e Orgasmo. 

Bom, todos os parceiros de viciados em PMO aqui do fórum já passaram por esse processo. Os parceiros negam, nos culpam, escondem coisas e choram, tudo para preservar o seu vício. Eu passei por isso. 

Antes de falar sobre a conversa de vocês eu preciso primeiro falar sobre você:

Primeiro se fortaleça, seu psicológico deve estar preparado para a onda de maus eventos que te espera, tenha em mente que VOCÊ NÃO É A CULPADA. Não é o seu sexo, a sua idade, a sua aparência, o tempo de relacionamento, os quilos a mais ou a menos que você tem, a cor dos seus olhos, você ser você, nada nada mesmo que há em você leva o seu parceiro ao vício!
É preciso criar esse limite na sua cabeça, antes de tudo. 

Depois, o seu parceiro não é viciado em sexo e sim em punheta e pornografia, por mais que ele jogue na sua cara que você deve sexo para ele, não há sexo no mundo que satisfaça a vontade dele ver pornô. É ver pornografia que deixa ele feliz e não o sexo em sí. 

Por último, o viciado é ele, então é ele quem deve fazer o reboot, é ele quem deve assumir que há o problema, é ele quem deve ter a sensação de que as coisas estão erradas por culpa dele, por isso não tente ser a pessoa que mais vai gastar energia e tempo nesse reboot, você estará lá para dar suporte, passar a mão na cabeça, dar colo, facilitar as coisas e não para fazer elas. Deixe que ele apague as coisas, coloque os bloqueadores, tome as decisões se não nada dará efeito.

Criando esses limites aí sim podemos focar nessa conversa.

Entenda que ele é dependente, que não é fácil assumir que é dependente sobre nada imagina ser dependente de pornografia? Homens se sentem envergonhados porque no fundo é assumir que eles não são tão viris quanto eles queriam ser, ou quanto eles imaginavam que eram. 
É preciso que você tenha compaixão por ele, por mais PUTA que esteja, se você começar batendo ele vai bater novamente. 
Se estiver muito brava escreva para ele, eu gosto dessa ideia, pois assim você pode ler e reler cada palavra, cada ideia, cada sentimento e aí ele pode fazer o mesmo. Eu e meu parceiro fizemos isso no começo e assim evita que as brigas segam por um caminho que não faz sentido. 
Peça para ele responder por e-mail também e aí se ele reconhecer que é viciado, que precisa de ajuda indique o fórum para ele. 

Certo? 

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Beren Erchamion
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Não sei como conversar com ele sobre isso... Empty Re: Não sei como conversar com ele sobre isso...

2/7/2018, 20:22
Boa noite. Antes de tudo, desejo força nessa situação.

Em primeiro lugar, o fato de seu marido não se considerar um viciado só comprova que ele é dependente de pornografia. Ele não tem controle sobre ela, sofre de recaídas (que pessoa que não é viciada tem "recaídas", se recaída é sinal de dependência e dependência é vício?) e sofre interferências na vida pessoal por conta disso.

Ele está negando o problema porque não quer aceitar a realidade. Se ele não aceitar que o caso dele é grave, real e de dependência, dificilmente vai aceitar ser ajudado. Como ajudar alguém que não se reconhece necessitado de ajuda? Sem esse passo, praticamente qualquer esforço da sua parte será em vão.

Ele usa a pornografia para manipulá-la, como "moeda sexual" ("eu uso pornografia porque você não transou/transa comigo"). Isso é mentira: eu tenho uma vida sexual ativa e satisfatória e mesmo assim tive problemas com isso e estou me tratando. Ele não usa porque você faz ou deixa de fazer sexo com ele, mas porque é viciado. Ponto final.

Você não pode se deixar manipular. Seja taxativa: ou ele trata isso, ou a relação não prossegue. Foi só quando eu percebi a gravidade do problema e minha mulher me mostrou que isso é inaceitável que eu realmente tomei a decisão de lutar contra isso.

Infelizmente, pedidos gentis não surtem muito efeito nesse tipo de situação. Não digo que você deva ser grossa ou hostil (isso pode piorar a situação), mas sim que você deve se posicionar e deixar claro o que deve acontecer e explicitar as consequências caso isso não seja resolvido. Daí em diante, deixe claro que ele terá todo seu apoio - mas que isso só será feito se ele realmente quiser ajuda.

