Experiências que obtive nesses anos de batalha

Estou aqui para compartilhar minhas experiências com o "nofap", seja com ou sem P. Após muito tempo, finalmente compreendi melhor o motivo do meu comportamento. Se eu tivesse essa compreensão desde o início, não teria perdido tanto tempo da minha vida. Sinceramente, desejo a você, que está lendo, que poupe esse tempo.

Racionalmente falando, é lógico parar com a pornografia, pelos malefícios que ela causa, sem dúvida, é empírico. No entanto, nosso ser primitivo/animal esquece todas as consequências e os motivos pelos quais estamos parando, tudo para obter um prazer rápido e descontrolado, um egoísmo sem fim. Por outro lado, quando nos livramos disso, nos tornamos como o Superman; a felicidade transborda na alma, parece que finalmente estamos vivendo pela primeira vez, como se tivéssemos acordado de um sonho preto e branco.

Pode parecer fácil tomar a decisão certa olhando dessa perspectiva, mas não podemos subestimar o poder do subconsciente em nos fazer tomar decisões que nos afastam da realidade. O cérebro não gosta de tédio, ele quer novidades, e quem proporciona mais novidades do que a internet, não é mesmo? O ser humano odeia mudanças, mas adora novidades; chega a ser cômico isso.

A escolha parece ainda mais fácil depois de ejacular, já que o "capetinha" que nos atormenta temporariamente se foi. No entanto, ele voltará. A solução pode parecer óbvia nesse momento, mas não se engane. Concentre-se novamente na sua realidade e prepare-se para o próximo teste.

Uma lição que aprendi é que os testes mais difíceis são os primeiros. Quando você os supera, fortalece-se para o próximo. E assim, você fica cada vez mais forte, até chegar a um ponto em que deixa de se policiar. Aí é quando a maldita dopamina cutuca nossa cabeça, lembrando daquela cena de vídeo que tanto gostamos, questionando se não sentimos falta de dar aquela "olhadinha". Aliás, uma vez só não tem problema. Ouça-me bem, nunca será apenas uma vez. Pode até ser uma vez só naquele dia, mas no dia seguinte, o pensamento será o mesmo, só que mais forte. "Uma vez só, já que você já fez ontem". E assim, todos os dias você terá uma desculpa diferente para deixar seu lado primitivo assumir o controle, pois você vai compensar sua tristeza fazendo algo para esquecer a realidade, como uma droga.

Seu amanhã é a consequência de sua atitude de hoje. Se você adiar para parar amanhã, quando chegar amanhã, o "amanhã" será adiado para depois de amanhã, até se transformar em meses nesse ciclo. Uma dica: se você recair, una todas as suas forças e retorne à realidade. Tudo o que você ganhou com seus dias conquistados não se perde assim, desde que retome o caminho. Suas recaídas não devem resultar em farra. Se você recair 12 vezes durante um ano, terá uma consequência. Agora, se a cada recaída render 10 vezes o erro, serão 120 em um ano, o que será uma consequência no mínimo 10x pior. Inclusive, a primeira recaída é por puro instinto do vício; as próximas serão por impulsão, em que você nem tem tanta vontade, e, claro, para encobrir a tristeza de ter falhado, contudo, mais tristeza virá.

Afaste a ideia de que você deve aproveitar a brecha que você criou. É hora de se fortalecer e não de render a bandeira branca. Suas escolhas tendem a se repetir. A decisão que você tomar hoje será tomada amanhã também, mas no dia seguinte você terá muito mais convicção de sua escolha, pois já a tomou uma vez.

Uma ferramenta que aprendi é o poder do pensamento. Se você quer excluir PMO da sua vida, ou pelo menos só P, a primeira coisa que deve fazer é pensar assim: se eu quero excluir algo da minha vida, não posso pensar nele. Uma maneira de não pensar em algo é acreditar que isso não existe mais. Por que criar uma contagem para algo que não existe mais? Por que pensar em como parar algo que não existe mais? Por que ficar triste com algo que não existe mais? Resumindo, use isso a seu favor. Sempre que se lembrar, pense: não posso pensar em algo que não existe. É o pensamento que fortalece a MPO, logo, não pensar enfraquece. Lembre-se de que pensar em não pensar não funciona. Seria o mesmo que eu dizer para você não imaginar uma tartaruga ninja rosa. Portanto, pense assim: como isso não existe, no que devo estar pensando agora? E retorne à sua realidade (trabalho, lazer, interação com pessoas, etc.). Muitas vezes, consegui períodos longos usando essa abordagem. Você não faz o que não pensa. Se acabou de recair, finja que nada aconteceu, não fique triste, retorne à sua realidade e simplesmente não pense no que você não quer. As lembranças de tristeza tendem a se repetir na realidade; nós moldamos a realidade com nossos pensamentos.

