Diario - Aliocha

Dia 17 do reboot.

Acredito que estou no caminho certo.

Hoje passei por uma situação, que me ocasionou algum estresse.

Fui na casa de um amigo, encontrar outros amigos. Inclusive uma menina que me desperta uns sentimentos negativos. Ela não me fez nada. Mas não precisa, porque minha cabeça, que faz caminhos neurais únicos, fez isso por ela.

Vi uma vez uma frase em um livro de psicologia que eu achei genial. Difícil de compreender na prática, mas é de fato como a coisa funciona. A frase é: "as pessoas não são a CAUSA dos seus sentimentos. Elas podem ser "gatilhos", mas nunca, a CAUSA".

Quando estamos em um estado negativo qualquer, mesmo que alguém tenha nos feito algo de mal, ou de ruim...

A verdade é que estamos presos em nossas próprias correntes de dor e agonia. O outro está longe. O outro está rindo. O outro se esqueceu. O outro está feliz. O outro, em resumo, não é O responsável por nosso mal estar. Qualquer coisa SOBRE O OUTRO escapa completamente do nosso alcance, do nosso entendimento, e por fim, escapa da nossa conta. Isso pode ser difícil de entender. Se irritar porque o outro é o que é, eis um erro clássico. Isso quando não nos irritamos com o que nós mesmos somos - outro erro fatal. Tais coisas, se crescerem demais e saírem de controle, são ao meu ver, um convite ao vício.

É a irritação contra a realidade das coisas. Irritação e revolta contra as realidades das coisas, eis o melhor caminho pra se afundar em todos os vícios. É a minha teoria, a qual encontro exemplos totalmente plausíveis na minha própria vida. Se estive tanto tempo viciado, é porque durante um longo tempo, eu não aceitei os outros como são e me revoltei contra eles. Se estive tanto tempo viciado, é porque eu não conseguia me aceitar como eu sou. Viver uma vida assim só pode significar dor, miséria e sofrimento.

As coisas só começam a se acertar quando a gente vai, aos poucos, aceitando as coisas como elas são.

O movimento contrário, da revolta e do ódio, contra nós mesmos e contra os outros, só pode dar em coisas ruins e maléficas, como vício em porn, por exemplo.

A nossa sorte é que "há um tempo para cada coisa", como diz aquele trecho do Eclesiastes. Se há um tempo para odiar e espumar de raiva. Há também um tempo para amar e ser feliz. Há um tempo para o vício. Mas também há um tempo para a abstinência e a cura. Cada coisa ao seu tempo. Compreender isso ao nível emocional é realmente muita sabedoria.

A verdade mesmo é que todas as pessoas seguem as suas vidas, submetidas às mesmas leis naturais - cosmológicas, espirituais, psicológicas. As leis do desenvolvimento humano me parecem se aplicar sobre todos, igualmente.

Bom, voltando ao estresse de ontem.

Não vou contar os detalhes da razão do meu mal estar com essa mulher. Mas basta dizer que estar com ela foi um gatilho para meus sentimentos negativos. Ela é a causa da minha negatividade? NÃO. Mas ela foi um gatilho pra mim, absolutamente. Por que se eu não tivesse tido contato com ela, tais sentimentos não teriam surgido em mim naquele momento. Ou seja: esses sentimentos SÃO MEUS, ME PERTENCEM, EU OS GEREI, ESTÃO DENTRO DE MIM e eu SOU O ÚNICO E EXCLUSIVO RESPONSÁVEL POR ELES. Tais sentimentos muitas vezes ficam OCULTOS. Eles aparecem quando ALGUM FATOR EXTERNO os desperta. Tal fator externo pode ser qualquer coisa, no meu caso foi essa mulher.

Percebam como, antes das coisas serem resolvidas, elas tem que vir à tona.

É impossível vencer algo que você não sabe o que é, não sabe onde está, e nem de onde vem. Uma vitória só se torna possível a partir do momento que se tem informações mínimas sobre o problema.

Nesse sentido, nossos problemas (qualquer um, até o vício) SÃO UM GUIA, uma espécie de mapa mesmo. Nossos problemas são indicativos diretos dos nossos pontos falhos. Chegar nisso é uma verdadeira bênção - entender, compreender a FUNÇÃO de certas coisas desagradáveis que acontecem com a gente. Compreender que a vida (o que inclui todos os seus problemas e sofrimentos) tem uma função EDUCACIONAL. Que há um propósito, um porque de cada coisa, e que esse propósito é, ao fim, BENÉFICO.

Pois bem, senhores, quero dizer que é possível USAR NOSSAS DORES E SOFRIMENTOS AO NOSSO FAVOR. Sim, isso é totalmente possível.

Para que isso aconteça, convém um certo desapego de tais sentimentos. Um afrouxamento. Um distanciamento.

Profundamente imerso na negatividade. Na absoluta certeza das coisas. É impossível vencer.

Acaba que muitas coisas não são o que a gente pensa que é. O apego ao que achamos que é, isso é um grande problema. Quer dizer, enxergamos uma pequeníssima parte das coisas, das pessoas, e quando algo de ruim nos acontece, ficamos FIXOS na ideia de que quiseram nos ferrar. Nos prejudicar. Eu sou isso. Eu sou aquilo. Aquela mulher não presta. Fulano quer acabar comigo.

Quanto mais esses pensamentos se repetem, mais força eles ganham. Repetir esses pensamentos negativos é como engrossar as paredes de nossas prisões interiores. Pensamentos também viciam. Vejo muitos e muitos aqui, por exemplo, que ficaram viciados em pensamentos tais como: "eu sou um lixo". Esse pensamento ("eu sou um lixo") ou outro qualquer. Isso pode ser tão viciante quanto crack ou qualquer outra droga. Esses pensamentos, literalmente, viciam.

Portanto, pra início de conversa, é preciso buscar o desapego de nossas negatividades. Deixar de ter certeza de que fulano ou fulana são os responsáveis por nossa vida lixo, por exemplo. Não, eles não são responsáveis. Mesmo que tenham errado conosco - de fato, as pessoas erram, nos ferem as vezes. Não estou dizendo que é fácil fazer isso. Na verdade, leva muito tempo pra se chegar nessas conclusões. Isso só pode ser conseguido por quem trilhou o caminho das pedras. É o caminho natural da própria vida, eu acho. Partir da inconsciência. Para a consciência. No primeiro caso, somos vítimas, sempre vítimas. Não fizemos nada de errado, os outros é que são mal e ferraram com a gente. No segundo caso, conseguimos reconhecer os nossos erros. Entender que nós mesmos construímos nosso sofrimento. Dá até pra se acertar com quem nos magoou. Isso é uma das melhores sensações do mundo. Ser honesto com nós mesmos, com os outros, e ficarmos com a consciência limpa, em paz.

O "sintoma" é ruim. Vício em porn e seus efeitos, horrível. No entanto, trabalhando COM esses sintomas, é possível entender que mensagem eles querem nos passar. O caminho das pedras. No final, vai dar no caminho da paz. Compreender isso, é algo que só é possível com o tempo. Mas que essas palavras possam ser uma luz, para aqueles que desconfiam de tais coisas, mas ainda estão embolados em suas próprias correntes negativas. Nós criamos as nossas correntes negativas, mesmo que outras pessoas tenham errado ou feito algo de ruim conosco. Que eu possa aprender isso mais e mais, que eu possa crescer nisso. Em me auto responsabilizar por mim mesmo.

Fechando o post, vou falar um pouco da minha vida.

Eu continuo sem sair de casa. Não me sinto mal com isso. Embora eu tenha consciência de que preciso "me abrir" em algum momento.

Sexo? Para o viciado em pornografia, não há clareza sobre esse assunto. Nenhuma. Tudo que eu falar sobre sexo, será necessariamente enviesado, confuso, envolto em brumas e trevas. Devido ao meu vício em porn. E também devido ao meu percurso de vida. Já disse várias vezes aqui que foi muito sofrido pra mim ter 27 anos, ser virgem, e ver constantemente meus amigos namorando, ficando com as meninas, falando de sexo, relacionamento. E eu o tempo todo desejando fortemente essas coisas, sem conseguir. Eu não soube suprir uma necessidade minha. Sim, porque eu tenho essa necessidade. Não vou discutir aqui quem precisa, quem não precisa. Não posso ficar pensando nos desejos dos outros. Se os outros precisam de uma ferrari pra ficar bem. De pedras de crack. De namorada, de namorado, ou ambos ao mesmo tempo. De paz. De viajar pelo mundo. De emprego. Se tem quem precise dessas coisas pra ficar bem, isso não me diz respeito. Cada um que deveria saber do que precisa. Eu não vou me guiar pelo desejo dos outros. Ao contrário, eu vou afirmar o meu desejo. Afirmando o meu desejo, posso dizer que ao longo da maior parte da minha vida, eu queria beijar, namorar, transar, me relacionar amorosamente/sexualmente, etc, desde a adolescência (aos 14 anos eu já pensava nisso). Essa questão é parte do meu histórico pessoal, é uma parte importante do meu sofrimento.

A relação disso com sair de casa é evidente. Em casa, não tenho como conhecer ninguém, nem amigo, nem amiga, muito menos amante. Saindo de casa, as coisas podem acontecer. Trancado em casa, não tenho como interagir. Sem interagir, não posso suprir a minha necessidade, que só se realiza plenamente no encontro com o outro.

Só se realiza plenamente no encontro com o outro. Se eu e o outro estivermos com a porta aberta, essa é a única condição em que a coisa pode acontecer. Já tentaram dar bom dia, pra alguém que está fechado? Geralmente recebemos uma grosseria, um xingamento, a porta batida na nossa cara. Essa mesma pessoa pode sair do quarto depois, e reclamar em como ela se sente sozinha. Ela tem uma necessidade - de amigos. Amizade é algo que necessariamente precisa de duas pessoas. Essa que bateu a porta está em falta disso. Quem não tem uma necessidade suprida, fica estressado, chateado, em suma, em um estado negativo. Ela precisa disso. Mas qual a questão?

A questão é que ela bate a porta na cara dos amigos, e é extremamente grossa com qualquer um que vá falar com ela. Aí as pessoas se afastam. O que resulta na solidão.

Por onde começar a resolver o problema?

Com certeza, o primeiro passo é tal pessoa estar ABERTA. Estar DISPONÍVEL. Sem isso, ela continuará sofrendo. Parece simples, mas as vezes pode levar longos anos pra chegar nesse ponto.

Eu estou no meu processo de abrir meu coração e meu corpo....estou no meu processo de permitir que me toquem, permitir que encostem em mim, que me façam um carinho.

Eu tinha trancado meu coração com 7 chaves, ainda na infância. A questão é que joguei as chave fora, de raiva. Quando precisei dessas chaves, eu não as encontrei. Não as encontrando, tive que permanecer trancado. Isso me levou ao profundo desespero. Isso me levou a beber cachaça, fumar crack, passar dias e dias me masturbando com porn, flertar com a morte, etc. Cada um tem o seu próprio pesadelo. O bicho papão do Harry Potter. Ele adquire a forma do medo particular de cada um. Quando o bicho papão encontra o Rony, se transforma em uma aranha gigante. O que, claro, é o suficiente pra fazer o Rony desmaiar de pânico - por alguma razão que desconheço, o medo que ele sente da aranha é profundo. Com certeza, essa medo tem uma história. Não surgiu de repente, do dia para a noite. Nossos maiores sofrimentos e medos não são por acaso. Eles possuem uma história, uma genealogia, todo um longo desenvolvimento.

Se o bicho papão aparecesse para mim, ele tomaria a forma...

De um Aliocha 100% incapaz de dizer: "eu te amo". Com a boca amarrada, as mãos amarradas para não poder escrever, sinalizar, de nenhum modo, os meus reais sentimentos.

Esse é um dos meus grandes terrores, um dos grandes medos que eu tenho. Isso realmente já foi fonte de muito sofrimento pra mim.

Hoje em dia, eu ainda continuo em busca das chaves do meu coração. A questão é que compreendo que eu mesmo as joguei fora, logo, não tenho sentido raiva dos outros pela minha situação. Estou saindo da posição de vítima. Para a posição de quem assume seus erros e trabalha para conserta-los.

Isso leva tempo.

Vou ficar por aqui.

Excelente reboot para todos.