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Não sei como conversar com ele sobre isso... Empty Re: Não sei como conversar com ele sobre isso...

2/7/2018, 21:16
ThaFer escreveu:Ele não enxerga como traição de maneira nenhuma. Acredita que é tudo desvinculado, e que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Que ele pode usar PMO incessantemente e continuar me amando de todo coração.

Isso não faz sentido algum, são desculpas que se dá quando se quer negar um problema visível.

Se ele realmente não considerar isso como traição, não se sentirá mal caso você veja inúmeros homens nus, se masturbe pensando neles e tenha fantasias com eles. Nenhum homem realmente saudável psicologicamente deseja isso.

Amar exige fidelidade e a fidelidade não inclui apenas relações sexuais com pessoas físicas. Ela também inclui situações, imaginações, pensamentos, fantasias, etc. Como ele se sentiria caso você preferisse se masturbar pensando em pornografia ao invés de ter relações com ele? Se ele a ama, vai lutar contra a PMO. "Amar de todo o coração" exige sacrifícios.

Dizer que é possível ser viciado em pornografia sem influenciar a relação é como acreditar que dá pra apagar um incêndio usando querosene.

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Domi1
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2/7/2018, 23:12
O Meu parceiro não aceitava nem que era viciado no começo, foi depois dele me machucar fisicamente durante o sexo que ele percebeu que estava indo longe demais. 

Provavelmente ele não considera traição mesmo, porque a mulher que ele está vendo ele não conhece e não se envolve fisicamente. É como se ele falasse para você que gosta da arte, da atriz e não da pessoa. 
O meu parceiro falava isso, que via o pornô como uma arte, ele sabia da vida das atrizes, quais os prêmios, os filmes e quem era o parceiro delas. Na verdade o pornô é vendido assim, a indústria mostra como se aquelas pessoas não estivessem sendo prostituídas e que aquilo é saudável, que é liberdade, que elas gostam e que é seguro para a saúde delas.... 

É uma ilusão que vende bem. 

Por isso falar para ele que ele está te traindo não fará diferença nenhuma, ele não acha isso, ele tem certeza que isso não é verdade e que é você quem está exagerando. 

Então vamos partir para o relacionamento de vocês, o que ele está traindo são os acordos que vocês fizeram, que era de fazer o melhor para o outro, diga a ele que a pornografia te faz mal, te faz se sentir insegura em relação a você ao seu sexo, que cria uma atmosfera que parece que você não é suficiente para ele e que ele está querendo no final das contas outras coisas para se satisfazer. 
Você tem que mostrar a ele o que está te atingindo, mas não falar que é traição, que é sujo, que é anormal.... 
Tem que ter sensibilidade para lidar com esse início. 

Ele vai resistir e você também terá. O começo é uma guerra e você tem que ser firme porém sutil nesse começo. 

Beijos
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ThaFer
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Não sei como conversar com ele sobre isso... Empty Re: Não sei como conversar com ele sobre isso...

3/7/2018, 09:39
Pessoal, primeiramente muito obrigada pela força e pelas palavras! Ajuda muito ouvir a versão de outras pessoas sobre esse mesmo problema.

Então, ontem cheguei em casa com a cabeça girando em torno desse assunto, e decidi que precisava voltar a falar com ele sobre isso, porque ainda tinha muita coisa que eu precisava entender melhor.

Sentei com ele a noite, e contei basicamente o mesmo que contei a vocês aqui. Que isso estava me ferindo, me magoando, me afastando dele. Que eu queria ajudar, mas que precisava saber se ele achava que havia um problema, etc.

Ele não estava muito aberto a conversar. Estava na defensiva e levou a maior parte da conversa no sarcasmo. Mas, em essência, o que ele disse foi que ele reconhece que tem um vício, que luta contra isso há mais de 7 anos, que ele sabe que é errado e se esforça pra não fazer mais. Só que também disse que não acha que eu possa ajudar em nada, e ainda ficou curtindo com a minha cara dizendo coisas como "você é terapeuta? É médica, psicóloga?" E quando eu tentava dizer que podia ajudá-lo a procurar mecanismo, a participar do fórum ele dizia "me passe a receita então, Dra". Sério, precisou de uma força interna inexplicável pra não revidar tudo e acabar saindo nos gritos de novo. Por fim, ele disse que tudo que eu propunha a fazer pra ajudar só me fazia parecer sua "babá" e que ele parou de me dizer porque sentia que precisava ficar me prestando contas toda vez e não concordava com isso.

