Gardenzio - Sim, nós podemos.

02.11.2022.

Bom, creio que esses 23 dias foram bons. Estou bastante feliz com isso.

Evidentemente, sempre haverá coisas a serem melhoradas, mas estou feliz com a jornada construída até aqui.

Nesse período li 2 livros curtos, e eu considero isso um progresso, pois de há muito que não lia livros. Ademais, nesses dias minha frequência de leitura, para além desses 2 livros já citados, aumentou. Aventurei-me para ler algumas outras obras para além de apenas ler literatura de recuperação do vício.

Pontuo isso como sendo relevante pois eu entendo a leitura como uma chave mestra capaz de desbloquear "portais" da nossa mente e da nossa vida. A leitura ajuda-nos a entrar em contato com mentes brilhantes, com literatura que pode nos ajudar a melhor conduzir nossa vida, e foi por meio da leitura que consegui, por exemplo, ter conhecimento de todo o método como parar e de toda a teoria que dá alicerce ao método. Nesse sentido a leitura e o conhecimento libertam. Devo apenas, porém, conduzir minhas leituras para aqueles temas que têm tido mais influência em minha vida cotidiana recente, de modo que eu possa usufruir e mais e mais dos benefícios da leitura.

Apenas o conhecimento, porém, não é capaz de nos transformar. Ele é sim uma chave fundamental, mas precisa ser acompanhado da sabedoria e da aplicação do conhecimento na vida concreta, porque conhecimento por conhecimento é só ideia, e a ideia para transformar a vida precisa ser traduzida em ações concretas.

"E vale a pena lembrar", como diria o finado Jotinha Jr. (R.I.P), absolutamente tudo que vemos, tocamos e conhecemos aqui está porque houve uma maturação do pensamento de alguém e sua perpetuação ao longo da história. O homo sapiens sapiens sem pensamento não é homo sapiens sapiens; seria, se ainda estivesse entre nós, um homem de neandertal, um homo erectus, ou qualquer outra coisa. O que nos diferencia das demais espécies de animais é a nossa abstração intelectual, que pode tanto ser conduzida para o bem quanto para o mal.

Faz um tempo que eu me colocava em questionamento sobre a necessidade de minha conexão com o transcendente e, no caso da minha fé, com Jesus Cristo. Eu acreditava que não era tão relevante assim, e que mais valia eu cuidar sobretudo da mente, e talvez quem sabe, se sobrasse um tempinho, eu cuidava de orar para Deus. Eu estive equivocado, porém, creio. Minha fé, supondo que eu a tenha, não é madura o suficiente, não obstante eu tenha um razoável conhecimento das escrituras bíblicas, mas tem sido ela que tem me dado forças para seguir com minha vida e, sobretudo, com o reboot.

Talvez eu só esteja com um pouco de soberba, acreditando o Homem ser o centro de tudo, e esquecendo-me de me dirigir Àquele que realmente me deu a vida, que se fez carne para mostrar-se para a humanidade, que toda a história ocidental e oriental conhece muito bem sua história e relevância para o mundo, e que deu Sua vida por mim e por toda a humanidade.

Ainda há um longo caminho pela frente. Ainda há muito o que se aprendido.

Eu que entendia bem que o ser humano é uma tríade divido em mente, corpo e espírito, sendo 3 pilares que equilibram o alicerce daquilo que chamamos ser humano, estava com o pilar 'espírito' em falta. Pensava que bastava cuidar da mente e do corpo, e que o cuidado com o espírito viria como que num efeito dominó. Qual nada, estou vendo agora que eu estava apenas equivocado.

Well, mas é isso que c'est la vie. Não quero abraçar-me em convicções como sendo verdades absolutas, pois prefiro usufruir do benefício da dúvida. Não é um ceticismo barato ou tosco, mas é a admissão que as minhas crenças sobre determinadas coisas podem, em algum momento, estar equivocadas.

That's all.

Eh nóiz.

Gardenzio escreveu:02.11.2022.

Bom, creio que esses 23 dias foram bons. Estou bastante feliz com isso.

Evidentemente, sempre haverá coisas a serem melhoradas, mas estou feliz com a jornada construída até aqui.

Nesse período li 2 livros curtos, e eu considero isso um progresso, pois de há muito que não lia livros. Ademais, nesses dias minha frequência de leitura, para além desses 2 livros já citados, aumentou. Aventurei-me para ler algumas outras obras para além de apenas ler literatura de recuperação do vício.