Agora - disse Sócrates - representarei da seguinte forma o estado de nossa natureza relativamente à instrução e ignorância. Imagina homens em morada subterrânea, em forma de caverna, que tenha em toda a largura uma entrada aberta para a luz. Esses homens ai se encontram desde a infância, tendo sido condicionados a assistir apenas as telas e dispositivos à sua frente. Computador e celular, disponível 24 horas por dia, com internet em alta velocidade, tal foi a dieta ministrada a esses homens, de modo que se tornaram prisioneiros do vício. Imagina que do lado de fora da caverna há uma estrada, e que nessa estrada passam pessoas dos mais diversos tipos, homens e mulheres, apressados ou lentos, apaixonados ou odiosos, onde se pode perceber as situações típicas da vida.

Mas que estranhos prisioneiros, Sócrates! - disse Glauco.

Eles são semelhantes a nós - respondeu Sócrates. Mas primeiro imagina que em tal situação se tornaram viciados de tal modo que ignoram tudo e todos ao redor, chegando mesmo a ficar sem comer e sem beber água. Por fim, esquecendo por completo certas experiências que só poderiam ser vividas fora das telas, tal o nível perfeito dessa prisão interior.

Certo, disse Glauco. Há casos de ratos que foram propositadamente viciados em heroína, e ficaram de tal modo que morreram de inanição, havendo água e comida disponível.

Bem lembrado, disse Sócrates. Se esses prisioneiros conversassem entre si, não julgas que tomariam por objetos reais as imagens que avistassem?

Necessariamente.

Tais homens, continuou Sócrates, só atribuem realidade às imagens fabricadas.

De fato é assim. Falam por exemplo, com uma imagem de mulher, como se fosse uma mulher! E tal fato é curiosíssimo!

Considera agora o que acontecerá se forem libertos das cadeiras e curados da ignorância. Que se separe um desses prisioneiros, afim de leva-lo para o lado de fora. O ofuscamento causado pela luz do sol não o impedirá de distinguir claramente os objetos reais?

Sim, com certeza - respondeu Glauco. E não só isso: seu próprio sistema está desequilibrado.

Isso é correto - disse Sócrates. De modo que se alguém lhe oferecer uma boa refeição, não crês que ficará embaraçado, e que os restos de alimentos que comia na prisão lhe parecerão, de início, melhores do que os alimentos que ora lhe são mostrados?

Certamente. Tal é a força do hábito!

E se uma bela mulher se interessar por nosso recém liberto, não ficará também embaraçado, achando que a imagem de uma mulher é melhor do que a mulher em si, optando por rejeitar essa última?

Assim é!

E se o forçam a olhar as pessoas e os objetos, sua cabeça não ficará baixa, não buscará tirar a vista da realidade, para retornar às coisas que pode olhar? Chegará mesmo a achar tal contato uma violência, e reclamará de sua nova condição. Tal pessoa necessitará, portanto, de um novo hábito, e de uma nova educação, para aprender a viver no mundo real.

Há de ser assim.

E, uma vez que esteja adaptado ao mundo real, ao pensar em seus companheiros de prisão, não crês que se rejubilará com a própria mudança, e lastimará os que lá ficaram?

Necessariamente.

E se eles se concedessem entre si honras e louvores aquele que captasse com o olhar mais vivo a passagem das imagens pornográficas, que se recordasse melhor dos detalhes das imagens, das atrizes e atores, da ordem dos vídeos? Pensas que o liberto sentirá ciúmes dessas distinções, e alimentaria inveja por aqueles que, entre os prisioneiros, são considerados os melhores?

Por Zeus que não, caro Sócrates!

Não preferiria esse homem ser o mais pobre trabalhador da cidade e sofrer tudo no mundo, do que retornar para sua antiga vida de ilusões?

Necessariamente é assim, caríssimo Sócrates!

E aí, meu nobre, como você está? Parabéns pela sua streak, grande evolução da sua parte. Lendo o seu texto, eu tive a impressão de quase um retrato de como me sentia, me sinto e hei de sentir em alguns momentos da minha vida.

Eu tenho uma sensação de negatividade também, no auge da pornografia eu tinha uma sensação de falta de dignidade. Tinha inveja de todo mundo, cheguei ao cúmulo de ter inveja dos atores de filmes adultos, porque eles transavam com várias mulheres e eu não tinha ninguém. Era a sensação de completo fracasso, tudo isso se manifestava na minha vida, não me cuidava, não terminava tudo, sempre tinha uma sensação de boicote. Do velho segredinho sujo escondido. Tudo isso era tão ruim para mim, sempre tive a sensação de que estava invisível. Quantas vezes me questionei a Deus do porquê meus amigos estarem crescendo na vida. Eu sentia uma sensação não de que Deus tivesse me abandonado, mas que Deus estivesse contra mim, como se de alguma maneira tudo de ruim fosse punição divina, a sensação de que Deus era meu inimigo, mais eu me afundava na pornografia.

Este ano tudo mudou, tomei atitude e me enfrentei. O pior que este ano foi o ano que mais mudei de vida, mas praticamente o "ano começou" só na metade de março, mas fiz valer a pena. Batalhei, confiei em Deus e segui. É confiar, ainda tenho pouca fé e peco pela minha falta de fé. Mas sigo, mas caminho e confio que o Senhor nos dará a vitória. Vamos crescendo, eu sei que o Senhor nos dará grandes conquistas.

Qual texto? O relato anterior, ou a alegoria do Platão, adaptada aos tempos de internet?

Pornografia e negatividade é como unha e carne. Ou como duas metades de uma laranja: só andam juntas, vem juntas, de modo que mal da pra se referir a porn, sem se referir à negatividade. Alguém aqui teria dúvidas disso? Sim, ser viciado em pornografia não é nada digno, realmente nem um pouco. É uma espécie de mendicância, apenas que não se trata de moedas, mas de outra coisa.

As vezes eu sinto inveja também. Mas nunca senti inveja dos atores. Apesar deu não ter quase nenhuma experiência sexual, eu consigo entender o que é uma transa "vazia". Transa vazia, pra mim, não acrescenta e nada, portanto, atrapalha. É melhor se masturbar do que transar com certas pessoas, sem dúvidas. Então eu sempre compreendi que não existe prazer na pornografia profissional. O cara tem que fazer aquilo por horas, tem que tomar viagra - já que ele não pode ser um mero mortal, ele tem que ser O duro o tempo todo. Imagina, ficar tomando drogas só pra aparentar o comedor? Deus me livre disso.

Perfeito, você resumiu bem a coisa. "Quantas vezes me questionei a Deus do porquê meus amigos estarem crescendo na vida". Nós sabemos a resposta, não é mesmo? Vício. A questão, eu acho, é uma certa falta de maturidade na vida (espiritual), onde não conseguimos assumir, realmente, a nossa vida.

Assumir realmente nossa vida, ficar bom no domínio do barco...isso pode levar uma vida inteira. Dá pra trabalhar mais rápido. Dá pra trabalhar mais lento. É possível trabalhar em qualquer velocidade. Isso é bom na vida, algumas coisas você pode se esforçar mais, ou se esforçar menos, conforme você esteja disposto.

Deus é muito paciente conosco...

Nós abandonamos Ele, mas Ele nunca nos abandona. Eu consigo ter esse entendimento. Eu nunca fui ateu. Eu sempre soube das maravilhas do amor divino, ainda que meu comportamento fosse o extremo oposto disso. Sei lá, eu podia estar batendo a cabeça na parede e bebendo cachaça até cair, mesmo com toda a negatividade, eu sempre soube, SEMPRE, soube que o amor de Deus é muito grande, que somos cuidados e vigiados. Nós é que não somos perfeitos, o que é natural. Basicamente, eu estou errado, Deus está certo. É mais ou menos assim que eu vejo a coisa. Quanto a sensação de "punição divina", isso é extremamente equivocado. O Deus do velho testamento é muitas vezes uma PROJEÇÃO do ser humano. Se os leões tivessem um Deus, ele se pareceria com um leão e agiria como um leão. Eu não acredito em punição divina. Eu acredito em causa e consequência. Há coisas que vão ter uma consequência ruim. Algumas nós sabemos das consequências. Outras, nós absolutamente desconhecemos as consequências. Porn, hoje, eu conheço. Antes deu descobrir o fórum, eu não sabia que isso me fazia mal. Sabendo ou não sabendo, se eu consumir, virá a consequência. Impossível fugir.

Muito boa sua mensagem. Valeu pelo apoio, Marcelus. Gratidão.

Indo pro dia 20 do reboot.

Eu quero me dedicar a estudar gerenciamento emocional.

Eu quero aprender a gerenciar as minhas emoções, é isso.

Todo mundo sofre por esse tipo de problema, sem exceção. Só que eu comprei a briga, e quero levar isso como um propósito de vida.

Há pessoas que são roubadas, e se dedicam para virar policial. Pessoas que ficam muito doentes, e quando melhoram, trabalham pra estudar medicina. Há quem sofra graves injustiças, e depois estuda direito, para ajudar os outros.

Eu sofri muito por questões emocionais, e quero adquirir a maestria nisso, tanto para me libertar, quanto para ser uma ajuda FORTE para os que sofrem. Claro, isso ainda vai levar um tempo.

Sobre o vício.

É foda, me sinto levemente angustiado. Não necessariamente é ruim. Qual a minha situação?

Eu SINTO CLARAMENTE EM TODOS OS POROS que eu estou COM UM PÉ NA LIBERDADE, QUE DESSA VEZ EU TENHO REALMENTE CONDIÇÕES DE SAIR DESSA.

Esse pé esta FIRME? COMPLETAMENTE FIRME? RESPOSTA: NÃO. MAS ELE JÁ ESTÁ DO OUTRO LADO, DO LADO DE QUEM ESTÁ LIVRE DO VÍCIO. Eu consigo SENTIR O GOSTO DA LIBERDADE, mas ainda HÁ ALGUMAS CORRENTES MENORES A ME PRENDER. As maiores, as correntes mais grossas e pesadas, essas EU JÁ QUEBREI. Compreendem o que eu digo?

Por fim, eu preciso me superar, superar meu vício pelo isolamento. Sim, eu fiquei viciado em ficar sozinho lendo livros de filosofia. Eu não comecei isso hoje. Eu levei anos pra chegar nesse estado. Nesse estado de quem passa 8 anos sem transar e acha normal. Isolamento. Isso é um problema SÉRIO PRA MIM.

Drogas tem tudo a ver com isolamento. Drogas servem pra isso. Pra isolar. As pessoas quando bebem álcool, algumas conseguem interagir melhor. De fato o álcool diminui a censura, falamos mais, mais livremente. No entanto, o álcool não melhora a qualidade da relação em si EM NADA. EM NADA MESMO. Ele pode ajudar em outras coisas associadas, mas não na relação em si. Pornografia, pra que falar? Eu não tenho vida sexual (eu realmente não tenho vida sexual, zero, a muitos e muitos anos) em parte porque me satisfaço com pornografia. Eu preciso compreender MINHA RESPONSABILIDADE NISSO. Eu já entendo em parte, mas preciso AVANÇAR MAIS nesse ponto.

Em suma, preciso fazer um sério trabalho de análise no fator ISOLAMENTO. Por análise, não me refiro a uma reflexão intelectual. O intelecto não alcança todas as partes da alma. Isso é algo mais incrustado. Exige um outro tipo de tratamento, não a reflexão intelectual.

Se duvidar, senhores, essa é a minha tentativa definitiva.

Eu ainda tenho muitos problemas, agora eu estou meio estranho, mas acho que por outro lado, eu cresci muito, amadureci muito, e eu consigo sentir isso claramente. Fico feliz com a minha evolução: eu consigo ver ela, de modo muito real.

Até a próxima.

Booa, Aliócha!

Os textos são muito bons, e nunca tinha lido a alegoria do mito da caverna adaptado para o vício em PMO! haha

Parabéns pelos dias limpos, mano. Segue firme com essa pegada.

Interessante que boa parte de suas reflexões eu também as faço comigo, evidentemente que cada um à sua maneira. E parece-me também muito verdade o fato que você falou que as pessoas podem superar suas dores e usar isso justamente para ajudar outras pessoas. Eu sinto isso também. Parece que existe um nobre propósito de vida ao fazer isso, e acho que seguir esse caminho dá um profundo senso de contribuição com o Universo/Deus.

Vamo pra cima!

Abraço e fica na paz!

