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Gardenzio
Gardenzio
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A trajetória do vício Empty A trajetória do vício

5/11/2016, 16:35
         Faaaaala pessoal do Fórum!! Bom, irei começar falando um pouco sobre a minha vida e, sobretudo, sobre a minha vida como viciado em pornografia, uma vez que é esse o objetivo do nosso Fórum, e foi por isso que eu decidi agora começar um diário falando sobre mim mesmo. Eu tenho um desejo muito grande que todos os meus relatos possam servir de ajuda verdadeira para os que estão começando agora o reboot ou para aqueles que estão no meio do Reboot. (Bom, acredito que aqueles que concluíram o Reboot têm muito mais para ensinar-nos e trocar experiências conosco).
       
         Os primeiros contatos com a pornografia na minha vida iniciaram-se por volta dos meus 11-12 anos de idade, quando eu cursava a 6ª série (atual 7º ano fundamental), por meio da minha rodinha de amigos. Já naquele tempo eu percebia que muitos deles entendiam bastante coisas sobre “sexo”, pornografia e mulheres, o que atiçava a minha curiosidade a procurar saber o porquê de aqueles meninos, com a mesma idade que a minha, na mesma escola, da mesma classe, sabiam mais do que eu. Tal curiosidade, é claro, fez-me aproximar daqueles que “entendiam” mais do assunto, que chegavam até a  conversar abertamente sobre masturbação, peitos, bundas, vaginas em suas rodas de conversas. Muitas vezes eu os vi assistindo pornografia no celular na escola mesmo, um mostrando ao outro, sem saber, primeiramente, a natureza do conteúdo que eles estavam assistindo, uma vez ninguém assiste pornografia compartilhando para todos, como se quisesse dizer: “Olhem! Estamos vendo pornografia. Venham ver também!”. Então me perguntava: “O que será que esses caras estão assistindo, hein¿”, e vinha um desejo  em mim de me relacionar com eles.
         
         Lembro muito bem da cena específica, quando, na sala de aula, um desses meus amigos, sentado à minha direita, me falou se conhecia alguma coisa sobre sexo, e me falou sobre o pornhub e o xvideos, pra que eu pudesse ver e conhecer sobre “sexo” (entre aspas, por que pornografia não é sexo). E como minha curiosidade sobre a sexualidade era grande, perguntei a ele se era isso mesmo, e lembro-me dele dizendo que eram sites de joguinhos da net. Realmente, não me lembro especificamente quando entrei pela primeira vez, mas recordo que as primeiras impressões me causaram repulsa, e desejo de fechar as abas de pornô, como se inconscientemente eu soubesse que aquilo não prestava. [Na realidade, minha mãe falara que tinham alguns sites que não eram legais que eu entrasse, porque podia me fazer mal, etc. Mas, é claro, ela não me disse que era pornografia, e que pornografia fazia mal. Afinal, eu era um ‘ragazzino’ de 11 anos]. Por volta dos onze anos, eu estava sendo apresentado à pornografia aos poucos, mesmo não querendo consumi-la.
         
         Com o passar do tempo, e vendo que quase todos meus amigos assistiam esses vídeos com mulheres espetaculares, com grandes peitos, bundas incríveis, comecei a achar que não existiria nenhum problema em assistir um pouco também, afinal eram mulheres e era disso que eu gostava. Além disso, eles próprios falavam que não fazia mal, que era até mesmo saudável, e que ia ser muito bom que eu visse ou continuasse assistindo. Também me recordo muito bem do dia quando eu estava no trabalho com meu pai (apenas eu e ele), e no seu celular, ele me mostrou um vídeo pornô, dizendo para eu olhar e que era bom para mim. [Para não estender-me muito, não guardo rancor de meu pai por isso. Mas obviamente não foi a melhor coisa a ser fazer com o filho. Eu nunca faria com o meu.] Algumas vezes meu pai me apresentou à pornografia em seu celular, me falando para que eu visse e que não fazia mal algum. Naquele tempo eu já não queria ver, tinha pra mim que não era bom, mas eu praticamente era inicializado nesta categoria de vídeos.
         