Pontuo isso como sendo relevante pois eu entendo a leitura como uma chave mestra capaz de desbloquear "portais" da nossa mente e da nossa vida. A leitura ajuda-nos a entrar em contato com mentes brilhantes, com literatura que pode nos ajudar a melhor conduzir nossa vida, e foi por meio da leitura que consegui, por exemplo, ter conhecimento de todo o método como parar e de toda a teoria que dá alicerce ao método. Nesse sentido a leitura e o conhecimento libertam. Devo apenas, porém, conduzir minhas leituras para aqueles temas que têm tido mais influência em minha vida cotidiana recente, de modo que eu possa usufruir e mais e mais dos benefícios da leitura.

Apenas o conhecimento, porém, não é capaz de nos transformar. Ele é sim uma chave fundamental, mas precisa ser acompanhado da sabedoria e da aplicação do conhecimento na vida concreta, porque conhecimento por conhecimento é só ideia, e a ideia para transformar a vida precisa ser traduzida em ações concretas.

"E vale a pena lembrar", como diria o finado Jotinha Jr. (R.I.P), absolutamente tudo que vemos, tocamos e conhecemos aqui está porque houve uma maturação do pensamento de alguém e sua perpetuação ao longo da história. O homo sapiens sapiens sem pensamento não é homo sapiens sapiens; seria, se ainda estivesse entre nós, um homem de neandertal, um homo erectus, ou qualquer outra coisa. O que nos diferencia das demais espécies de animais é a nossa abstração intelectual, que pode tanto ser conduzida para o bem quanto para o mal.

Faz um tempo que eu me colocava em questionamento sobre a necessidade de minha conexão com o transcendente e, no caso da minha fé, com Jesus Cristo. Eu acreditava que não era tão relevante assim, e que mais valia eu cuidar sobretudo da mente, e talvez quem sabe, se sobrasse um tempinho, eu cuidava de orar para Deus. Eu estive equivocado, porém, creio. Minha fé, supondo que eu a tenha, não é madura o suficiente, não obstante eu tenha um razoável conhecimento das escrituras bíblicas, mas tem sido ela que tem me dado forças para seguir com minha vida e, sobretudo, com o reboot.

Talvez eu só esteja com um pouco de soberba, acreditando o Homem ser o centro de tudo, e esquecendo-me de me dirigir Àquele que realmente me deu a vida, que se fez carne para mostrar-se para a humanidade, que toda a história ocidental e oriental conhece muito bem sua história e relevância para o mundo, e que deu Sua vida por mim e por toda a humanidade.

Ainda há um longo caminho pela frente. Ainda há muito o que se aprendido.

Eu que entendia bem que o ser humano é uma tríade divido em mente, corpo e espírito, sendo 3 pilares que equilibram o alicerce daquilo que chamamos ser humano, estava com o pilar 'espírito' em falta. Pensava que bastava cuidar da mente e do corpo, e que o cuidado com o espírito viria como que num efeito dominó. Qual nada, estou vendo agora que eu estava apenas equivocado.

Well, mas é isso que c'est la vie. Não quero abraçar-me em convicções como sendo verdades absolutas, pois prefiro usufruir do benefício da dúvida. Não é um ceticismo barato ou tosco, mas é a admissão que as minhas crenças sobre determinadas coisas podem, em algum momento, estar equivocadas.

That's all.

Eh nóiz.

Bom dia meu amigo Gardenzio, sempre sensato nas falas, parabéns pela sua marca, pela força de vontade e determinação, nós somos capazes!!!


Continue firme, estamos com você, grande abraço!!!

04.11.2022, 08h03.

Nobre Eduxx, obrigado pelas palavras, meu bom! Grande abraço!

Quarta e quinta (ontem) resetei num total de 3x.

Superei a marca do reboot anterior, que havia sido de 18 dias. Esse último foi de 24 dias.

Há um progresso que é inegável. Mas isso não deve servir de acomodação.

Portanto, achei por bem passar aqui para compartilhar a jornada e ser bem honesto e sincero convosco e com minha recuperação, afinal esse diário é uma das ferramentas que temos para superar o vício.

Eu continuarei fazendo a minha parte a partir desse exato momento, continuarei me empenhando e colocando minha recuperação em primeiro lugar.

Como já falei antes, as orações e a fé foram um dos pilares para meus 24 dias. Eu sei que ainda tenho que amadurecer minha fé, mas vou buscando. Continuo pecador como qualquer ser humano do planeta terra, mas também continuarei buscando o caminho justo. Afinal, Paulo apóstolo resume muito bem a razão de ter como modelo a vida de Jesus: se eu faço o mal que eu não quero, percebo, portanto, que a Lei é boa, e assim já não sou eu quem faço o mal, mas o mal que habita em mim que me faz praticar o que não desejo.