Recai, com 23 dias, eu acho. Algumas observações.

1 - Eu estou muito mais maduro do que a pouco tempo atrás. Consigo sentir claramente como estou agindo de um modo diferente em relação a uma série de coisas. Agindo melhor, no caso.

2 - Exercício físico funciona como uma espécie de redistribuição energética. A energia ficou presa na região genital, é preciso desviar essa energia para outras partes do corpo, e é isso o que o exercício físico faz. Tenho feito exercícios de calistenia variados. Tentando entender meu corpo.

3 - Meu erro PRINCIPAL é o fato de que eu tenho tentado vencer essa batalha sem sair de casa. Caras, nem o super homem conseguiria vencer o reboot trancado em casa. Na segunda eu vou me resolver nesse sentido. Quero fazer BOXE - sim, isso mesmo, BOXE. Fui um tempo atrás numa academia aqui no bairro, gostei de lá, mas não entrei no treino. Pois bem, agora eu quero. Tudo é questão de querer. Quem não quer agora, um dia pode querer. Retornarei lá pra ver os horários.

Além do boxe, penso em fazer outra coisa. É ESSENCIAL que seja um ambiente em que eu interaja com pessoas. Que seja possível conhecer pessoas. Isso é muito, muito importante pra mim.

4 - Minha compreensão psicológica do meu vício é boa. Consideravelmente boa. Isso acrescenta muito ao reboot.

5 - Preciso aumentar a minha compreensão sobre a minha responsabilidade perante meu sofrimento. Eu já consigo visualizar as cadeias de causas e efeitos, as minhas escolhas que terminaram por dar no lugar que deu. No entanto, preciso ver isso com mais clareza, cada vez mais clareza. Se eu conseguir visualizar isso melhor, com certeza conseguirei fazer um reboot melhor também.

O item principal a ser solucionado é o item 3.

Lembrem-se da paciência de Deus conosco.

Lembrem-se que temos dentro de nós a Perfeição, porque o reino do Céu não é lá no alto. Caso contrário, os pássaros estariam mais perto do reino do que nós. O reino do Céu está DENTRO DE NÓS.

Há dentro de nós um lugar de paz, sabedoria, certeza, amor, força. Esse lugar existe - eu já o constatei diversas vezes através do processo meditativo. Esse lugar existe, e desde de que eu "descobri" o lugar da suprema força, eu tenho me dedicado - aos poucos - a obter esse tesouro. Não é tarefa fácil. Leva muitos anos. Pode levar uma vida inteira.

Só quero dizer que tais coisas existem dentro de nós. Compreendo que algumas pessoas se encontram em tal condição que se esqueceram completamente disso. É a elas que eu quero me dirigir mais especialmente.

A imperfeição, amigos, é temporária. Mas nossa sabedoria, nosso conhecimento. Esses ficam. Ficam e ninguém pode tira-los de nós.

Faço aqui um incentivo, um apelo - a mim mesmo, e pra quem se identificar - para que soframos com mais sabedoria.

Menos reclamação. Mais responsabilidade. Esse é a "vibe" que eu quero entrar.

Fico por aqui. Volto pra dar notícias.

Até a próxima.

Estou em um processo espiritual muito interessante. Solitário, é verdade, mas muito rico. Eu não teria palavras para descrever algumas coisas que me tem acontecido.

Eu já nem penso em termos de reboot, eu penso em auto conhecimento. Devo colocar o vício em pornografia na minha "lista de falhas", algo que eu recomendo como prática, necessitando apenas de caderno e caneta. Fazer uma lista com as próprias falhas: uma simples técnica de auto conhecimento, muito efetiva. Escrever é fixar as coisas contra o fluxo do esquecimento, e nós precisamos nos lembrar de algumas coisas constantemente. Nessa lista, é possível ir relacionando outras falhas nossas ao vício em P. Quem fizer isso, verá como é fácil fazer associações. Vício em pornografia é pensamento. É sentimento. É memória. Tudo isso está cheio de afeto - por isso tem tanto poder. E o vício não existe isoladamente - nada na nossa estrutura psíquica existe "isoladamente". Ao contrário, tudo está misturado de um jeito que eu particularmente, como admirador da Obra do Criador, acho fascinante. Mesmo que eu ainda esteja um pouco perdido nessa fascinante estrutura.

O vício em pornografia, nos usuários crônicos, tem realmente uma história. No sentido literal da coisa mesmo. É trabalho do historiador procurar vestígios, indícios, analisar coisas que parecem sem valor aos olhos dos leigos - uma pedra antiga, por exemplo. A partir disso fazer uma reconstituição das coisas. Dai vem a compreensão. A história explica muitas coisas, inclusive sobre o futuro. Quem compreende bem a sua própria história possui raízes firmes. Sabedoria colhida da experiência. E não comete os mesmos erros do passado. Além de ter uma perspectiva diferenciada de futuro. Não temos como "ver" a Grécia Antiga, mas há modos para ver o nosso passado, nossa adolescência, até nossa infância. Eu penso que é preciso retornar às raízes de nosso sofrimento. É preciso entender como começamos a construir nossas prisões. Como e porque. O que sentíamos então? O que eu estava realmente sentindo, quando tinha 14 anos de idade e ficava consumindo pornografia pela tarde? É preciso retornar às raízes do sofrimento, porque sem dúvidas, há ai um movimento de permanência, uma rigidez, algo que ficou a ser compreendido. Algo que ficou "em suspenso". A forma que um individuo encontra de se defender contra a frustração (o caso do vício em porn) não é por acaso, nem fortuita. Cada um se defende com as armas que melhor lhe cabem, por assim dizer. Eu escolhi a pornografia. Em algum momento foi uma escolha consciente.

Auto conhecimento. É a minha. Voltado para o vício em pornografia, ok. Penso em 3 disciplinas no momento que se dedicam ao auto conhecimento. 1) filosofia 2) psicologia 3) religião ou espiritualidade. Eu utilizo essas três disciplinas em meu auxilio, contra as ilusões, que são muitas. O vício em pornografia é apenas uma das muitas ilusões. Eu desejo ser um buscador da verdade, porém, ainda estou no início dessa trilha. Isso é um compromisso. Acabar com o vício em porn - e com todas os outros - é a minha meta.

A relação entre o vício em pornografia e a vida emocional é direta. Basicamente: cuidem de suas emoções. O vício em pornografia tem algumas palavras chaves mais comuns associadas. Culpa. Vergonha. O medo, com sua terrível e asquerosa energia amarelo pálido que eu conheço tão bem, está presente no vício em pornografia. Auto estima é outra palavra chave que o viciado em P deve se atentar. Auto aceitação. Auto aceitação é uma chave fundamental. O viciado em pornografia é necessariamente um inconciliado consigo mesmo. O reboot significa conciliação. O viciado em P, definitivamente, não se aceita. O que é se aceitar? Se aceitar é amar a si próprio, imperfeito, do jeito que é, ainda que viciado. Isso não significa pegar leve com o vício. Ou deixar de lutar para muda-lo. Significa apenas entender que somos imperfeitos. Falhos. Viciados. E não ficarmos revoltados com o atual estado de coisas. Também lembrar que ter falhas não é impedimento para o amor. Podemos amar e ser amados, sendo imperfeitos. Só é possível mudar. Quando se aceita. Quem não se aceita como é no momento. Jamais vai conseguir sair disso. Acaba, amigos, que toda imperfeição é temporária. Isso é a lei da evolução, do crescimento. Nenhum pássaro fica no ninho dos pais por mais tempo do que o necessário. É da sua própria natureza, sair para o mundo e ser do mundo.

Eu falando sobre essas coisas, até parece que é fácil. Quantas vezes eu deixei de dizer eu te amo, pra quem eu realmente amava. Deixar de dizer eu te amo, quando se sente o desejo de dizer isso, autenticamente vindo do coração, constitui, tanto em termos práticos quanto teóricos, uma doença emocional. É, eu ainda me encontro um pouco enfermo, do coração. É por isso que estudo sobre as coisas do coração, para que eu aprenda, com muito amor, como trata-lo com dignidade. Eu tenho tratado meu coração de um jeito tão terrível. Negando-lhe o amor. O amor virou uma obsessão para mim. Uma grande obsessão. Poucas forças são mais poderosas do que essa. A questão do amor pra mim é que o amor é VULNERABILIDADE. Despir o corpo é fácil. E despir a alma? Eu fiquei nessa coisa, de não querer me mostrar vulnerável. De não querer admitir que minha carne é de carnaval, meu coração é igual. Durante muito tempo devo ter visto a expressão do amor como um sinal de fraqueza. Uma triste sina de nossa cultura machista. Nisso de negar pros outros, negar pra mim, eu acabei ficando seco. Tudo o que não é partilhado, termina por secar, amigos. Infelizmente eu sofro desse mal. Da partilha. Fiquei meio seco. Perdi a vontade de comer. De levantar da cama. De viver. Só não me matei devido às minhas crenças espirituais. Suicídio é o pior erro que se pode cometer. É infinitamente pior do que jogar fora a oportunidade de doutorado na melhor universidade do mundo com tudo pago + 1 bilhão de dólares, jogar fora e ainda sacanear com o doador da bolsa de estudos, dar um dane-se pra ele. Desprezar a oportunidade de aprendizado, a mais rica oportunidade, que é estar aqui nesse mundo maravilhoso. Eu não sou cientista, sabem, mas pro especialista, um pocinho de água é uma grande maravilha. Uma oportunidade rara e valiosa de ver a natureza em ação. Do mesmo, os pássaros. As pessoas. As mesas, computadores, ruas, carros, sentimentos, visões, palavras. Tudo, Tudo é ABSOLUTAMENTE RICO, MUITO RICO. Se pararmos e nos concentrarmos, veremos.

Tô dizendo, o amor virou uma obsessão pra mim. É também para milhões e milhões de seres humanos. O lance é que (e isso eu li em um livro) o medo da dor. É pior do que a dor em si. Amar deve ser dor. Ainda mais para pessoas imaturas, como eu. Pessoas imaturas, como eu, nunca sabem se amam o outro, ou uma projeção de si no outro. Com isso, se iludem. Isso doí. Quem nunca? kkkk, sentiu dor por uma desilusão amorosa. Sempre é um risco. Mas o medo da dor. É pior do que a dor em si. O que simplesmente significa: É MELHOR SE JOGAR E SER FELIZ, DO QUE FICAR COM MEDO DE SE JOGAR. Porra! Isso é um sagrado conhecimento da vida, senhores, é o néctar sagrado e a suprema bênção! Eu domino isso? É claro que não!!!!! No entanto, está aí, concisamente formulado. Há um entendimento intelectual. Uma compreensão. Uma rede de conexões. Meu coração bate mais rápido, ao dizer isso. Claro, eu estou perto, muito perto de uma verdade fundamental e simples, como são todas as verdades fundamentais.

O MEDO DE SENTIR A DOR. É PIOR DO QUE A DOR EM SI. E ainda: não há como fugir da dor. Não há como bloquear a dor, a que é natural e inerente aos processos da vida. A própria criança quando nasce sente dor! O útero é QUENTE, CONFORTÁVEL, PERFEITO, e de repente ela tem que vir pra um mundo SUJO, FRIO, cheio de pessoas, luzes, cheiros desagradáveis, e distante de mamãe, quando antes estava realmente DENTRO dela. NASCER DOÍ. E não tem como evitar essa dor aí, do bebê quando sai do útero. Isso é algo importante para se pensar. Quando isso estiver MADURO, vai ser fácil pra mim cair na roda de samba, beijar uma gatinha e ser feliz! Porque o medo da dor (de falhar, fracassar, de ser vulnerável, de me ferir, ferir o outro) é pior do que a dor em si. Eu só não digo que o medo é ilusão, porque quando o sentimos, ele é bem real. As coisas imaginárias atuam sobre nós como as coisas reais, isso é um fato bem conhecido por quem estuda os fenômenos psicológicos. É por isso que ficamos duros ao ver uma imagem de uma mulher, que é diferente de uma mulher. Pra mente tanto faz, se é uma foto ou não, o encadeamento de reações que se segue é semelhante. Em pouco tempo teremos terapias com o uso de IA, praticamente uma simulação do encontro do Harry Potter com o bicho papão. Criamos o seu maior medo no programa (cobras). Criamos uma floresta virtual, com algumas cobras. Você coloca o óculos e vai tendo o contato com a "cobra". Isso seria efetivo em casos de fobias com cobras, por exemplo. Os princípios que permitem dizer que isso funciona já estão dados. Se não fosse assim, nós jamais ficaríamos duros com porn; conseguiríamos distinguir entre o real e sua imagem. Mas essas coisas realmente se confundem.