Ele diz que já usa bloqueadores, assiste diversos vídeos sobre o assunto, e sempre está tentando lutar contra, mas que também está cansado de lutar e sempre perder.

No fim, a conversa já estava ficando bem tensa mesmo, ao ponto de eu dizer que se ele não tomasse uma atitude, nosso relacionamento estava fadado ao fracasso. Ele olhou pra mim e disse "se isso tudo é tão traição assim, não entendo porque você está aqui comigo ainda. Eu luto contra isso, mas não pretendo compartilhar nada disso com você. Prefiro lutar sozinho do que precisar prestar contas quando eu já estou mal com a situação. Então, se isso é tão insuportável pra você, não estou entendendo porque continua aqui comigo."

Fiquei tão magoada com essas palavras que apenas disse "você tem razão. Se é assim, então eu também não sei o que estou fazendo com você. Se você está decidido que é assim que vai ser e eu tenho que me submeter a isso, pode ter certeza de que não vamos pra frente mesmo".

Aí ele disse que sempre que alguém confronta um viciado dizendo que é o vicio ou eu, isso nunca dá certo. Porque, segundo ele, certamente ele diria que lutaria por mim, mas no mês seguinte estaria caindo de novo.

Eu disser a ele que pra mim, o problema não é ele ter recaídas, desde que esteja lutando contra. Só que pra isso é necessário comunicação - o que nos levou de novo pra discussão do início da conversa.

Quando já estava muito desgastada com a situação, eu simplesmente parei de falar, e me calei completamente. Quando ele questionou se a conversa tinha terminado, eu disse que não havia sido finalizada, mas que também não iria levar a lugar nenhum, então, não iria continuar hoje. Eu percebi que não estava atacando ele, mas ele estava se sentindo atacado com qualquer coisa que eu dissesse.

Ele ficou dizendo que não havia necessidade nenhuma dele me contar porque não há nada que eu pudesse fazer para ajudar ele nisso. Que eu não era a pessoa indicada a ajudar ele porque meus sentimentos atrapalham. Ele me questionou diversas vezes o que eu poderia fazer pra ajudar então, mas na pressão da conversa, praticamente não consegui dizer nada além de "ficar ao seu lado, te apoiar, etc".

Enfim. Acho que tô mais desabafando aqui mesmo. Eu decidi encerrar a conversa, já que não ia dar em nada, mas vou me manter firme demonstrando que permaneço chateada. Não deixarei cair no esquecimento novamente.

Aconteceu algo a noite que também gostaria de conselho a respeito. Após toda essa briga, permaneci calada e em silêncio, comunicando apenas o essencial. Demorei um pouco a pegar no sono, mas acabei dormindo normalmente. No meio da noite, acordei com ele me tocando levemente, e dizendo que estava com saudades. Olhei pra ele com a maior cara de interrogação possível, e ele disse "é que eu acordei no meio da noite com muita vontade de transar..". Continuei com minha cara de interrogação até que ele disse "mas reconheço que não poderia haver um momento mais inapropriado para isso.. pode deixar que vou voltar a dormir", e dormiu mesmo.

Por fim, na hora me bateu uma dúvida imensa porque já tem algum tempo mesmo (pouco mais de uma semana) que não temos relações. Estava muito chateada com ele ainda, por isso não queria nenhum contato. Ainda assim, fiquei tentada a aceitar, praticamente porque eu sentia uma necessidade enorme de fazer as pazes. Além de tudo, momentaneamente eu também pensei que, talvez, se a gente fizesse sexo, amanhã ele estaria mais amistoso para conversar comigo sobre isso... Acabou que preferi me manter firme na chateação, já que é algo que eu raramente faço.

Hoje de manhã ele estava bem irritadiço, conversamos pouco, discutimos logo cedo pelo horário de sair de casa, e não nos falamos mais. Claramente ele ficou assim por ter sido "rejeitado". Fiquei com receio de ter atrapalhado mais ainda a situação. Minha cabeça está um nó completo, uma confusão sem fim.