         Dessa forma, mesmo sem minha vontade, já me encontrava viciado na pornografia, nas imagens com mulheres peladas dos jornais, das revistas, etc., e fantasiava muito com uma menina de meu colégio, pois éramos muito próximos e ela era bem avançada no trato com os meninos. Muitas noites, passei esperando acordado – ou fingindo para minha mãe que estava dormindo – para assistir o Cine privê que passava na Band, pois naquela época, apesar de estar viciado, eu não consumia assiduamente a pornografia dos sites (a internet era discada, perdia-se muito tempo esperando carregar um vídeo), mas me masturbava com fotos, jornais, ou vídeos que às vezes eu tinha no celular (também naquele tempo meu celular era muito ruim; ter pornografia ocupava muita memória). Foi a chegada da internet banda larga aqui em casa que deu uma nova roupagem às minha procuras por pornografia, uma vez que agora eu podia acessar todos os sites que me falavam para acessar.  
         
         Apesar de eu não possuir o porte atlético que desejo, pois desde pequeno sempre gostei de praticar muitos esportes – natação, futsal, vôlei, ciclismo, frescobol -, e eu percebo que em mim sempre me veio o desejo pelas mulheres saradas, com abdômen definido, pernas definidas, sem aproximar-se tanto, porém, com aquelas mulheres que praticam fisiculturismo (sem nenhum preconceito com estas; falo das mulheres que curtem cuidar do corpo, mas num nível menos intenso). Por que o vício em pornografia em mim foi despertado, dentre outros fatores, pelo desejo que eu tinha de ver corpos femininos sarados, bonitos, em forma, e com isso fui migrando para os mais diversos tipos de gêneros pornográficos. Primeiro começava procurando as categorias de mulheres saradas, fitness, vídeos com lésbicas, depois fui migrando para categorias mais pesadas, como Bondage, Fetish, e acho que a partir daí os desejos pelo sadomasoquismo entraram em meu cérebro. Até mesmo mais recentemente, com o lançamento do filme “Cinquenta Tons de Cinza”, e através dos comentários de alguns que o filme era “muito bom” (entre aspas mesmo, porque achar isso muito bom só tendo uns probleminhas mesmo) tive curiosidade de assisti-lo. E como durante um bom tempo do meu vício a minha procura sobre vídeos de sadomasoquismo era frequente, o filme surgiu mais como um pornô-literário (o que aliás é o filme e o livro, né kk) onde eu podia fantasiar os desejos mais quentes na tela do computador.
         
         De fato, agradeci muito a Deus por ter encontrado na internet o site Vício em Pornografia Como Parar. Fiquei muito feliz e aliviado que depois de tantas tentativas de parar, finalmente encontrei um alicerce onde eu pudesse construir minha vida na rocha firme. Boa parte das abordagens que eu lia falava muito mais do aspecto da moral religiosa, e não avançava muito nos tópicos subsequentes. Como eu sou católico, encontrar uma abordagem laica e fortemente baseada em estudos científicos me deixa muito feliz, pois confirma ainda mais aquilo que há aproximados 2 mil anos, Jesus tentava nos ensinar sobre adultério e fidelidade, em um de seus sermões da montanha, relatados no capítulo 5 do livro de Mateus. Quantas e quantas vezes eu tentava seguir o que Jesus dizia, mas simplesmente não conseguia, pois estava viciado. Precisava de um tratamento. E muito antes de conhecer o site, o método, o e-book, eu já tinha tentado parar, a partir do momento que por volta dos 17-18 anos eu percebia os malefícios da pornografia em minha vida, e também por que nessa época eu estava procurando aumentar o meu relacionamento com Deus, lendo a Bíblia e os ensinamentos dos líderes mais experientes. Eu já estava procurando sobre o vício em pornografia nesta época, mas nunca tinha obtido sucesso, pois os sites que eu via tinham quase todos aquelas abordagens simplórias - aconselhando-nos a fazer exercícios, parar de pensar em mulheres, orar mais, pois era tentação do demônio – e com isso todas minhas tentativas foram frustrantes. E isso me fez acreditar que a pornografia era normal, natural, uma coisa própria do homem, e que eu não conseguiria parar de assisti-la. Mas não é, nunca foi, nem nunca será.