Tenho uma conquista pessoal para relatar. Basicamente, consegui sair da posição do filho vítima, que sempre culpa os pais. É, é algo muito bacana, lindo, restaurador, entrar em harmonia com a sua própria história, sua própria raiz. Pai e mãe só se tem um. Gostando ou não, são eles e pronto. E se achamos que eles são "maus". Basta olhar com mais boa vontade. Porque todo mundo tem a sua luz e a sua beleza. Todo mundo pode ser "lindo" ou "linda" em algum aspecto, mas para isso é preciso estar disposto a ver. Percebam que isso é válido para todos aqueles de quem não gostamos. Nós podemos não gostar de alguém, por motivos imaginários ou reais, tudo bem. Porém, sempre é possível LANÇAR UM OLHAR SOBRE A PARTE POSITIVA DA PESSOA. Isso ALTERA radicalmente o entendimento da situação! Em suma, todos possuem um lado "bom", um lado "divino" (somos todos filhos de Deus! Inclusive os piores!). Um lado realmente excelente. É um lado. Dos muitos lados que a alma humana tem - mais do que o número de lados de um dado. Se virar o lado. Muda-se a perspectiva.

Todo um novo universo pode se revelar, meramente mudando de ponto de vista ou persperctiva. É importante ter isso em mente.

Passo a acreditar que um dos objetivos da vida é conseguir ampliar nossa consciência. De modo a conseguir, literalmente, ampliar o ângulo de visão - conseguir viver por perperctivas cada vez mais amplas e abrangentes. Isso exige um desenvolvimento em muitos sentidos.

Nada acontece sem disposição interior. Nada. Lembrem disso. As portas exteriores só se abrem. Quando as portas interiores estão disponíveis, abertas, receptivas. Quando nós mudamos por dentro. O externo IMEDIATAMENTE nos responde de um modo DIFERENTE. Esse é o lance. Literalmente, o mundo externo responde à nossa mudança interior. Mudar o próprio mundo. É assim que as coisas ficam fluídas, suaves, tranquilas. O próprio mundo significa todos nossos pensamentos, emoções, fantasias, segredos, os conscientes e inconscientes. Também nossas concepções sobre nós mesmos, sobre os outros. Nossos fundamentos e bases. Nossa filosofia. Nossas crenças. Nossos hábitos, gostos. Preferências, aversões. Nossa religião, profissão, área de conhecimento. Nossas paixões e amores. Tudo isso faz parte do nosso mundo, e tudo isso merece consideração e exame. Pois algum desses fatores pode estar a nos jogar diretamente no vício em pornografia.

Amigos, eu percebo que o caminho da coisa é ir compensando o ego, porque o ego acha que uma imagem de uma mulher é uma mulher. Nossa própria consciência nos ilude. Eu tenho para mim que é preciso incorporar a meditação como prática diária, porque a meditação serve como contraponto diante da ilusão do véu de Maya. Maya é uma deusa indiana, responsável por colocar um véu entre os mundos, de modo a deixar os humanos em ilusão, sem possibilidade de ver além do véu (posso estar equivocado nos detalhes). Diante de todos os medos, temores, ansiedades, todas as coisas que achamos que são grandes, e que nos perturbam. Mas que na meditação se revelam pequenas....pequenas....até desaparecer. Meditar pode ser mesmo como se dissolver, dar um descanso de si mesmo, por assim dizer. Dar um descanso de nossas próprias racionalizações, medos, paranoias e poluições mentais. Dar um descanso de nossos próprios julgamentos. De nossos erros. De nossas frustrações. Na meditação, podemos deixar tudo isso de lado. Podemos nos conectar com uma parte muito harmônica e pacífica de nós mesmos, cheia de amor. Em nada semelhante à parte que tanto sofre. A meditação tem o poder de diminuir o valor energético das nossas neuroses - justamente, nos desligamos de nossas certezas, estruturas rígidas, couraças e defesas. A meditação é como a higiene e a prevenção da saúde da alma. E a alma que não é examinada fica como o corpo que não é limpo: primeiro suja, depois doente. Infectada por vírus e bactérias - um caso muito comum, o próprio vício é um caso de "infecção espiritual", por assim dizer. Eu já vivi na imundície, e isso não faz pouco tempo. Eu vivi na imundície e doente, amigos, porque eu literalmente não aprendi a cuidar do meu espírito. Estou aprendendo AGORA. Espero, com fé em Deus, atravessar esse túnel, buscando compreender minha responsabilidade pelo meu sofrimento. Isso não é fácil, mas é da maior importância. Há sempre um link entre nosso sofrimento e alguma falha nossa. É preciso buscar essa conexão, entender como começamos a cavar nossa sepultura - movimento interrompido pelo reboot. É hora de tapar esse buraco, se livrar da pá e esquecer esse negócio de sepultura. Enquanto há vida, há esperança. Há grandes quantidades de energia existentes dentro de nós. A questão é que desconhecemos esses recursos - por desconhecer a nós mesmos. Cada falha (insegurança, medo, etc) é um bloqueio na energia. Quem quiser dispor de altos níveis de energia, além de um trabalho físico, tem que fazer também um trabalho emocional. Mágoas, raiva, ódio literalmente bloqueia a energia. Tudo que bloqueia, joga para a pornografia. Pornografia é o atraso de vida. Está na hora de sair dessa caverna platônica das sombras.

Nunca, nunca é tarde. Jamais. Não interessa a idade. Interessa é o aprendizado. O aprendizado fica e é nosso. É o que realmente importa.

Eu estou em busca dos mecanismos para quebrar as ilusões, meus amigos. Eu estou realmente envolvido no estudo necessário para quebrar essas ilusões. Curiosamente eu não estudo budismo. Eu sei que o budismo é da maior importância para quebrar as ilusões, mas ainda não me debrucei sobre esse conhecimento.

É devagar. Sim, devagar.

Não tenham pressa no reboot. O crescimento emocional é lento. É assim que as coisas funcionam. Se alguém disser que tem uma cura rápida para um problema emocional crônico, um sofrimento de muitos anos, podem ter certeza: é golpe.

A natureza tem as suas leis. Os seus ritmos. Estamos sujeitos às leis da natureza. Eu penso que o objetivo seria se encaixar nessas leis - agir favoravelmente ao fluxo. Tendemos facilmente a projetar nossa dificuldade de compreensão nas coisas, chamando-as de complicadas, quando elas na realidade são simples, e desconhecem nossos problemas de compreensão. Assim é a natureza: simples e funcional. Nós é que consumimos P demais e ficamos com a compreensão avariada. Felizmente, também a neuro plasticidade é uma lei natural. Vamos usa-la. Aprender um dia após o outro.

O bom disso tudo é que...

1) o mecanismo psicológico natural que criou nossas prisões (o vício, e todos os outros males do espírito)

2) é o mesmíssimo mecanismo que usamos para construir coisas maravilhosas, lindos jardins para passear com a amada, belas árvores, trabalho digno, estudo, conforto, muito amor, etc.

Compreendem? O mecanismo que aprisiona. É o mesmo que liberta. Logo, é uma questão de ir invertendo a polaridade, senhores.

Vou ficar por aqui.

Até a próxima.

Recaída no dia 15. Antes, tinha ficado 23 dias sem P.

Eu estava, literalmente, me sentindo profundamente bem uns dias atrás. Experimentei níveis grandes de bem estar. Mas recaí hoje. É difícil agora reconstituir os fatos. O que é uma pena, porque é juntando as peças, que se monta o quebra cabeças.

Apenas recapitulando meu esquema básico 1) se aceitar, primeiramente, em muitos níveis, a partir daí, mudar 2) meditar constantemente. Um santo remédio pra qualquer tipo de perturbação psicológica. 3) me manter afastado de telas no geral 4) fazer algum tipo de exercício físico, o que ajuda a redistribuir a energia concentrada no lugar errado (genitália). Esse é meu esquema básico pra enfrentar o vício.

Eu ainda estou falhando em aspectos fundamentais. Sair de casa e socializar.

Se trata, por assim dizer, da minha fraqueza particular. De uma dificuldade  ”constitucional ”. Profundamente enraizada. Algo realmente antigo, portanto difícil de mudar. É uma característica que, no meu caso, vai para além do vício. É algo, de fato, da minha personalidade.

É claro que dá pra mudar isso. Só não é fácil. Nem é rápido. Mas dá pra mudar. É difícil devido ao nível profundo que isso atingiu em mim. Na verdade, a palavra nem seria exatamente mudar. Equilibrar ficaria melhor. Temperar. Dar uns toques a mais, sabem. Dar um toque nos lugares esquecidos. Quem trabalha com arte (pintura, música) sabe a importância de uma composição equilibrada.

A composição da minha alma não está equilibrada, amigos. Quer dizer, não que haja alguém realmente   equilibrado idealmente. Mas eu ainda estou torto. Andando torto. Isso compromete terrivelmente a minha vida. Ainda mais pelo fato de que eu sei que os meus pés são saudáveis. Ou seja, eu tenho a condição, a capacidade para andar direito. Mas não ando, ainda.

Eu tenho partes excelentes, realmente ótimas. Inteligência, informação, sensibilidade, estudo, raciocínio. Poderia dizer até que tenho muito amor, embora isso não seja ainda corretamente expresso. Sou também um bom amigo, e uma pessoa agradável no geral. Tenho ótimas conversas, e sei também ficar em silêncio. Essas são as coisas boas.

Por outro lado. Isolacionismo. Baixa integração. Retraimento. Alta defesa. Muito medo. Também, a tendência a querer  ”dominar ” a vida pelo intelecto. Um erro terrível. Por fim, no quesito sexualidade, eu sou realmente um adolescente. Eu não beijo na boca a muitos e muitos anos. É uma parte minha que ficou subdesenvolvida, fraca. Ficou inconsciente. A ferida nisso foi tão grande que até hoje eu não consegui fazer os devidos curativos - eu estou justamente nesse processo. O que se torna inconsciente não pode crescer. Só o que recebe luz pode crescer. Sabem, na verdade tudo isso me dá um medo danado. É o tipo de coisa que só orando a Deus. É o encontro com o desconhecido. Cada um tem o seu desconhecido. Não esqueçam do depoimento de uma novela da globo, em que uma mulher de pelo menos 50 anos relata seu primeiro orgasmo ao ouvir uma música de Roberto Carlos. Ficou surpresa: nunca tinha sentido aquela sensação. Ficou realmente molhada. Como era uma mulher adulta, logo intuiu. Finalmente, um orgasmo! Essa mulher devia ter medo de alguma coisa (de sentir prazer, talvez), pra chegar aos 50 anos, com uma vida sexual ativa, e nunca ter experimentando um orgasmo. Mas ela experimentou. Porque tudo que é desconhecido será conhecido, assim como tudo que é inconsciente se tornará consciente.

Basicamente, me desenvolver, crescer. Largar pornografia, que é exatamente o vício da minha parte que não cresceu. Minha criança interior. Meu adolescente interior. Precisa de cura. Antigamente eu achava que esse papo de  ”criança interior ” era besteira, mas hoje em dia eu vejo como isso é plenamente verdadeiro.

Eu vou fazer o que é devido.

Eu o farei, sem dúvidas, pois tenho um compromisso. Comigo mesmo. Com os outros. Com o universo. O compromisso de crescer, me desenvolver, me conhecer, contribuir. Em suma, o COMPROMISSO DE LARGAR A PORNOGRAFIA.

Eu chegarei no pódium se Deus permitir, tão certo como o movimento do Sol e da Lua. Ajuda divina não faltará, pois os filhos de Deus tem pleno direito a uma vida digna e feliz. Vontade de vencer, empenho meu, não faltará. Eu quero largar a P, e assim o farei.

Demorarei pra postar de novo. Mas retornarei.

Até a próxima.

Vi que você é alguém que gosta de dissertar e refletir, então se me permite te passar um conhecimento que tive esses dias...