Acho que se alguém puder me ajudar, especialmente nas questões: é possível que uma esposa realmente consiga ajudar? Porque o homem fica com essa conversa de "prestação de contas"? Eu só queria que ele abrisse o jogo comigo! Mas ele acha que se for obrigado a fazer isso, então, não estou ajudando em nada.

Outra coisa, é melhor eu me manter irredutível, sem conversas, sem sexo, pra deixar claro minha insatisfação?

E ainda, em dado momento ele disse que eu estava me colocando como o centro da situação, dizendo que aquilo me afetava, me angustiava e me afastava, mas que era ele que estava passando por isso, e não eu. Que ele me falar quando acontecesse apenas ia me ajudar, mas não iria ajudar em nada ele. Que eu só queria resolver o meu problema, a minha frustração, a minha decepção, mas se isso não me afetasse, eu não estaria interessada em ajudá-lo. Não soube responder a isso. De certa forma, há alguma verdade. Mas acho injusta a colocação.

Não estou sabendo como lidar com isso...

De qualquer forma, obrigada pela atenção de vocês.

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Não sei como conversar com ele sobre isso... Empty Re: Não sei como conversar com ele sobre isso...

3/7/2018, 11:07
Quando se tem um problema de vício, é vital que o viciado decida lutar contra o problema. Ele diz estar fazendo isso há sete anos. Mas é impossível vencer esse quadro sozinho. Nenhum processo de recuperação é "individual", e apoio é essencial sim. Eu não vi nenhum relato de superação nesse fórum onde a pessoa, isolada, conseguiu vencer o problema. Ao contrário: a presença de amigos, conhecidos, familiares e parceiras é um fator crucial, algo que faz todas as diferenças.

Assim, se ele realmente quiser superar isso, não vai recusar ajuda nenhuma, muito menos a sua. Você pode ajudar sim e, na verdade, é a melhor pessoa pra fazer isso (depois dele). Mas há uma condição: ele aceitar e desejar isso. Me perdoe, mas a postura dele de usar de sarcasmo, ironia e desdém demonstra que ele não te enxerga como uma parceira nisso. E, se ele acredita que a pessoa mais afetada por esse problema, depois dele, não pode ajudá-lo em nada, quem é que pode?

Vou responder suas questões do modo mais simples possível:

Deixar de fazer sexo com ele não piora o quadro. Não tem nada a ver com você negar ou oferecer sexo a ele. Eu mesmo nunca tive o que reclamar da minha esposa em nenhum termo, muito menos sexual. Sempre tivemos uma vida satisfatória. E mesmo assim eu usei pornografia e estou aqui lutando contra isso. Por acaso, as relações sexuais que você teve com ele impediram que ele usasse pornografia? Não, certo? Então, não se cobre isso. Não se cobre e não se force a fazer sexo para minimizar o problema. Não vai. Ele não deixou de acessar esses materiais e, na verdade, vai usar isso como uma "pressão" pra que você faça sexo com ele por pena. Isso não vai ajudar em nada.

Aliás, que mensagem a mulher transmite ao homem quando faz o que ele quer logo após ser tratada como lixo? A mensagem de que ela está disponível pra ele independente do que ele faça. E não deve ser assim. Homens e mulheres devem se respeitar numa relação e deixar limites e condições claras. A falta desses limites é uma das causas do fracasso das relações.

Só faça sexo quando se sentir confortável pra isso e quando os dois realmente quiserem. O contrário não vai ajudar em nada no problema e só vai piorar sua autoestima.

Deixe claro a ele que o problema tem que ser resolvido pelos dois, porque as consequências negativas disso são sentidas por ambos. A partir do momento em que um problema meu afeta outras pessoas, ele deixa de ser só meu. E, numa relação, as duas partes devem sim prestar contas umas às outras. Se você tem vínculos com alguém, "privacidade" não é o principal. Qualquer homem que queira vencer isso vai sim prestar contas e se abrir completamente à companheira. Não existe isso de "o problema é meu", "você não é minha babá", etc. Até porque a privacidade (negativa) e a falta de comunicação só agravam o problema.