Desde que voltei de viagem percebi que coloquei a mim (ou ao Homem) como o centro da vida, e o resultado tem sido a vida que eu tenho levado. Faz quase 4 anos que está assim. É muito tempo.

Como diz, porém, o ditado árabe: "confie em Allah, mas amarre seu camelo". É dizer, ore e confie em Deus, mas se você não faz sua parte de nada vale. E, como é bem sabido por todos, somos livres e também somos resultado das escolhas que fazemos (é o tal do livre-arbítrio).

Percebi claramente - tão claro quanto o sol do meio-dia - que eu, em diversos momentos, estive mais centrado e equilibrado emocionalmente e não reagi com impulso e ímpeto em várias ocasiões. Ou seja, talvez em alguma situação que eu reagiria mais desequilibradamente, com o reboot eu consegui estar mais calmo e equilibrado.

Isso para mim mostra algumas coisas: (1) que a PMO tira minha paz mental, (2) que a PMO, inconscientemente, desequilibra meu emocional, (3) que a PMO é a consolidação do que é afastar-me daquilo que eu fui criado.

É essa a batalha que tenho e que irei travar.

Como sei que palavras são só palavras se não forem postas em prática, concentrar-me-ei no instante que me resta para agir de acordo com a vontade de Deus e de acordo com aquilo que a minha consciência sabe que me fará bem. A batalha é diária. Peço a Deus para que eu me reerga ainda mais forte, fazendo a minha parte.

Eu erro, erro todos os dias, mas continuarei incessantemente buscando o caminho do acerto, e isso só faz ser de mim humano. Consegui acertar em algumas ocasiões, e isso me mostra que estou caminhando.

Todo novo dia que brota, todo novo instante, é a oportunidade que temos para fazer o novo e mudar. Peço a Deus paz e serenidade para continuar lutando.

Não obstante todas as tentativas de minar com o equilíbrio das coisas, voltaremos a ter paz, voltaremos para onde nunca deveríamos ter saído. O amor sempre vence o ódio, a discórdia, a inimizade, a divisão, e o falso Messias. Afinal, são esses os ensinamentos deixados por Jesus (ou não?), mas às vezes tendemos a interpretar a fé nos moldes daquilo que gostaríamos que fosse; e às vezes muito pior, a fé vira um comércio.

Ou não leram a Bíblia ou a interpretam como bem quiser, pois qualquer ateu ou mulçumano sabe bem o que Jesus fez diante do comércio vil das coisas de Deus diante do templo. É o tal do comércio da fé ou instrumentalização da fé. Jesus [e não eu] chamava-os de sepulcros caiados, só para lembrar as escrituras. Aliás, às vezes tem ateus que conhecem mais as escrituras do que muitos believers, qualquer que seja o credo.  

A PMO acaba sendo sempre nosso semideus, aquele instante de falso prazer que promete suprir nossos anseios, mas nunca, nunca, nunca o faz, e por isso mesmo devemos substitui-la por algo que transcende nossa alma. A PMO é a materialização da ilusão, porque quando buscando por ele achamos que teremos sexo, mas nunca conseguiremos sexo com PMO, e a PMO é a pior representação do que é sexo.

E é buscando ao amor que preenche nossa alma, corpo, espírito, mente e ser que devemos seguir.

Saluti a tutti.

Sinto muito pena queda amigo, existe momentos que temos que nos superar inúmeras vezes.
bora pra frente, feche as brechas e mantenha a disciplina, abçs.

05.11.2022, 08h34.

Resetei ontem 2x.

Só digo uma coisa: se eu cair 3.000.000 de vezes, 3.000.001 me reerguerei, e combaterei esse mal.

Sem querer ser repetitivo, mas evoluí nos últimos 24 dias.

Percebi que uma das coisas que me fez gerar gatilho foi ter aberto brechas à noite para ver TV e acessar o Youtube na TV. Ficava vendo gatilhos "inocentes", jurando que não eram nada de mais, mas doses homeopáticas de gatilhos me fizeram resetar novamente o contador.

Preciso entender que minha recuperação é todo santo dia, e que os 90 dias são apenas um parâmetro para me dizer que meu vício está sob controle. Mas não, eu não estarei curado com 90 dias, com 180 dias, com 270 dias, com 360 dias e por aí vai... Serei um rebooter em contínua recuperação.

Semelhante a uma droga qualquer, meu papel é evitá-la. Qualquer que seja a droga, a abstinência dela é condição indispensável para a vida sã e normal.