Somos formados por 4 camadas, são elas: identidade (como você se mostra pro mundo, no que acredita) > crenças (no que você acredita, e não é sobre religião apesar dela estar inclusa) > pensamentos (o que você pensa) > ação (o que você vai e faz)

são intrínsecas, cada uma faz parte do que somos. normalmente a maioria de nós, quando recaímos, estamos assim:

"Eu sou um fraco, não consigo resistir" (identidade);
"Eu não consigo sair desse vício, por mais vontade que eu tenha" (crença);
"Vai ser só uma vez, não faz mal" (pensamento)
Até chegar o ato de praticar PMO (ação)

Então se você acredita fielmente nisso, você não vai conseguir sair disso. E quem criou essa realidade foi você.

Experimenta ser uma nova pessoa. Crie uma nova identidade, novas crenças, pensamentos e consequentemente ações. Tenta ser esses nas próximas semanas, meses e anos:

"Eu sou forte, já venci esse vício" (identidade);
"Eu consigo sair desse vício, ele não é um bicho de sete cabeças" (crença);
"Vou procurar evoluir no que realmente importa" (pensamento);
Até chegar o ato que você vai a academia, ao psicólogo, a igreja, a praça, ler aquele livro, ir à festa, e tantas outras coisas que você pode fazer para melhorar (ação).

Você é quem cria sua realidade. Esqueça essa pessoa que você é de agora. Ignore completamente seus problemas sociais. Comece a pôr em prática a sua nova identidade e respectivamente as outras camadas.

Não é fácil, mas é um método bom de você mudar e virar uma nova pessoa, como você deseja. Boa sorte, amigo. Abçs

Você já fez todo diagnóstico que precisava fazer, agora é buscar o remédio para se curar. Se o seu problema é isolamento, entre numa academia ou natação. Comece a cuidar do seu corpo, já colocou na sua mente que você precisa ser um cara atraente? Não falo em relação às mulheres, mas em tudo. 1) como está o seu físico? O homem com físico feio não tem credibilidade, mesmo que isso machuque. Se você é um cara que se cuida, saiba que todas as oportunidades se abrirão para você, 2) una sua inteligência com sua personalidade, não basta você ser inteligente, precisa ser cativante com sua inteligência. Se você é um cara inteligente, você caminha na frente de 90% da população brasileira. Mas como isso vai te fazer ser uma pessoa melhor? Algo que você precisa refletir; 3) espiritualidade, como anda sua vida espiritual? Vi que você tem reflexões sobre a espiritualidade, mas como ela é no seu cotidiano? É cristão? Vai para Igreja? Comunga? Ora é estuda as Escrituras? A verdadeira espiritualidade é um corpo que todos participamos ativamente com erros e acertos, viver uma vida espiritual em comunidade vai te ajudar muito, se você faz, tente crescer ainda mais.

É duro dizer, mas que temos esse problema com a pornografia temos um perfil praticamente parecido ou uma vida parecida. Todos aqui. Exceto a galera depravada, a maioria de nós entramos na pornografia porque somos pessoas isoladas, poucos amigos, pouca vida social ou com problemas de relacionamento causados por falta de desenvolvimento interno ou traumas externos. Essa é a dura realidade. Dificilmente, veremos alguém com vida financeira e social estável que esteja saindo com a mulher que quer, sofra tão profundamente com a pornografia, talvez até assista, mas longe de ser um vício. A carga emocional da coisa é muito mais parada nossa que projetamos alguma coisa na pornogtafia que não achamos, e essa é a dura realidade. O que você projeta na pornografia que não encontra na vida real? Eu encontrei as minhas respostas: amor, desejo, visibilidade e profanação.

Amor, porque eu não me sentia amado.
Desejo, porque como jovem eu tinha tesão, mas não sabia como administrar.
Visibilidade, porque me sentia invisível para todo mundo, e queria ser qualquer coisa que ganhasse elogios. Por isso parei na pornografia mais rasteira do telegram.
Profanação, porque era bom a transgressão ainda que eu me arrependesse amargamente.

A ruptura não vem de uma vez, mas de decisões básicas.

Marcelus1000 escreveu:Você já fez todo diagnóstico que precisava fazer, agora é buscar o remédio para se curar. Se o seu problema é isolamento, entre numa academia ou natação. Comece a cuidar do seu corpo, já colocou na sua mente que você precisa ser um cara atraente? Não falo em relação às mulheres, mas em tudo. 1) como está o seu físico? O homem com físico feio não tem credibilidade, mesmo que isso machuque. Se você é um cara que se cuida, saiba que todas as oportunidades se abrirão para você, 2) una sua inteligência com sua personalidade, não basta você ser inteligente, precisa ser cativante com sua inteligência. Se você é um cara inteligente, você caminha na frente de 90% da população brasileira. Mas como isso vai te fazer ser uma pessoa melhor? Algo que você precisa refletir; 3) espiritualidade, como anda sua vida espiritual? Vi que você tem reflexões sobre a espiritualidade, mas como ela é no seu cotidiano? É cristão? Vai para Igreja? Comunga? Ora é estuda as Escrituras? A verdadeira espiritualidade é um corpo que todos participamos ativamente com erros e acertos, viver uma vida espiritual em comunidade vai te ajudar muito, se você faz, tente crescer ainda mais.

É duro dizer, mas que temos esse problema com a pornografia temos um perfil praticamente parecido ou uma vida parecida. Todos aqui. Exceto a galera depravada, a maioria de nós entramos na pornografia porque somos pessoas isoladas, poucos amigos, pouca vida social ou com problemas de relacionamento causados por falta de desenvolvimento interno ou traumas externos. Essa é a dura realidade. Dificilmente, veremos alguém com vida financeira e social estável que esteja saindo com a mulher que quer, sofra tão profundamente com a pornografia, talvez até assista, mas longe de ser um vício. A carga emocional da coisa é muito mais parada nossa que projetamos alguma coisa na pornogtafia que não achamos, e essa é a dura realidade. O que você projeta na pornografia que não encontra na vida real? Eu encontrei as minhas respostas: amor, desejo, visibilidade e profanação.

Amor, porque eu não me sentia amado.
Desejo, porque como jovem eu tinha tesão, mas não sabia como administrar.
Visibilidade, porque me sentia invisível para todo mundo, e queria ser qualquer coisa que ganhasse elogios. Por isso parei na pornografia mais rasteira do telegram.
Profanação, porque era bom a transgressão ainda que eu me arrependesse amargamente.

A ruptura não vem de uma vez, mas de decisões básicas.

Que aula, simplesmente tudo que aprendi todos esses anos de forma resumida perfeita colocação.

Marcelus1000 escreveu:Você já fez todo diagnóstico que precisava fazer, agora é buscar o remédio para se curar. Se o seu problema é isolamento, entre numa academia ou natação. Comece a cuidar do seu corpo, já colocou na sua mente que você precisa ser um cara atraente? Não falo em relação às mulheres, mas em tudo. 1) como está o seu físico? O homem com físico feio não tem credibilidade, mesmo que isso machuque. Se você é um cara que se cuida, saiba que todas as oportunidades se abrirão para você, 2) una sua inteligência com sua personalidade, não basta você ser inteligente, precisa ser cativante com sua inteligência. Se você é um cara inteligente, você caminha na frente de 90% da população brasileira. Mas como isso vai te fazer ser uma pessoa melhor? Algo que você precisa refletir; 3) espiritualidade, como anda sua vida espiritual? Vi que você tem reflexões sobre a espiritualidade, mas como ela é no seu cotidiano? É cristão? Vai para Igreja? Comunga? Ora é estuda as Escrituras? A verdadeira espiritualidade é um corpo que todos participamos ativamente com erros e acertos, viver uma vida espiritual em comunidade vai te ajudar muito, se você faz, tente crescer ainda mais.

É duro dizer, mas que temos esse problema com a pornografia temos um perfil praticamente parecido ou uma vida parecida. Todos aqui. Exceto a galera depravada, a maioria de nós entramos na pornografia porque somos pessoas isoladas, poucos amigos, pouca vida social ou com problemas de relacionamento causados por falta de desenvolvimento interno ou traumas externos. Essa é a dura realidade. Dificilmente, veremos alguém com vida financeira e social estável que esteja saindo com a mulher que quer, sofra tão profundamente com a pornografia, talvez até assista, mas longe de ser um vício. A carga emocional da coisa é muito mais parada nossa que projetamos alguma coisa na pornogtafia que não achamos, e essa é a dura realidade. O que você projeta na pornografia que não encontra na vida real? Eu encontrei as minhas respostas: amor, desejo, visibilidade e profanação.

Amor, porque eu não me sentia amado.
Desejo, porque como jovem eu tinha tesão, mas não sabia como administrar.
Visibilidade, porque me sentia invisível para todo mundo, e queria ser qualquer coisa que ganhasse elogios. Por isso parei na pornografia mais rasteira do telegram.
Profanação, porque era bom a transgressão ainda que eu me arrependesse amargamente.

A ruptura não vem de uma vez, mas de decisões básicas.

Excelente! É exatamente isso que tento passar para quem está com o mesmo vício. Não é só os dias sem PMO que vão nos fazer "super heróis", precisamos trabalhar para isso. O corpo bonito não vai sair do nada, a habilidade social também não. Teoria é bom, mas a prática é o que resulta na experiência e consequentemente em ser bom naquilo. Abçs, parabéns pela aula.

Boa sorte amigo Allocha

Retornando para dar umas palavras.

Eu decidi seguir um outro método, que não o do fórum, e que envolve muitas outras coisas, as quais não teria cabimento expor aqui. Ou seja, não devo retornar aqui pra falar da minha jornada, do meu dia, das dificuldades do reboot, etc. Isso se tornou desnecessário para mim. Encontrei outro lugar onde terei uma ajuda muito mais adequada pra mim, em todos os sentidos. E onde também espero progressos muito maiores, que irão se traduzir em números reais, efetivos, de dias LIVRE DO VÍCIO.

Não devo voltar pra falar do meu processo.

Mas quero voltar pra falar da minha vitória.

Vou manter o contador atualizado.

Volto quando estiver mais adiantado no reboot. Eu irei retornar pra dar o testemunho da minha liberdade.

Fiquem com Deus. Que todos que leiam essas palavras possam sentir um pouco das bênçãos de Deus, pra vocês e pra suas famílias.

Até a próxima.

Voltando. Depois de uma recaída com 30 dias.

Minha vida não está boa. Nem durante esses 30 dias estava boa.

Ontem eu briguei com um amigo. Dá pra recuperar a amizade - eu gosto muito dele. Eu basicamente dei um show de desequilíbrio emocional. E de alienação dos meus próprios sentimentos. Pura ignorância. Aí aconteceram umas coisas. Eu reagi de modo agressivo. Quase que meu amigo me bate. Mas fui embora antes disso ser necessário. Um acordo de cavalheiros - é melhor cada um ir pro seu canto, do que trocar socos. Embora eu tenha agido como um cavalo descontrolado. Um cavalo descontrolado PELA DOR. - a dor deixa a gente IRRACIONAL, CEGO E SURDO. Eu estou me sentindo um lixo mesmo, por ter agredido verbalmente meu amigo. Ele também deu uns vacilos, mas o mais errado sou eu, creio.

Meu amigo me falou muitas coisas. Uma delas foi se eu estava fazendo terapia. Ele ficou falando de como ele tá fazendo terapia e tomando remédios psiquiátricos. Se alguém diz que um certo tratamento está funcionando, seja lá qual for, eu sou o primeiro a incentivar.

Na verdade, eu adquiri um interesse muito grande por terapias e psicologia. Eu estudo o assunto faz tempo. Embora minha saúde mental não seja boa. No fundo, acho que estudo essas coisas exatamente pra me ajudar a superar meus problemas.

Bom, vou retornar pra psicoterapia. Vou conversar algumas coisas com ela. Eu me sinto confortável demais na psicoterapia. Sinto como um lugar que eu já conheço bem. Eu consigo "desenvolver" na psicoterapia, consigo tirar benefícios. Mas esse lugar de "conforto" me incomoda. De qualquer modo, pretendo dizer essas coisas pra ela.

Eu vou retornar pra psicoterapia porque eu estou sentindo que estou me tornando meio perigoso. Vira e mexe eu me imagino sendo preso, envolvido em agressão ou coisa pior, por DESEQUILIBRIO EMOCIONAL E ALIENAÇÃO DOS MEUS PRÓPRIOS SENTIMENTOS.

Minha vida mudou muito pouco nos últimos tempos. Ao menos externamente.

