diário

arturoanonimo escreveu:É um tanto áspero escrever um texto como este, mas o faço para que os meus erros se transformem em algo bom do qual possam surtir bons frutos para se espalharem por quem precisa de ajuda.

Há muitos anos, quando ainda era guri, encontrei uma revista pornográfica e comecei a folheá-la. Meu erro começou bem antes disso: me metendo onde não devia. Depois soube o que era a masturbação e outra fase do pesadelo começava a se instalar em meu ser.

Quando ganhei meu primeiro computador, passei a conhecer mulheres lindas. Conheci minha ex-namorada, que recebeu esse prefixo "ex" porque eu não soube valorizá-la, por achar que estar em um relacionamento não era bem o que eu esperava, já que não havia as aventuras que a indústria pornográfica implantara em minha mente. Depois comecei a ficar um pouco mais assíduo em meus acessos ao computador, a criar várias redes sociais para conhecer novas mulheres bonitas.

Cheguei a um ponto de desacreditar no amor, por achar que tudo o que nos envolve, todo relacionamento íntimo, é sinônimo para sexo desenfreado, e não o compartilhamento de sentimento. A pornografia me deixou apático, não via mais o lado bom da vida, o pensamento em suicídio aumentara como nunca antes.

Comecei a me dar mal nos estudos, desperdicei grandes chances profissionais e de relacionamentos pessoais por preferir passar um número gigantesco de horas olhando perfis de mulheres que eu sequer conhecia nas redes sociais. Tornei-me um stalker.

Perdi a conta de quanto tempo precioso de minha vida eu joguei olhando Instagram, Facebook, Tumblr etc. para sustentar meu vício em masturbação. Eu era atraído pela ideia de novidade. Parecia que sempre haveria uma mulher mais bonita que a outra, e que eu precisava conhecer, mesmo que virtualmente para me masturbar, como se fosse um ritual.

No fundo, desde a época em que tudo isso começou, vendo a revista que eu não deveria ter visto, senti que era errado. Não no sentido religioso.

Bom, é difícil explicar essa parte. Sou ateu, mas já passei por todo tipo de concepção filosófica/religiosa: ateu, agnóstico, budista, cristão (sem denominação), evangélico, católico e, por fim, ateu novamente. Fiz esse adendo apenas para ressaltar que não são impulsos religiosos ou moralistas que me fazem perceber que há algo muito errado na pornografia.

O mal que a pornografia causa no indivíduo é sobretudo de cerceio da liberdade, existe uma gradação na pornografia. Primeiro você é sugestionado pela sociedade, começa a gostar de "brincadeirinhas" machistas etc., depois passar a olhar fotos sensuais, mais tarde já é fisgado pelo sexo explícito, depois são vídeos, os quais vão ficando cada vez mais pesados pois um viciado sempre procura novidades, é preciso aumentar as doses, começam fetiches. E no meio de tudo isso se instala a destruição silenciosa de nossa identidade, viramos escravos. Perdemos a magia boa da "ingenuidade", tudo parece que ganha um "duplo sentido", os pensamentos sexuais acabam nos sugando por 24 horas!

Existe, de fato, algo muito mau por trás da pornografia. Ela nos sujeita a um rebaixamento moral, suja nossa mente, sentimos que não temos mais dignidade, quer dizer... não sentimos mais nada, nem amor. Apenas buscamos um prazer de três segundos por conta do hábito, do vício que já tomou conta de nós e modificou a estrutura de nosso cérebro, tal qual age uma droga no organismo de um viciado.

Resolvi escrever esse texto porque me arrependo bastante por ter sido culpado na perda dos meus sentimentos. Se hoje sou alguém frio, foi porque o calor da pornografia destruiu todo meu suporte vital.

Nesse momento em que termino de escrever, ainda olho para uma coleção de 108 perfis de mulheres lindas e, com resistência, sinto a necessidade de dar um basta nisso! Quero voltar a viver! Quero acreditar novamente na magia que antes me dignificava e me tornava feliz. Quero livrar-me dessa ansiedade, desse vício em pornografia, em internet, em masturbação. Quero usar meu tempo para me aprimorar como humano, partilhando minha vida com pessoas de verdade, em vez de ficar 6 horas por dia em redes sociais, navegando de foto em foto como se mulher fosse objeto. Quero amar novamente.

Autor: Anônimo [texto livre para compartilhar]

arturoanonimo escreveu:Heitor, essa parte de evitar olhar perfis sem dúvida é mais difícil para mim do que evitar sites de P. As vezes basta eu lembrar de uma mulher, ou ver uma modelo que me atraia, que vou pesquisar fotos no Instagram e acabo voltando pra M. Mas vou evitar e, pouco a pouco, espero que meus hábitos no computador mudem. Olhei postagens bem interessantes aqui no fórum e vou aderir às dicas dos colegas de usar o computador apenas para atividades produtivas, e não usar só por "tédio", para não ter recaídas.

arturoanonimo escreveu:Hoje percebi que sou um traste viciado mesmo. Não consegui resistir à tentação e fui fuçar no Instagram (que pra mim é o gatilho mais forte). Embora eu não tenha visto P explícita, olhei fotos sensuais de mulheres no Instagram e não me aguentei. Então vou zerar o contador na esperança de que isso não volte a se repetir.  Como determino para mim que não quero fazer uma coisa de jeito nenhum, e ainda assim faço? A única explicação que vejo é vício.