Pense no que você quer, medite, veja a si mesmo em terceira pessoa e imagine como você quer ser, como quer que os outros o vejam, e assim acontecerá. Desejos são realizados, assim como lamentações. Você só consegue pensar conscientemente em uma coisa de cada vez, então use esse espaço para algo que o torne uma pessoa melhor para você.
Outra coisa que observei é que M sem P, embora seja menos prejudicial que MPO, pode levar ao mesmo caminho. As fantasias limitadas que temos de pessoas próximas podem acabar, especialmente se você faz isso com frequência, o que pode levar à maldita P, pois a mente usa isso como desculpa para convencê-lo. Nosso corpo anseia por prazer, mas alguns prazeres nos afastam da realidade. Como são desejados pela mente, ela criará desculpas para convencê-lo.

Cuidado! Você pode tomar decisões certas, mas por motivos errados, criando uma brecha. Exemplo, você não consumirá MPO porque verá sua namorada no dia seguinte, e quando não a ver, seus pensamentos criarão um alerta de luz verde, dizendo que você pode fazer hoje, já que no outro dia a única desculpa foi que você veria sua namorada. Não faça isso. Tome a decisão certa pelos motivos certos. Eu não vou fazer porque quero ser feliz, porque quero ser incrível, e nenhuma vontade artificial irá me impedir. Este motivo não mudará, independentemente do dia, da hora ou do local.

Outra maneira de ver as coisas mais claramente é olhar de fora, de maneira macro. Olhe para si mesmo como se fosse outra pessoa e veja como é simples as escolhas que você precisa fazer. Encontre seus gatilhos. Quando você se sentir invencível ou até mesmo na flatline, achando que nunca mais terá desejos, você está errado. Não deixe de se policiar. O vício entrará aos poucos no seu coração, dizendo: "Lembra daquela cena?" Seu pensamento será "Lembro, mas não me importo." Na próxima vez, ele fará de novo, e você pensará "Lembro, mas não devo fazer." Depois "Lembro, mas acho que não posso fazer." Até que você tenha a oportunidade em que dirá que só vive uma vez e não quer perder aquela chance, e que no dia seguinte começará do zero.

Corte os pensamentos invasivos quando são fracos. Não deixe que tomem conta. Quanto mais longe você ficar da P, mais rápido esquecerá aquelas cenas. A mente está constantemente apagando memórias; só precisa que você permita isso.

A chave é a convicção. O quão convicto você está de que vai parar com isso? E quão convicto está quando acabar esse relaxamento que acabou de ter? Só consegue parar quem tem convicção de que vai parar. Escreva isso, em um papel, bloco de notas, mesmo que apague. Escreva o que aprendeu no dia e escreva um sentimento bom que você está experimentando com sua escolha, como: "Como estou me sentindo limpo após esse banho sem MPO". Se possível, faça isso ao acordar ou ao dormir, pois ao acordar, seus pensamentos estão em branco, e ao dormir, a tendência é que os pensamentos continuem durante o sono.

Já fiz também M sem O, o famoso "edging", o que me esfolava e consumia meu tempo. Não podia tomar um banho que queria praticar, o que fica mais próximo de fazer com O e depois ir para a P novamente. Se quer parar, pare de vez. Não faça isso; só deixará você desconcentrado durante o dia. A vida não é isso, passar horas se masturbando. Você pode perder a sensibilidade conforme força, não sentindo nada durante o sexo ou não conseguindo ejacular, o que não é bom, já que você fará sexo sem prazer, e sua mão será mais atraente que uma mulher.

O que aprendi de verdade com todo esse tempo é que você não perde a guerra na recaída; perde na farra, e você sempre volta ao zero. Quando você não vai mais à farra e aceita a recaída como parte do processo inicial, você se tornará mais forte mentalmente e não perderá seus ganhos. Em três meses, se tiver recaídas sem farra, no trimestre seguinte terá menos recaídas, até não ter mais. Se for inevitável, realmente inevitável, faça sem P e volte ao foco.

A vida é feita de repetições; o que acontece hoje tende a acontecer amanhã. Portanto, tome a decisão certa hoje, assim como está fazendo agora, procurando ajuda e convicto de sua decisão. Você está de parabéns. Agora, volte à realidade!