Minha base familiar foi UMA BOSTA em muitos sentidos. Não em todos. Eu tive algumas coisas bacanas da vida familiar. Mas uma certa base. Uma certa auto confiança. Incentivo pras minhas habilidades - isso eu não tive nenhum. Eu cresci ouvindo que minha área de maior paixão era lixo. Já tenho mais de 30 anos, e ainda não exerço plenamente essa atividade - que eu sou apaixonado, e a qual não tenho nenhuma dúvida de que é o que eu quero.

Eu estou me vendo na seguinte situação:

CONSTRUA O SEU LUGAR SEGURO, POR VOCÊ, COM OS RECURSOS QUE VOCÊ TEM, MAS CONSTRUA!

ou

FIQUE NA LAMENTAÇÃO, NO VÍCIO, E SEM CONTRIBUIR PRO MUNDO, DESPERDIÇANDO TOTALMENTE O SEU TALENTO

E ainda:

FAÇA VOCÊ, OU NINGUÉM O FARA! OU VOCÊ TRABALHA! OU VOCÊ LAMENTA! NINGUÉM VAI CONSTRUIR A MINHA BASE POR MIM, NINGUÉM! SÓ EU POSSO TORNAR A MINHA VIDA BOA, SEGURA, SAUDÁVEL, ETC. Essa é a lei da vida. É assim que a coisa funciona. É impossível ser de outro modo. Seria como querer contrariar a lei da gravidade.

Esse processo pode durar VÁRIOS ANOS. Tudo bem. É assim mesmo.

Pornografia - sexting pra ser mais especifico, já que eu fiquei profundamente viciado nesse negócio DEMONIACO. Está ARRUINANDO MINHA SAÚDE. ESTÁ, COMO EU JÁ DISSE OUTRAS VEZES, COLOCANDO A MINHA VIDA EM RISCO.

Eu continuo me masturbando com frequência. Mas o detalhe é: eu não transo nem beijo na boca a 7 anos. Ficar se masturbando é o ideal? Claro que não. Mas e quando não se tem uma vida sexual/afetiva/amorosa a 7 anos ou mais?

Há uma parte de mim que, honestamente, não consegue se ver REALMENTE LIVRE da pornografia, enquanto não consegue EXERCER O SEU AMOR, DESCARREGAR O SEU TESÃO, etc. Isso deve ser falso. Bom, vou cortar o porn. Masturbação, tenham santa paciência. Eu não transo a 7 anos. Muitos falam um monte de coisas, mas encarar isso na pele é diferente. Não sou nenhum mestre, nem especial, nem maduro, nem nada. Sou um cara comum que também sente certas coisas, que são totalmente humanas, legítimas e verdadeiras. Eu literalmente, não sei o que é relaxar. Amar então, eu passo longe. A vida fica muito doentia sem amor, e tudo fica com um cheiro de morte. Mas quero focar na VIDA, já que estou aqui no fórum, em mais uma tentativa de me livrar do vício.

Acho que vou voltar a postar aqui com mais frequência. Algumas coisas que eu tinha planejado pra mim não deram certo. Ainda podem dar. As vezes é questão do tempo certo. Até da maturidade mesmo. Algumas coisas a gente só vai compreender daqui a muitos e muitos anos.

Faço exercícios físicos de um modo totalmente esporádico. Treino 1 dia, depois outro, um terceiro, as vezes um quarto dia. Depois passo duas semanas totalmente parado.

Eu literalmente, senhores, não consigo me ver "realizado". Eu digo, não consigo me imaginar nos lugares que eu quero. Eu não consigo imaginar, por exemplo, que um dia terei uma vida sexual digna. Não consigo me imaginar em um estado VIBRANTE - tipo...vivo, animado, disposto, etc.

Vai dar um trabalhão reorganizar esse mind set....

Eu já venho fazendo isso em alguma medida, ao longo dos anos. Essas coisas são LENTAS. Essas coisas podem ser muito mais entranhadas em nós do que imaginamos. As vezes vem de um lugar muito profundo. As vezes vem de um lugar desconhecido. Pode vir até de 30 anos atrás. É complicado.

Preciso exercitar a ESPERANÇA.

Posso vir a conquistar muitas coisas, se eu seguir o bom caminho. Isso é verdade.

Posso contribuir bastante com a sociedade, fazendo o que eu "nasci" pra fazer. Isso também é verdade.

Bom, eu estou DODÓI DA CABEÇA - isso é sério. Por isso vou retornar pra psicoterapia. Vai diminuir a chance deu simplesmente me descontrolar. Explodir com a pessoa errada. E terminar baleado ou esfaqueado à toa, de graça. Infelizmente, eu tenho vivido bastante com esse pensamento na cabeça.

Até a próxima.

Continuação breve.

Pornografia coloca minha VIDA em risco. Porque minha vida? Por que alguém com a saúde mental degenerada pode fazer qualquer coisa. Se jogar da ponte. Na frente dos carros. Matar alguém. Esse é o efeito que o SEXTING - uma variação muito cruel da pornografia - tem em mim.

Então, percebam que eu falo de algo da maior seriedade.

Sou jovem e tenho alguns planos. Sei que posso fazer coisas boas aqui na Terra, nessa vida. Tenho muitas falhas e defeitos também, porém, posso ir trabalhando essas coisas com o tempo, melhorando, crescendo e evoluindo.

Vou retornar pra terapia. Estou procurando alguém que trabalha com cognitivo comportamental - eu nunca fiz nenhuma sessão dessas. Já li um pouquinho sobre TCC e é excelente. Eu pretendo ir, e posso até comentar como é, pra quem tá pensando em escolher essa linha de psicoterapia.

Embora eu esteja rodeado por espíritos de MORTE - esse é o lugar que eu vou, quando fico procurando meninas adolescentes pra trocar mensagens picantes, cheias de AFETO, um afeto COVARDE porque ANÔNIMO, onde nada é verdadeiro, mas tudo é falso. Com meninas adolescentes - esse é o pior. Contribuir pra viciar meninas que não tem a mínima noção das coisas macabras e sombrias que envolvem isso. Afastar elas do AMOR. É quase como eu arrastar pra minha treva alguém que poderia tomar outro caminho. Sei lá. Tudo isso é VÍCIO , e tudo isso me leva para a MORTE.

Eu também devo estar rodeado de espíritos mais amigos. Sim, tem algo de bom em mim.

Partir do lugar de verdade.

Quero me empenhar a sério, senhores.

Estou profundamente ferido. Meio cego e surdo. Sei que com o tempo de reboot, eu vou ouvir mais e melhor. Ver mais e melhor. Com certeza, isso é o efeito do próprio reboot.

Espero realmente conseguir abaixar a cabeça diante de Deus

Ainda mais depois de tanta besteira, agressão e violência em que tenho estado envolvido. Tudo furada. Não é esse o caminho do Cristo.

Porque sinceramente amigos, só Jesus na causa. O negócio é que eu não tenho abaixado a cabeça devidamente pro Mestre. O Mestre sim, poderia me tirar desse lugar. E me encaminhar para os humanos aqui na terra, que podem me ajudar.

Sigo. Eu ainda quero viver.

Até a próxima.

Fala meu amigo, bom dia, tudo tranquilo?

Você como sempre nós trazendo reflexões interessantes, sigo torcendo por você, e te afirmo, que sair dessa, depende exclusivamente de nós mesmos!!!


Grande abraço!

Desejo sua rápida recuperação, eu preciso te aconselhar a você procurar um método para se desenvolver.

Você é otimo em fazer diagnósticos, mas ainda não está claro como solucionar os seus problemas. Nem falo da pornografia, falo da tua vida como um todo.

Você tá em busca de trabalho?
Se você trabalha, como anda sua situação financeira?

E a faculdade?

Tuas amizades?
Como anda o teu visual, você se acha um cara agradável visualmente? E fisicamente?

Busque melhoras de curto prazo, para já ser um bom ânimo, novas rotinas, visual e participar de algum projeto novo e significativo.

Todos nós precisamos de um objetivo, de algum sentido existencial, e creio que você almeja muito isso como eu. Sobre o seu passado, sua família, você passou por vários problemas, não recebeu o apoio devido, e pelo que li no passado, me corrija se eu estiver errado, você teve uma relação conturbada com seu pai.

Cara, a questão é daqui pra frente. Você vai soltar essas bagagens ou você vai levá-las na sua jornada?

Você mesmo disse que tem mais de 30 anos, você é jovem, use sua indignação para gerar algo pra ti. Pega tua raiva consigo mesmo e forma algo produtivo. Você é inteligente e talentoso, seja ousado.

Você será grandioso! Mas se livre da pornografia. Fique longe, ela tá te destruindo moralmente. A sensação de indignidade é humilhante.

Chegando no dia 7.

Comecei torto, mas quero me ajeitar nos próximos dias.

Já sinto uma melhora no controle emocional. Eu estava LOUCO, esmurrando a parede, essas coisas. Já sinto um alívio grande e sei que o reboot contribuiu muito pra essa sensação.

Decidi que vou focar EXCLUSIVAMENTE em me cuidar (no sentido geral). Tenho casa, comida, família, roupa, etc. Não preciso ligar PRA NADA DISSO no exato momento. Não preciso trabalhar. Minha única preocupação real é a SAÚDE. Até porque essa é a base das coisas. No último trabalho que eu tive, eu pensava que estava construindo minha autonomia e minha responsabilidade, mas na verdade eu estava me matando sem perceber, achando que estava tudo ótimo. Que furada!!!!!

Vou incorporar caminhadas para minha rotina. Diariamente. Exercício de baixo impacto. Dá uma diferença grande. Sinto que dá uma boa diferença. Eu tinha vontade de malhar, mas eu conclui que NÃO GOSTO o suficiente de musculação, para manter no longo prazo. Pra fazer exercício físico tem que ser algo que a gente goste minimamente. Sem um real interesse, a coisa fica muito complicada de se manter. Eu fico muito mais motivado pra sair pra caminhar. Do que pra malhar. São coisas diferentes, mas a primeira (caminhada) eu sinto que consigo manter no longo prazo.

Durante a caminhada. Que me proporciona um certo relaxamento mental - o que por si só já é maravilhoso e um remédio pra mim. Eu também respiro mais profundamente. Sinto claramente a diferença.

Continuo tendo em mente que devo abaixar a cabeça pro Mestre. Acho que, dentre as minhas falhas, a teimosia e o orgulho batem forte.

É muito forte o poder da ilusão. Todos aqui sabem disso. Só Jesus na causa.

Uma frase que eu vi esses dias e gostei, de um poeta islâmico antigo. Quando o mundo te coloca de joelhos, você está na posição perfeita para orar.

Vou seguir essa semana, incorporando pequenas modificações. Mantedo a caminhada, incorporando outras coisas.

Não sei o que dizer no momento.

Continuo refletindo sobre o CONSTRUA O SEU LUGAR SEGURO, POR VOCÊ, COM OS RECURSOS QUE VOCÊ TEM, MAS CONSTRUA! E sobre o FAÇA VOCÊ, OU NINGUÉM O FARA! OU VOCÊ TRABALHA! OU VOCÊ LAMENTA! NINGUÉM VAI CONSTRUIR A MINHA BASE POR MIM, NINGUÉM! SÓ EU POSSO TORNAR A MINHA VIDA BOA, SEGURA, SAUDÁVEL, ETC.

Esse é um tema central de reflexão pra mim. Eu sinto que estou no momento de ME CUIDAR para ter condições de dar passos MAIORES.

Até a próxima.

Muito boa essa marca, vamos para as duas semanas

Realmente o reboot vai nos dando mais energia, já que não a desperdiçamos mais à toa, é necessário direcionar essa energia para outras atividades, físicas ou intelectuais

Me indentifiquei com alguns pontos do seu relato, eu também tenho o básico e não posso reclamar, estive até buscando um subemprego como trabalhar em fast-food de madrugada, mas isso seria uma oportunidade de me estabilizar financeiramente ou só um desgaste da minha saúde física e mental!?

Com relação a qual atividade física praticar, você precisa saber que resultado você deseja. A caminhada me serviu por muito tempo, mas quando eu não tinha grandes pretensões de "ficar no shape", como você disse também era um bom escape mental diário, principalmente porque moro numa casa sem muita entrada de Sol e ar fresco.

Indo pro dia 10.