         No mais, galera, acho que foi um pouco das minhas experiências com pornografia. Acho que faltaram ainda detalhes nos acontecimentos, que me vinham à mente ao escrever, mas como tentei não me estender demais, eles devem ficar para um próximo post. Desejo muito foco, força e fé a todos, para que a gente possa experimentar os verdadeiros benefícios de uma vida longe dos vícios!! Abração, tmj Wink
jovem_mind
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A trajetória do vício Empty Re: A trajetória do vício

16/11/2016, 13:03
Muito bem escrito o seu diário. Prazer em conhecer você e sua história com a pornografia.

Um fato notável na sua história é o incentivo precoce que obteve dos seus colegas e até do seu próprio pai para ver pornografia. Me deixa triste saber o quão isso é comum. Se na minha época (16 anos atrás) isso já era algo "normal", eu fico imaginando como deve ser hoje, onde a maioria das criança entre 7~10 anos já possui smartphone. Onde mesmo quem não quer acaba vendo uma vez ou outra, imagens, gifs, videos no whatsapp. E nós sabemos que só as "boas cenas" circulam por lá, aquelas que te surpreendem, que viciam, etc.

Fico me perguntando quantas crianças, meninos e meninas, estão correndo o risco de cair nesse vicio ou no minimo mudar a sua percepção de sexo, relacionamentos, afeto, etc. Espero que esse assunto ganhe cada vez mais espaço na mídia e que mais pesquisas sejam feitas a respeito desse problema.

Força pra você também amigo!

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Meu diário: http://www.comoparar.com/t4171-diario-jovem-mind
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17/11/2016 - PMO (1 vez)
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Depois do dia 21 tive várias recaídas, com e sem P.
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Atirador Nordestino
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A trajetória do vício Empty Re: A trajetória do vício

16/11/2016, 13:18
Preocupante os rumos que a pornografia vai tomando, fiquei bolado agora, quando eu tinha 12/13 anos, ninguém tinha celular na turminha. O bagulho tende a ficar louco.
Gardenzio
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A trajetória do vício Empty Re: A trajetória do vício

16/11/2016, 21:54
Hmm, pois é, caras, é realmente muito triste :/ Fico feliz por terem lido o meu diário Wink Sempre eu possível vou acompanhar o de vcs também !! Abração, tmj
Ps.: tou me adaptando ao Fórum ainda, tem umas coisas que não sei fazer, mas vou pegando com o tempo hehe
maik95
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A trajetória do vício Empty Re: A trajetória do vício

22/11/2016, 17:12
Boa , atualmente entao é quase impossivel nao ver pornografia mesmo sem querer, mas vamos juntos conseguir se livrar desse vicio
Tmj
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A trajetória do vício Empty Re: A trajetória do vício

22/11/2016, 18:15
Gostei muito do seu relato. Me identifiquei bastante com a forma que vc entrou nesse mundo, pq eu também comecei por influência de colegas. Além do mais já passei por essa necessidade de parar, para estar mais ligado em Deus. Vou seguir seu diário. Mantenha o foco, que vc consegue sair do vício.
Gardenzio
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A trajetória do vício Empty Re: A trajetória do vício

23/11/2016, 20:35
maik95 escreveu:Boa , atualmente entao é quase impossivel nao ver pornografia mesmo sem querer, mas vamos juntos conseguir  se livrar desse vicio
Tmj

Valeeu, parceiro !! Sempre que puder vou estar acompanhando teu diário, cara !! Tmj nessa Wink


Última edição por ilCapo em 23/11/2016, 20:36, editado 1 vez(es)
Gardenzio
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A trajetória do vício Empty Re: A trajetória do vício

23/11/2016, 20:36
Hora.de.Parar escreveu:Gostei muito do seu relato. Me identifiquei bastante com a forma que vc entrou nesse mundo, pq eu também comecei por influência de colegas. Além do mais já passei por essa necessidade de parar, para estar mais ligado em Deus. Vou seguir seu diário. Mantenha o foco, que vc consegue sair do vício.

Brigadão parceiro, sempre que puder vou acompanhar seu diário também, cara !! Abraço Wink
Hora.de.Parar
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A trajetória do vício Empty Re: A trajetória do vício

23/11/2016, 21:07
Smile Vlw!!
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