Se ele realmente quiser superar isso, vai entender que não deve haver pressão pra que você faça sexo com ele, vai prestar contas a você sobre esse assunto e vai aceitar sua ajuda e a ajuda de outras pessoas para superar esse problema. Não é algo que exige Phd em psicologia, mas sim empatia, esforço e compreensão, e você é tão crucial ou mais do que qualquer "especialista" no ramo.


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Não sei como conversar com ele sobre isso... Empty Re: Não sei como conversar com ele sobre isso...

3/7/2018, 11:19
Muito obrigada pela resposta!! É bom ouvir a opinião de um homem que não pensa dessa forma também. Vou me manter firme em toda essa situação, até que ele venha a mudar de posição.

Sei que é complicado dar ultimatos, mas vou apenas aguardar um tempo até ver se o posicionamento dele muda. Se não mudar, realmente não consigo me imaginar continuando dessa forma.

Ontem ele disse que preferia não ter me contado sobre isso antes, porque se eu não soubesse, não sofreria com isso. Discordo. Acho que uma hora ou outra isso viria a tona, e seria muito pior se fosse depois.

Acho que ele acredita que, por não ter uma quadro tão sério como alguns que vemos aqui no fórum (apesar de lidar com PMO desde a adolescência, ele tem poucos sintomas do vício), então não é algo tão preocupante. Ele considera errado mais por uma questão religiosa, de ser pecado, etc, e não pelos males que causa. Até porque, o que mais me afeta em tudo isso é a desconfiança e sentimento de traição por ele desejar outras mulheres, até porque na cama nos nunca tivemos outros problemas. Ontem mesmo ele disse veementemente que desde que ele começou a ver PMO, nunca evoluiu pra outras coisas, que sempre tem problemas iguais, se arrepende e volta a fazer a mesma coisa, mas não tem um quadro de evolução. Disse a ele que, pelos relatos daqui, ainda assim isso pode acontecer. Ele acredita que não vai piorar, o máximo que pode acontecer é não conseguir melhorar...

Enfim, vou guardar suas palavras. Me preservar. Me fortalecer. Me manter firme. Não me culpar. Vida que segue!

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3/7/2018, 11:43
Se as motivações pra ele rejeitar isso são religiosas, então é aí que ele deve lutar contra isso de uma vez por todas. Ao menos ao meu ver, a parte espiritual/religiosa é a mais importante e engloba todas as outras, e se ela não vai bem o resto não prossegue de modo saudável.

Não se trata intimá-lo, mas de você deixar claro que há limites e condições na relação e que fidelidade é o básico e inclui não desejar outras pessoas, dentro ou fora da pornografia - e no mínimo lutar contra isso. Pergunte a ele como ele se sentiria caso você fantasiasse e tentasse se satisfazer com homens na internet, se isso seria algo "seu" que em nada diz respeito a ele. Nós temos que nos colocar no lugar das nossas esposas e companheiras: nós aceitaríamos isso? Eu vejo muitas mulheres aqui no fórum procurando ajuda para seus parceiros, mas até hoje não vi homens fazendo isso porque, no fim das contas, o homem não aceita e não de dispõe a ajudar a mulher da mesma forma que elas o fazem - é só ver quantas mulheres presidiárias recebem visitas de homens e quantos presidiários recebem visitas de mulheres.

No momento em que ele parar de olhar o próprio lado e se colocar no seu lugar, o processo fica mais fácil. Foi o que eu precisei fazer. Eu não me sentiria bem caso minha mulher se masturbasse, fosse viciada ou fantasiasse com homens ou pornografia. Se eu não quero que ela faça isso, por que eu deveria fazer?

Não existe justificativa.

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3/7/2018, 13:35
Sobre isso, Beren, gostaria de mais um conselho também. Desculpa se estou abusando do seu tempo...

Ontem ele diz que acha que não se importaria se eu visse PMO. Acredito que ele diga isso, porque eu nunca tive interesse por essa área, e, inclusive, ele até reclama que eu não me conheço bem, porque não gosto da ideia de ficar me tocando do nada e tal. Pra mim, sexo tem tudo a ver com estar bem, estar feliz, se sentir amada, então nunca vi nenhum sentido em PMO.