Me bateu uma leve vontade de recair, então resolvi postar aqui antes de desligar todos os dispositivos e ir fazer qualquer outra coisa.

Por um lado, eu não sou a mesma pessoa de antes. Estou mais maduro, sem dúvidas. Apesar de aqui ser um fórum pra acabar com o vício em porn, e do contador de dias indicar sem erro o sucesso ou o fracasso da empreitada. Eu não acho que a coisa é exclusivamente assim. Eu digo isso porque as vezes a gente parece estar perdendo de um lado - recaindo em porn. Mas do outro lado, podemos estar aprendendo alguma coisa. Acho que o crescimento se dá DE MUITOS LADOS. E nem sempre ele aparece de um modo óbvio. As vezes o crescimento se dá por uma espécie de via torta. Retornar pra um ponto aparentemente anterior simplesmente faz parte do processo. Não é necessariamente um indicativo de retrocesso. O Aliocha que caiu em porn 6 meses atrás. Não é o mesmo que cai em porn hoje. Mesmo que a situação - cair em porn - seja a mesma. As circunstâncias porém, são diferentes. O entendimento é outro.

Quando há o desejo de consumir porn em nós...

É certo que há algo de errado dentro de nós.

O caminho mais seguro é ir a fundo no que está "errado" dentro de nós. Porém, isso não é fácil e nem rápido. Nem mesmo é muito adequado, eu acho, ficar entrando nos detalhes desse processo aqui no fórum.

Falando de algumas coisas mais relevantes pra esse espaço....

Não peguei firme o suficiente na caminhada. Veio a famosa "resistência". Anos lutando contra a pornografia me proporcionaram a experiência de conviver de perto com a "resistência". Já sei mais ou menos como a minha resistência se manifesta. Por resistência, quero dizer aquela contra força, que exerce uma função contrária à força que aplicamos para nos mexer, para ir viver, para se livrar do porn. A resistência é um fenômeno UNIVERSAL, ao que tudo indica. Ou seja, TODOS lidam com esse fenômeno. Sim, aquela voz que diz: "caminhar? pra que? muito chato. Cansativo. O celular está perto. Dá uma olhada". O fenômeno é universal, ele apenas se manifesta de um modo diferente em cada pessoa. Cada voz interior vai ter o próprio caminho pra justificar a queda. Os argumentos e as racionalizações variam conforme a individualidade da pessoa.

Eu já notei que para recair em porn, preciso estar a um tempo razoavelmente longo discutindo com minha resistência....

Minha resistência não resiste a um movimento abrupto, enérgico e instantâneo. Já percebi isso.

Percebo também como minhas emoções equivocadas, trancadas e mal resolvidas sempre surgem, para fortalecer a resistência. Assim, se eu estiver nesse "embate" e tomar a medida enérgica, vai vir alguma mágoa, algum sentimento de inferioridade, alguma coisa fortemente entranhada no meu ser, para se somar às forças do mal. Então, ao meu ver, é necessário um exame, ainda que básico, do que se passa dentro da minha alma nesses momentos. Quais sentimentos são esses?

Eu noto também que eu não sou um cara "guerreiro". Minha vontade é fraca. Eu sou inteligente, isso é uma qualidade boa, importante, etc. Muitos admiram e tudo o mais. Porém no quesito CORAGEM e FORÇA, eu fico pra trás. É aquilo. Se fosse pra fazer um seminário na escola, eu era chamado em primeiro lugar. Mas se era pra fazer parte do time de futebol, eu era o último.

Esse é um ponto importante pro meu reboot. Saber meu ponto fraco. VONTADE é meu ponto fraco. FORÇA é meu ponto fraco. Claro que o vício em porn sempre envolve isso em alguma medida, mas no meu caso, são características de personalidade, que sempre estiveram presentes na minha vida. Não é tão simples porque se trata de uma característica fortemente entranhada, desde criança talvez, sei lá. Esse tipo de coisa não é tão simples de mudar pelo simples fato de que é algo realmente muito enraizado, vem de um lugar muito antigo, etc. Lógico que é possível mudar, claro. A questão é que quanto mais tempo um arranjo está solidificado, mais difícil vai ser dissolver ele.

Bom, hoje vou num show de um amigo, em um bairro boêmio. Faz muito tempo que não vou "pra noite". Acho que vai me fazer bem. Estou precisando desse tipo de coisa.

O fator MINDSET é um ponto problemático pra mim. Especialmente nos níveis mais profundos, que são mais difíceis de acessar. Há uma parte de mim que acha que não vai experimentar mais o que é uma vida sexual normal. Como se eu tivesse ficado permanentemente broxa, aos 30 e poucos anos, pra sempre. Lógico, isso é besteira. Ao nível intelectual, eu sei perfeitamente disso. Pois a vida anda. As coisas mudam. As coisas acontecem. Podem acontecer até quando a gente menos espera. Eu sei disso. Mas é mais complicado quando se trata das camadas mais profundas do meu ser.

Semana que vem tenho uma sessão de terapia marcada. Vou associar duas modalidades diferentes de terapia. Técnicas e ferramentas diferentes, mas totalmente complementares. Estou curioso pra conhecer a TCC - terapia cognitivo comportamental. Já li um pouco sobre o assunto, e promete bastante. O instrumental e as técnicas parecem casar bem com o combate ao vício em porn. Pelo que li - superficialmente - parece ser excelente para tratar vícios em geral. Ainda estou vendo os detalhes, mas pretendo sim seguir com esse auxílio.

Por fim, eu gosto muito de política. Então costumo acompanhar as notícias e estar informado do cenário nacional e internacional. Eu sempre gostei disso. No entanto, faz tempo que eu noto que as "notícias" - as coisas que acontecem no mundo, eleições, tragédias, golpes, inflação, cpi´s, etc - são efêmeras. Eu gosto, mas elas não acrescentam muita coisa ao que mais importa - a minha vida, como eu estou vivendo ela, etc. Eu faria muito bem em diminuir radicalmente o tempo que dedico a essas coisas. Eu sequer trabalho com isso - com ciência política, por exemplo. Melhor decisão é me desligar um pouco dessas coisas e me ligar muito mais na minha vida. Esse é um ponto importante.

Concordo com o Marcelus quando diz que "ainda não está claro como solucionar os seus problemas". Realmente não está. Se não está pra mim, estranho seria se estivesse pros outros.

Eu penso - essa é uma opinião pessoal - que é preciso diminuir a pressão emocional de alguma forma, para seguir no reboot.

Não faz sentido querer impedir que a panela exploda, quando as forças que a pressionam continuam firmes e atuantes. Quer dizer, ficamos fazendo de tudo pra ela não explodir, mas tal empreendimento será totalmente fracassado, se não nos atentarmos aos que está gerando a pressão. Acho que com o reboot é a mesma coisa. Temos que entender o que está nos pressionando por dentro.

Me sinto muito melhor do que a 10 dias atrás. Muito melhor.

A vontade de cair não está muito forte, porém ela está presente com uma força média. Eu a sinto.

Vou sair agora. Não sei bem pra onde vou. Talvez visitar um amigo.

E pensar que eu tenho uma área de interesse. E até mesmo um trabalho a fazer. Não remunerado. Nem reconhecido (ainda). Uma área de interesse é uma grande coisa na vida de uma pessoa, porque ela pode despejar toda a sua paixão e energia nisso. Tais coisas criam uma espécie de propósito de vida. Elas fazem até o sofrimento atingir um ponto de transcendência. O sofrimento ganha uma outra conotação, quando o transformamos em algo socialmente útil. Quando o tiramos de nós e fazemos dele uma coisa útil, partilhável. Quando partilhamos tais coisas sob uma forma útil, ganhamos em relação e em humanidade. Alguém por até vir nos agradecer. Isso é curioso. Eu já recebi agradecimentos por isso, sendo que o processo em si foi doloroso. Pra mim foi doloroso, isso é verdade, mas meu trabalho interferiu de modo positivo na vida dos outros. Eu já ouvi isso pessoalmente de alguém. Não soube o que fazer com isso. O que fazer com as coisas boas? É uma questão pra mim, uma questão de alguém que tem dificuldades para se ver num lugar de sucesso, de reconhecimento, de prestígio.

Vou ficar por aqui. Sigo.

Quero ir rumo aos 15 dias.

Até a próxima.

"O homem, no estado de vigília, entrega-se a inúmeros esforços para usufruir dos prazeres sensuais. Quando todo o conjunto dos órgãos dos sentidos se cansa, ele esquece até o prazer que tem à mão e entrega-se ao sono para gozar de descanso em sua alma, sua verdadeira natureza". Shankara, antigo mestre da filosofia indiana.

Achei que isso tem a ver com o vício em porn. Agora ao post.

Primeiro, quero dizer que não tenho sido honesto com meu processo. Nesse caso, seria melhor eu deixar o fórum, porém, EU QUERO me dar a chance de experimentar o reboot, do jeito que ele deve ser. Sem "alisar", sem relevar coisas claramente opostas ao experimento. Esse tem sido meu principal erro até aqui.

Ontem sai pra uma festa. Foi bom, embora eu não estivesse tão confortável. Estava com sono, e outros fatores influenciaram no meu desconforto. Encontrei um antigo amigo, e foi ótimo. Tomei uma cerveja - uma quantidade moderada, ok - e também fumei haxixe com esse amigo. Eu gosto de haxixe, só não costumo usar. Fiquei bem no final. Esse meu amigo mencionou que tinha parado de fumar cigarro, e que fez um tratamento gratuito, disponibilizado pelo sus. Um tratamento para tabagismo. Ele me informou o endereço, disse que lá tem todo um programa voltado para quem quer parar de fumar. Eu sou fumante. Fiquei fortemente interessado em ter acesso a esse tratamento. Posso até conseguir um psicoterapeuta por lá. Obviamente, psicoterapia faz parte do programa pra parar de fumar.

Eu cometo um erro extremamente grave. Em relação a um tema que é confuso para mim. Esse tema é: impulso sexual.

O que fazer com o impulso sexual? Como ele funciona? Como pode ser desviado, ou minimamente controlado? Como vivenciar o impulso sexual de modo saudável e livre, ao invés de neurótico e doentio? Será que o vício em pornografia leva a uma hiper estimulação da parte sexual, nos fazendo pensar obsessivamente "naquilo"?

Essa última pergunta tem uma resposta obviamente positiva. O complicado é que isso foi praticamente meu alicerce - como o de muitos aqui - durante uns 20 anos, especialmente nos decisivos anos da adolescência. Estou no processo de curar a tragédia que é ser educado pela pornografia.

Bom, quanto a parte sexual, é obviamente um assunto muito particular. Alguns precisam transar muito, exalam isso por todos os poros. Outros ficam anos sem transar e estão autenticamente se sentindo bem, sem nenhum tipo de mentira ou hipocrisia. Uma vez eu vi um vídeo de um psicólogo falando algo que eu achei interessante. Ele falou sobre a sigla LGBTQIA+. Ele falou - em um tom respeitosamente irônico - que poderia ser "De A à Z" porque a sexualidade humana é múltipla. A intenção dele não era criticar a comunidade, mas apenas demonstrar que nem todas as letras do alfabeto seriam suficientes diante do fenômeno amplo e complexo que é a sexualidade.

Disse tudo isso pra dizer que esse é um tema particular. Uns precisam de muito. Outros, de pouco. Uns são naturalmente mais ativos. Outros, naturalmente menos ativos. Há os celibatários. E os libertinos. E toda a variedade entre ambos os extremos, que é ampla.

O grande negócio, a chave de ouro, é ENCONTRAR A SUA PRÓPRIA VERDADE - ou seja, O SEU PRÓPRIO DESEJO. Conhecer ele. Conhecer a natureza dele, sua extensão. Conhecer o seu próprio desejo. Saber REALMENTE o que se quer, sem ILUSÕES. Essa é chave que eu busco. Essa é a chave de ouro. Não o que os outros disseram. Mas o que eu realmente sinto.

Comparações com os outros. Com padrões. Com o que os outros dizem, que deveria ser assim. Que deveria ser assado. Tudo isso podem levar a uma espécie de distorção de nós mesmos, se nos guiarmos por palavras alheias, ao invés de nos guiarmos pelo que REALMENTE sentimos. Auto conhecimento é isso: conexão com a sua verdade interior. Isso leva ao dissipamento das trevas, e por consequência, eu diria, ao fim do vício em pornografia. Quem está viciado em pornografia está fortemente desconectado de seu próprio desejo e de sua própria potência. O viciado em pornografia não deve saber bem o que quer. Se for honesto, dira: gozar imediatamente. Até o gozo controlar ele, de modo que ele mesmo vai virar uma gozada. É isso que o vício faz, no extremo.