Mais uma vez, vítima do meu vício, resetei ontem.

Mas como já falei, eu me reerguerei. Não é fácil, é desafiador, mas peço novamente ajuda a Deus e peço a Ele para que, muito mais do que pedir sua ajuda, que eu faça as ações que estão no meu controle: cursos na internet, reuniões, livros, vídeos. Pois, não obstante o vício nos aprisione e tire cerceie nosso livre arbítrio, eu sou livre para escolher a minha recuperação, e é essa que eu devo buscar diariamente.

Até a próxima.

Se oportuno, retorno aqui.

Abraço aos companheiros e continuem lutando. Não desanimem nunca. Aprenda com os erros, corrija, busque sua evolução. É isso que continuarei perseguindo.

Bora pra frente amigo, entendemos que os erros aqui são disciplinares.
Em momento algum pensamos em desistir.
Quanto mais caímos mais nos levantamos.
Rumo à vitória, abçs.

06.11.2022, 18h19.

Senhores companheiros. Muy buenas.

É isso aí, nobre Kaneki! Ao cair, sempre se levantar, e continuar batalhando. Será isso que farei, e construirei a estrada justa. Grande abraço!

A vida segue, e o rio continua fluindo com seu percurso natural.

Como diria tio Heráclito de Éfeso, como já o citei pelo menos 3 vezes aqui antes: "a única constante é a mudança" e "nenhum homem banha-se 2 vezes no mesmo rio", pois nem o homem nem as águas são os mesmos quando do novo banhar-se.

Pois bem. Não obstante algumas coisas, tenho aguçado meu interesse pela leitura de filosofia clássica e consumido um pouco de psicanálise em podcasts e Youtube. Houve um tempo em que eu estava muito estimulado para procurar por conteúdos de finanças, e este é de fato um conteúdo que me instiga bastante, pois riqueza ou pobreza não é uma condição material, mas muito mais uma questão de mindset/crenças e comportamento, e aqui também a psicologia e o nosso comportamento para com o dinheiro tem muito a nos explicar.

Abrindo um pequeno parêntesis antes de voltar para a Filosofia e Psicanálise, de fato são incomparáveis as condições de riqueza. Vivemos num país extremamente desigual, e a classificação de riqueza para um pode não ser para outro. Exemplo: eu posso me considerar rico ou confortável financeiramente, mas Alexandre Pato, Kaká, Thiago Nigro ou mesmo Flavio Augusto com certeza diria que eu sou um derrotado e pobre. Portanto, riqueza PODE ser uma questão de perspectiva, apesar de TAMBÉM SER um dado quantitativo mensurável.

Mas o cerne - para então fechar o parêntesis aberto e partir para Filosofia e Psicanálise - é que eu posso aos poucos construir minha independência financeira "independentemente" da quantidade de dinheiro que ganho (obviamente, excluindo aqui pessoas que vivem em condição de extrema pobreza e que necessitam de ajuda externa, pois foram durante décadas marginalizadas da sociedade e vivem como se fossem lixos, quando são tão dignos quanto o primeiro-ministro do Reino Unido, o rei da Espanha ou o Príncipe de Mônaco). Quero dizer com isso que eu não preciso necessariamente ganhar mais de 10k por mês para então começar a juntar dinheiro e começar a investir bem em fundos que me deem retorno financeiro.

Mas não vou abrir inúmeros parêntesis, pois o que expus nesses míseros 2 parágrafos especialistas o fazem escrevendo livros com muito mais de 200 páginas sobre o assunto, e o meu propósito não é escrever um livro ou afins, até porque, apesar de gostar e ler sobre o assunto, não sou especialista, muito menos possuo qualquer formação na área. Parêntesis fechado.

Pois bem, não sei por qual razão mas tenho voltado-me para ler Filosofia. Sempre achei interessante ler sobre isso, mas na faculdade e no colégio, preocupado com as provas das matérias, não encontrava tempo nem disposição para ler temas para além daqueles que eu deveria ler para fazer as provas. Agora, com um pouco mais de "tempo livre", voltei-me para a Filosofia. Assim tenho ocupado meu tempo livre e essa tem sido uma excelente atividade de religação.

É isso aí.

Interessante que refletia sobre alguns temas metafísicos, sobretudo sobre a vontade de Deus, o nosso livre arbítrio e a nossa conexão com o transcendente.

Ora, eu sempre, desde que me entendo por gente, voltei-me para um transcendente, no meu caso por meio da fé cristã. Só que eu tinha uma fé imatura, eu diria; ainda tenho, é verdade, mas antigamente era mais imatura. Eu cria que Deus faria as coisas por mim, e que bastaria orar para ter o que eu pedisse.