Ainda assim, estou tentada a me "aventurar" na área, apenas para saber como é, conhecer, e confesso, que um pouco de vingança também. Meu único receio é acabar me tornando viciada, como ele. Acho que os gatilhos da mulher são muito diferentes, e acabo achando que é bem mais difícil essa área para o homem (por toda a questão hormonal).

Seria muito errado agir dessa forma? Me prejudicaria mais do que auxiliaria? Estou com esse questionamento há alguns dias...

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3/7/2018, 13:44
Você jamais deveria cogitar a ideia de consumir isso. Que benefícios a presença de pornografia trouxe à relação de vocês? Suprir a "curiosidade" vale a pena? Tem valido a pena pra ele, valeria a pena pra você? Fazer isso por "vingança" seria ainda pior. Se realize em outras áreas. Não conheço ninguém frustrado por não consumir pornografia. Ao contrário: o que mais tem é gente se afundando nisso e fracassando na vida sentimental e sexual. Se isso fosse bom, não teria tanta gente aqui nesse fórum.

Ele só disse que não se importaria caso você usasse porque provavelmente sabe que você não se importa com esse tipo de coisa e porque isso "suaviza" o que ele faz ("viu, eu não me importo caso você veja; logo, o que eu faço não é tão grave assim").

Se ele preza pela saúde emocional, sentimental e espiritual de vocês dois, ele vai largar isso. Imagine um viciado em cocaína dizendo pra parceira que não se importa caso ela use a droga e que ela deveria usar pra ser menos "inibida". Faria sentido ela seguir essa lógica?

Pornografia não melhora a vida sexual e não te ajuda a conhecer melhor você mesma e o outro. E há inúmeros estudos inclusive correlacionando o uso disso com aumento da violência contra a mulher, problemas psicológicos e físicos no homem e baixa satisfação nas relações sexuais.

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Domi1
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3/7/2018, 15:00
Querida, tudo bem?

Olha vou tentar ser bem direta. 
Ele não ligaria de você consumir PMO porque ele consome e não quer sair ainda do vício, já viu alguém que consome craque ligar se o parceiro também usa? 
AHHHH não eu uso craque aqui mas meu benzinho nunca vai usar... Não existe, quem é viciado não liga se o outro consome da mesma porcaria que ele, pois a vida dele é aquilo. Só quando a pessoa chega ao fundo do poço que ela volta a tomar consciência e ver o quão destrutivo era aquele comportamento. 

Agora vamos ao mais grave, o seu parceiro está usando de violência psicológica com você e isso não é nada bom, ele falar que você deveria largá-lo foi um contra ataque porque ele sabe que você gosta dele e não faria isso, ele atacou para você recuar. Ele acordar de manhã falando que quer sexo... Foi apenas mais um atraque, foi para dizer que ele te quer e você não colabora, que ele quer fazer as pazes mas seu ciúme doentio que não permite. 
Seu parceiro não está disposto ao diálogo.Ele não está disposto ainda a sair do vício, não há aquela vontade desesperada de sair. Sinto muito por isso. 

Ele não acha que a PMO está consumindo a vida dele e sim que ela te incomoda. Apenas! 

O meu parceiro resistiu muito no começo, mas ele teve que chegar ao fundo do poço, teve que o médico perguntar a ele na miúda que se eu tivesse sido abusada e que era melhor me levar a delegacia... 
Foram momentos péssimos na nossa vida, sinto muito por você ter que passar por algo assim. Seu parceiro só vai parar quando o prazer em consumir PMO foi menor que a dor de consumi-la, antes disso nada vai parar ele.
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ThaFer
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3/7/2018, 15:08
Realmente, é até difícil de enxergar, mas eu percebo que quando escrevo exatamente o que está acontecendo, a situação parece ainda pior do que parece aos meus olhos na vida real.

Fico meio perdida sobre o que fazer, porque o que você diz é completamente verdade. Ele não se decidiu. Quem está incomodada com isso sou eu. Quem está se esforçando e se desgastando sou eu.

Fico tão magoada com tudo isso. Quanto mais reflito, mais chateada fico. Aparentemente, ele só tomara uma posição quando perceber a possibilidade real de me perder por causa do PMO. Ou talvez nem isso seja suficiente, vai saber.