Em suma, esse tema é algo que eu quero meditar fortemente sobre. Gostaria de investir minhas energias espirituais em busca da resolução desse tema. Porque percebo que minhas energias estão DESORIENTADAS, BLOQUEADAS, CONFUSAS e EQUIVOCADAS. Isso pra mim é extremamente claro. Eu quero resolver o que chamarei de uma espécie de "compulsão sexual", que envolve o vício em pornografia, assim como uma certa obstinação em alguns temas correlatos. O vício é a principal manifestação da compulsão, mas além do vício também existem outros fatores envolvidos, que eu preciso dar igual atenção. Qualquer coisa que faça eu conhecer melhor, ou ter um contato mais autêntico com minha sexualidade, automaticamente me distanciara do vício. É o que penso.

Percebam, nem falei aqui de "transar". Eu quero apenas entender como funciona a minha dinâmica, pra que eu não me masturbe várias vezes no dia, ou não fique meio desesperado por certas questões. Eu só gostaria que todas as coisas relacionadas a esse tema se tornassem em minha mente o que REALMENTE SÃO: NATURAIS. É, pra mim não foi fácil ficar "subindo pelas paredes" dos 14 aos 27 anos. Isso foi realmente muito duro pra mim, entendem, e eu admito ter ficado "traumatizado" com isso tudo. Esse trauma é um dos componentes do meu vício em pornografia.

A questão do trauma é exatamente um ponto no passado, que ficou travado, sem compreensão, sem entendimento. Isso afeta diretamente toda a estrutura mental da pessoa, por mais que seja algo "ilógico", "sem sentido" ou "de 40 anos atrás". O trauma é sempre "o disco arranhado". Sempre a repetição. Todo trauma é assim, isso é natural. O lance é percorrer dez milhões de vezes o mesmo círculo, até conseguir enxergar como sair dele. Isso vale também para o vício em pornografia. E pensar que certa vez eu gastei dias inteiros em uma fase de Princip of Pérsia, um jogo que eu considero extremamente difícil. Acabei desistindo do jogo, não preciso terminar ele pra viver, nem fiquei obstinado com isso. Mas o reboot não, o reboot é necessário.

O negócio é percorrer o mesmo percurso - a repetição, o ciclo dos erros - até descobrir a saída. Porque há uma saída. E ela só pode ser descoberta por conta própria. Enquanto isso, vamos experimentando o sabor de nossos próprios erros - nosso sofrimento auto gerado pelo vício em porn. Decerto isso levará à reflexão - ninguém quer ficar sofrendo. Ou seja, o sofrimento é uma ponte, uma chave que pode levar para a compreensão.

Eu já consigo visualizar algo mais "presente". Eu tenho plena consciência de que não teria as mesmas reações de 10 anos atrás. Eu SEI que eu não sou a mesma pessoa. E que eu não cometeria os mesmos erros.

Na verdade, companheiros, tal reflexão só é possível DISTANTE DA PORNOGRAFIA.

É isso: o ÚNICO modo de obter uma REAL clareza sobre esse assunto é SEGUINDO NO REBOOT, LIMPO!

O post ficou mais reflexivo, é o que senti no momento.

Fico por aqui.

Até a próxima.

Aqui estou indo pro dia 8. Vim relatar algumas coisas úteis pro meu processo.

Estive doente nos últimos dias. A doença não é algo totalmente negativo. Primeiro, que ela tem uma causa - não é má sorte, acaso, ou maldição dos deuses. Corrigindo a causa, corrige-se também as consequências. Outra coisa que pode ser boa da doença é que ela pode nos fazer parar e refletir. As vezes nós estamos no 200 km por hora, fumando 3 carteiras de cigarro por dia, ou insistindo loucamente em alguma conduta errada, no risco de vida mesmo. Mas ai vem a doença e somos forçados a parar. A doença pode nos fazer parar e refletir, quando outros caminhos mais suaves e amorosos foram negados. Já conheci várias pessoas que mudaram completamente de vida, depois de terem ficado seriamente doente.

A doença não é agradável, óbvio que não. Porém, tem uma função. O lance da vida não é ser agradável e prazeroso - não que tenha nada de errado com isso! O lance da vida é desenvolver e evoluir. As vezes aprendemos as coisas pelo caminho mais doloroso. Não sem antes ter ignorado amplamente as vozes que tentavam nos alertar, bem antes de experimentarmos a dor. Pra situação ficar grave, com certeza muitas boas vozes amigas foram solenemente ignoradas.

Pois bem, estou me recuperando. Já me sinto melhor hoje, por exemplo.

Estive pensando em como o nosso sofrimento é literalmente auto gerado. Digo isso aplicado ao vício em porn, por exemplo.

Quer dizer, os malefícios do porn afetam áreas muitas vezes insuspeitas da nossa vida. Afeta nosso organismo como um todo. Não é só sobre o cérebro. É sobre a postura que ficamos quando consumimos porn. É sobre TUDO, entendem. O dano da pornografia é integral. Esse dano aparece nas nossas relações, no nosso trabalho, no nosso sono, em TUDO.

Pois então, o ponto que eu quero chegar é que nós plantamos sofrimento, todas as vezes que consumimos pornografia. Como sabemos, o plantio é livre, mas a colheita é obrigatória.

A questão é que costumamos jogar a responsabilidade desse sofrimento para terceiros...

Sempre tem um outro errado...

Ou foram nossos pais que fizeram tal e tal coisa...

Ou é a falta de uma vida sexual (é difícil completar o reboot sem vida sexual, porém, isso não deve se tornar uma desculpa!)

Ou "só mais uma não vai me prejudicar".

Ou "mas não tem relação, meu trabalho é meu trabalho, o que meu péssimo desempenho tem a ver com porn? Eu trabalho mal porque meus colegas cometem erros demais"

Ou qualquer outra coisa, menos NÓS MESMOS.

Eu penso que quanto mais VERMOS CLARAMENTE E ASSOCIARMOS O NOSSO SOFRIMENTO DIRETAMENTE AO VÍCIO EM PORN...

Mais fácil, evidente e óbvio vai se tornar o reboot.

Parto do pressuposto de que ninguém faz mal a si mesmo, conscientemente. Bom, já inconscientemente, tem até gente fazendo o desafio de virar 1 litro de cachaça em 1 minuto, e dizendo que quer viver muito e tá cheio de saúde. Ou pessoas que bebem 1 litro de cachaça, vão dirigir, e afirmam que "dirigem melhor quando alcoolizadas". É fácil constatar que quem diz tais coisas, simplesmente não tem a mínima ideia do que está dizendo. Mas com consciência mesmo, ninguém se prejudica e se coloca num lugar de sofrimento. Se faz isso, é porque não sabe bem o que está fazendo. Isso vale também pro vício.

É sobre AÇÃO E CONSEQUÊNCIA. Essa relação entre queda e sofrimento precisa estar muito clara, precisa ser ampliada mesmo. Como eu disse, a pornografia afeta áreas insuspeitas de nossas vidas.

Recair em porn é como derrubar uma peça de dominó com as outras enfileiradas logo à frente: UMA REAÇÃO EM CADEIA! É exatamente assim que funciona.

Na minha última queda, eu como sempre, paguei caro pelo meu vício.

Hoje consigo ver claramente como eu mesmo plantei isso.

Não tenho quem culpar.

Quando não se tem quem culpar, só sobra uma coisa: A AUTO RESPONSABILIDADE.

Sobra a única pessoa que REALMENTE pode resolver a situação. EU MESMO.

Mais um ponto importante pro reboot.

O pior inimigo de qualquer viciado são os maus sentimentos.

Hoje por exemplo, eu senti muita raiva de uma coisa, sabem. A relativamente pouco tempo atrás, eu estava convicto de que tinha razão. Porém, adivinhem onde essa raiva iria me levar? Exatamente, pro vício em pornografia. Digo: cuidado com suas certezas. As vezes estamos convictos demais....no erro.

Maus sentimentos - muita inveja, ódio, raiva, magoa, tristeza, etc, são como turbulências em nosso organismo. Causam verdadeiramente um desarranjo mesmo. Quem duvida é só prestar atenção a si mesmo no próximo ataque de raiva ou de tristeza. Percebam como a circulação do sangue se altera. A respiração diminui logo, na tristeza. Eu sinto em cada centímetro do meu corpo, qualquer emoção negativa. Cada sentimento desses afeta o organismo de um modo diferente, porém, são sempre destrutivos. E levam pro vício.

Então eu continuo achando que os maus sentimentos são o pior inimigo de qualquer viciado. Não é a toa que três dos mandamentos do AA - alcoólicos anônimos são:

4 - Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.

5 - Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas.

10 - Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.

Isso vale pra qualquer tratamento sério de vício, não só pra alcoolismo.

Pelo simples fato de que não dá pra viver na conduta errada - sendo injusto, maltratando, sendo grosseiro, egoísta, se culpando, sendo desonesto, etc - e esperar se ver livre do vício. Tal coisa não existe.

Fora isso, tenho caminhado ocasionalmente, mas sem regularidade.

Essa semana eu quero fazer uma coisa vital pra minha cura, que eu ainda não fiz, ou que eu evito fazer.

Quero me vestir bem, colocar minha melhor roupa, tomar banho e talvez até passar um perfume,

Ir pra um lugar que seja agradável pra mim. Pode ser sozinho mesmo, sem problemas.

E tentar ficar com alguém.

Meu objetivo é mais vencer uma barreira pessoal do que "obter prazer", digamos assim. Eu tenho meus motivos para ter essa dificuldade - cada um com a sua. Os motivos de cada um, mesmo quando possuem o mesmo problema, podem ser totalmente diversos. É por isso que costumo dizer que não existe fórmula mágica. A tal fórmula pode funcionar pra um, mas não pra todos. Existem as diretrizes gerais, mas o processo é individual. Existem as diretrizes gerais, mas o negócio é a pessoa trilhar o seu caminho e encontrar os seus obstáculos, que podem ser particulares ou peculiares.

Um caminho só passa a existir quando se trilha ele efetivamente. Antes disso é teoria, por mais que outros tenham feito a trilha e explicado tudo do melhor jeito possível. Se apenas a teoria "isso faz mal, não faça, você vai se prejudicar, etc" funcionasse, ninguém cometeria erros! As coisas importantes da vida são EXPERIENCIADAS na pele.

Por fim, sigo no intuito de me desligar progressivamente de tv, vídeos no youtube, notícias, politica, etc. Essa semana por exemplo, houve um lamentável caso do "Tio P." Quem vê jornal já sabe do que estou falando, virou até meme. Essa porra só me faz mal, e muito. Pra que vou ficar assistindo essas coisas? Notícias? Notícias pros outros, a mim só me prejudica. Minha opinião é que tv vive muito de sensacionalismo, violência, de coisas que não fazem diferença nenhuma na minha vida, isso quando não são coisas tóxicas mesmo, inúteis. E dai que um idiota bilionário ameaça e mente sobre o judiciário brasileiro? Minha terapia é que ele não vai pagar, então não tenho porque ficar informado das idiotices de desconhecidos, seja quem for. A melhor opção que faço na minha vida: me desligar das notícias, já que a maior parte delas dá mais audiência quando é baseado em polêmicas, mentiras, desonestidade e violência.

Acho que falei umas coisas úteis pra mim. Podem ser úteis pra outros.

Fico por aqui.

Até a próxima.

muito bom ler suas reflexões!

cara, compactuo com algumas ideias suas.

apesar de o método afirmar que a PMO não é o causador de todos os nossos problemas, eu creio que em algumas pessoas ela é sim a causadora da maioria de nossos problemas. Se não de todos, da maioria dos problemas; e se não é ela quem causa, ela maximizada sobremaneira.

com relação à TV, noticiários e afins, tbm acho a mesma coisa. É bom se manter informado? É, mas num geral pouca coisa dessas informações mudará concretamente nossas vidas.

Que possamos seguir um dia de cada vez, buscando limpar nossas mentes! Envio forças para você e você vai conseguir.

Segue firme. Abraço!!