OBS.: Eu havia colocado bloqueadores no computador e tudo bem, mas faltou no celular. Meu telefone é Android, mas não uso o Google Play porque é pesado demais e trava o aparelho. Alguém conhece um bloqueador no formato "apk" para baixar e instalar?

arturoanonimo escreveu:É um tanto áspero escrever um texto como este, mas o faço para que os meus erros se transformem em algo bom do qual possam surtir bons frutos para se espalharem por quem precisa de ajuda.

Há muitos anos, quando ainda era guri, encontrei uma revista pornográfica e comecei a folheá-la. Meu erro começou bem antes disso: me metendo onde não devia. Depois soube o que era a masturbação e outra fase do pesadelo começava a se instalar em meu ser.

Quando ganhei meu primeiro computador, passei a conhecer mulheres lindas. Conheci minha ex-namorada, que recebeu esse prefixo "ex" porque eu não soube valorizá-la, por achar que estar em um relacionamento não era bem o que eu esperava, já que não havia as aventuras que a indústria pornográfica implantara em minha mente. Depois comecei a ficar um pouco mais assíduo em meus acessos ao computador, a criar várias redes sociais para conhecer novas mulheres bonitas.

Cheguei a um ponto de desacreditar no amor, por achar que tudo o que nos envolve, todo relacionamento íntimo, é sinônimo para sexo desenfreado, e não o compartilhamento de sentimento. A pornografia me deixou apático, não via mais o lado bom da vida, o pensamento em suicídio aumentara como nunca antes.

Comecei a me dar mal nos estudos, desperdicei grandes chances profissionais e de relacionamentos pessoais por preferir passar um número gigantesco de horas olhando perfis de mulheres que eu sequer conhecia nas redes sociais. Tornei-me um stalker.

Perdi a conta de quanto tempo precioso de minha vida eu joguei olhando Instagram, Facebook, Tumblr etc. para sustentar meu vício em masturbação. Eu era atraído pela ideia de novidade. Parecia que sempre haveria uma mulher mais bonita que a outra, e que eu precisava conhecer, mesmo que virtualmente para me masturbar, como se fosse um ritual.

No fundo, desde a época em que tudo isso começou, vendo a revista que eu não deveria ter visto, senti que era errado. Não no sentido religioso.

Bom, é difícil explicar essa parte. Sou ateu, mas já passei por todo tipo de concepção filosófica/religiosa: ateu, agnóstico, budista, cristão (sem denominação), evangélico, católico e, por fim, ateu novamente. Fiz esse adendo apenas para ressaltar que não são impulsos religiosos ou moralistas que me fazem perceber que há algo muito errado na pornografia.

O mal que a pornografia causa no indivíduo é sobretudo de cerceio da liberdade, existe uma gradação na pornografia. Primeiro você é sugestionado pela sociedade, começa a gostar de "brincadeirinhas" machistas etc., depois passar a olhar fotos sensuais, mais tarde já é fisgado pelo sexo explícito, depois são vídeos, os quais vão ficando cada vez mais pesados pois um viciado sempre procura novidades, é preciso aumentar as doses, começam fetiches. E no meio de tudo isso se instala a destruição silenciosa de nossa identidade, viramos escravos. Perdemos a magia boa da "ingenuidade", tudo parece que ganha um "duplo sentido", os pensamentos sexuais acabam nos sugando por 24 horas!

Existe, de fato, algo muito mau por trás da pornografia. Ela nos sujeita a um rebaixamento moral, suja nossa mente, sentimos que não temos mais dignidade, quer dizer... não sentimos mais nada, nem amor. Apenas buscamos um prazer de três segundos por conta do hábito, do vício que já tomou conta de nós e modificou a estrutura de nosso cérebro, tal qual age uma droga no organismo de um viciado.

Resolvi escrever esse texto porque me arrependo bastante por ter sido culpado na perda dos meus sentimentos. Se hoje sou alguém frio, foi porque o calor da pornografia destruiu todo meu suporte vital.

Nesse momento em que termino de escrever, ainda olho para uma coleção de 108 perfis de mulheres lindas e, com resistência, sinto a necessidade de dar um basta nisso! Quero voltar a viver! Quero acreditar novamente na magia que antes me dignificava e me tornava feliz. Quero livrar-me dessa ansiedade, desse vício em pornografia, em internet, em masturbação. Quero usar meu tempo para me aprimorar como humano, partilhando minha vida com pessoas de verdade, em vez de ficar 6 horas por dia em redes sociais, navegando de foto em foto como se mulher fosse objeto. Quero amar novamente.

Autor: Anônimo [texto livre para compartilhar]