Sinto muita necessidade de conversar sobre o assunto, e como o diálogo entre a gnt não tá caminhando bem, e eu me recuso a voltar a falar com ele tbm, conversar com vocês é o que está mais me mantendo calma e centrada.

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Domi1
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3/7/2018, 15:20
Os meus conselhos foram reais, amiga de guerra. 

Não foque agora no seu parceiro, por mais que isso pareça urgente, foque nesse momento em você, leia sobre o assunto, desabafe aqui, tire todas as suas dúvidas, receba todos os conselhos que você achar necessários até você estar o mais blindada possível. 

Nesse momento apenas haverá dor e pouco progresso. 

Quando esse momento de mais paz te alcançar escreva para ele, dê fatos concretos no que a PMO está afetando ele e você e aí dê a chance final para ele. Infelizmente é assim, se um não quer levantar não adianta o outro tentar por de pé, por hora ele quer continuar deitado e com as armas que você tem ele não vai mudar de ideia. 

Força aí.
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ThaFer
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3/7/2018, 15:24
Muito obrigada!! Eu estava lendo o seu diário, e vi que por muitos meses você passou por uma situação semelhante... Seu namorado não reconhecia, e só após um aconselhamento médico é que ele mudou de ideia.

Deve ter sido tão difícil pra você. Como vcs estão hoje em dia?

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3/7/2018, 15:35
Estamos muito bem. 

Eu e ele éramos muito amigos antes de namorar então já tínhamos um bom diálogo, porém o reboot contribuiu para que conversas mais profundas se tornassem comuns entre nós dois, hoje conseguimos compartilhar problemas e separar bem o que são problemas nossos, e o que são problemas externos, ou seja, o reboot amadureceu nosso relacionamento e nos amadureceu também. 

O processo não foi fácil, foram muitos dias de revolta, choro e monitoramento. Mas passou, a confiança entre nós que antes foi abalada se restabeleceu (claro que para ser como antes é necessário anos, mas eu confio nele mesmo quando é necessário ele viajar pela empresa). 

O sexo também ficou muito melhor, pois há uma consciência maior sobre a sexualidade de cada um, inclusive sabemos que nossos horários ideias de fazer sexo não combinam (ele é muito mais ativo por volta das 10 da manhã e eu muito mais perto das 3 da madrugada kkkkk) e por saber disso nós damos muito mais valor as preliminares e as carícias para que ambos fiquem no clima. 

Ou seja, o reboot foi ótimo para nós, mas se eu tivesse que voltar no tempo não passaria por tudo isso novamente kkkk

Beijinhos
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ThaFer
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3/7/2018, 15:45
Que bom que ao menos valeu a pena!! Fico feliz em ouvir um relato positivo. É um pena você ter tido que passar por tanta coisa pra chegar até essa fase. Pelo menos isso trás um pouco de paz ao coração... Obrigada pela atenção Smile

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3/7/2018, 16:58
Eu recomendo todas as mulheres investirem no parceiro, desde que a relação valha mais a pena que a dor que você terá que sentir. Se mesmo com a PMO o relacionamento valer a pena então eu digo para continuar, mas se não há respeito entre o casal, se o relacionamento como um todo está acabado é melhor deixar ir. 

Beijinhos
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ThaFer
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3/7/2018, 17:03
Sim, concordo com você. A dor é muito grande, mas infelizmente, vivemos em um mundo onde a grande maioria dos homens ou é viciado, ou luta contra. Poucos são os que nunca se submeteram ao PMO. Mas o que importa mesmo, como você disse, é saber se o relacionamento vale a pena!

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3/7/2018, 17:50
Assim como o álcool e como já foi o cigarro, a pornografia é algo que a sociedade estimula o consumo. Cria-se quase o estigma que para ser Homem é preciso ver P. 
A maioria dos homens consomem PMO, mas nem todos são viciados, assim como ocorre com as demais drogas, mas como saber que um cara é viciado antes de conviver mesmo com ele? Complicado neh? Nós sempre saímos perdendo e ainda somos acusadas de puritanas e falsa moralista. 

Mas é a vida querida, temos que lidar com a realidade nua e crua.
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ThaFer
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3/7/2018, 17:53
Exatamente! Os homens são pressionados nessa área assim como as mulheres também são pelos padrões de beleza, que muitas vezes se torna algo extremamente perigoso tbm... Temos que aprender a lidar com as mazelas do século XXI.

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ThaFer
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4/7/2018, 09:55
Sei que o diário serve mais para os rebooters, mas escrever me ajuda a manter a cabeça firme e não desviar das minhas razões.

Segundo dia após a briga, e ainda não tocamos no assunto. Evitei qualquer contato físico até agora, e, apesar de ser bastante educada com ele, não dou corda pra nenhum assunto. Como sou uma pessoa muito conversadora e com diálogo aberto, certamente ele reparou que normal eu não estou. Mas também não se deu ao trabalho de perguntar. Ele também está se mantendo afastado, acredito que está esperando que eu dê o primeiro passo. Vai morrer de esperar.

Por enquanto é isso. Ontem tirei o dia para manter minha cabeça em ordem. Arrumei a casa, pintei as unhas, dei uma arrumada no cabelo. Hoje me produzi bem pro trabalho, coloquei uma roupa bonita, passei uma boa maquiagem, perfume, e meu sapato favorito. É incrível o quanto você se sentir bonita faz você também se sentir mais de bem com a vida. Me ajuda até a parar de pensar nos problemas. E também achei ótimo pensar que desde muito tempo estou fazendo isso totalmente por mim, para me sentir bem, e não para receber elogios ou ser notada.

Também tem me feito um bem enorme simplesmente agir no dia a dia, fazendo apenas aquilo que eu quero, sem ficar pensando no que ele quer, no que ele vai fazer, etc. Com o tempo, parece que a vida gira em torno do nosso parceiro e isso não faz bem. Quem sabe de todos os males, não saia algum bem.

Sigo firme e forte! 🙏

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Beren Erchamion
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4/7/2018, 10:19
Sua atitude tem sido correta. Jamais sacrifique a si mesma nesse processo. Cuide da sua pessoa, da sua autoimagem, do seu emocional. O que piora o vício é a situação de comodidade: enquanto ele não sentir que a situação precisa ser alterada, não adiantará você paralisar completamente sua vida, oferecer toda a ajuda do mundo ou implorar de joelhos pra que ele mude algo, porque ele não vai mudar.

A partir do momento em que ele perceber que não há saída e que uma escolha deve ser feita entre manter o vício ou investir no relacionamento de vocês, então ele poderá escolher um caminho e iniciar de verdade um processo de mudança. Até lá, jamais mate a si mesma ou destrua sua própria vida em função de escolhas que estão fora do seu poder de alcance.


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4/7/2018, 10:25
O caso da Domi1 (pude ler o relato dela) é, infelizmente, uma exceção entre os registros de mulheres aqui: foi um processo dificílimo, mas o parceiro dela aceitou o problema e concordou em iniciar a luta para resolver isso. Só o casal pode definir o que vale a pena ou não, só quem passa pelo problema sabe quais sacrifícios devem ser feitos ou merecem ser feitos. Então, ninguém melhor do que você mesma para definir se o processo vale ou não a pena, e não se deixe influenciar negativamente por terceiros.

A parceira não deve ser desestimulada caso realmente decida ajudar o viciado, mas não deve ser forçada num processo onde nem ele se recupera e não aceita a recuperação e ela mesma se destrói.

Na grande maioria dos relatos das mulheres, elas sacrificam praticamente tudo: juventude, beleza, carreira, estudos, amor, esperança, confiança, persistência e fidelidade e perdem até a autoestima em nome de uma luta que o próprio parceiro não assume como sendo sua. Enquanto isso, os "parceiros" não dão nenhum retorno, não demonstram a ínfima parte dessa vontade de superação e se afundam cada vez mais.

Eu acredito no casamento, no matrimônio e creio que divórcio sequer deveria existir. Mas esse é um mundo ideal, longe da realidade. E, na vida real, ninguém deve ser obrigado a matar a si mesmo física e emocionalmente em nome de algo que não tem retorno. Eu desejo de verdade que seu marido perceba o problema, lute contra ele e supere isso, e que vocês possam crescer juntos. Mas cada um toma suas próprias decisões e nós devemos assumir nossas responsabilidades por elas.


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