Ora, reportemo-nos para o reboot e a fé. Não adianta eu orar, suplicar, pedir a Deus, participar de adorações, cultos, grupos, se eu não procurar por um tratamento. Eu tenho um vício, e a oração pode ajudar sobremaneira, mas ela não fará a minha parte. É dizer, eu devo (se crer e quiser) orar, mas é vã minha oração se eu oro e não faço a minha parte (ou seja, se oro e não busco tratamento).

É semelhante a um problema alimentar que por ventura alguém tenha. Pois bem, se o tem e também tem fé em Deus, pode orar, mas precisa de auxílio de um nutricionista e precisa seguir um plano alimentar, do contrário não estará tratando do problema.

A minha fé antigamente era mais ou menos assim. Ou seja, eu orava para Deus pedindo para me curar da luxúria, mas não fazia minha parte. E eu pensava que o problema era Deus, e não eu. Pensava que a culpa era de Deus, acreditar que o problema era de Deus, quando na verdade era meu. Como é bem sabido, Deus nos fez livres, e precisamos da sabedoria para guiar nossas escolhas. Apesar de não controlarmos tudo na vida, e de eu acreditar que algumas coisas temos sim que deixar nas mãos de Deus, podemos controlar uma porção de muitas coisas, e é nessa porção de muitas coisas que devemos centrar nossa atenção.

Pois bem, o entendimento dessa e de outras coisas (e o autoconhecimento em geral) auxilia bastante, mas de nada serve se não é praticado.

No caso do vício em PMO, o melhor que fazemos é fugir das situações, e no meu caso específico é não assistir TV de noite, não ligar a TV de noite, não dormir tarde, sempre ter bloqueadores no celular e por aí vai.

Eu não vou mentir, e apesar de ter resetado, não estou mal ou frustrado ou triste. Evidentemente consumir P nunca fará bem a nossa alma, mas eu acho que estou com a cabeça um pouco mais em ordem.

Preciso voltar-me para o entendimento de que o S da pornografia nunca será satisfatório, pleno, engrandecedor, e preciso seriamente me desintoxicar da mentira que nos foi contada de que uma vida sem S é uma vida sem sentido. Isso é uma das maiores mentiras que vêm sendo contadas para nós, e evidentemente eu não estou dizendo que sexo é ruim; apenas que o S ensinado pelo mundo e sobretudo, no nosso caso, pela indústria P, é o ápice da escória de tudo que é de mais podre que existe. O S da P e a P em si nunca preencherá o vazio da nossa alma, pois fomos feitos para algo muito maior do que isso. No meu caso que sou homem, preciso entender que a mulher é também um ser divino, e não deve ser usada com o é na P. E a recíproca também vale para as mulheres.

Ora, a vida é bella, e existem trocentas outras belas coisas da vida a serem feitas: viajar, dançar, ler, conhecer amigos, correr, nadar, aprender um idioma, ganhar dinheiro trabalhar com o que gosta, fazer uma obra social, participar de um grupo de ajuda social, ir ao culto, cuidar de um bicho, crescer espiritualmente e emocionalmente, e por aí vai. S é uma vertente de milhares de outras do que compreender o 'viver'. S é bom, mas precisa ser vivido num contexto saudável, e não estou falando aqui a partir de conceitos religiosos, até pq cada um faz o que quer; mas estou falando que a P e o S ensinado por ela nunca será saudável. Nunca preencherá nossa alma, nunca nos satisfará, sempre nos deixará vazios e com uma vida sem sentido, pois a P é a morte do amor; e aqui, novamente, não estou falando a partir de preceitos religiosos. Sabemos muito bem o que a P nos causou até hoje, e creio que não precisamos de corroboração de dogmas religiosos para nos provar que a P só destrói nossas vidas.

Acho que por hoje é isso. Refletir sobre a vida. Fazer a parte que me cabe. Aprender com os erros. Aventurar-me em novos ambientes.

Como diria Heráclito: a única constante é a mudança.

Eu gosto muito dessa frase, pois, acredito, reflete a vida, a vida como ela realmente é. Em todos os meus 26 anos de vida, nada permaneceu do mesmo jeito que eu cheguei ao mundo. É a vida. Ou c'est la vie, como se pode dizer.

Assim como alguns que infelizmente nos deixaram, um dia eu também partirei dessa experiência terrena. Aqueles que partiram eu os carrego no meu coração; e peço a Deus para que a minha vida valha a pena ser vivida, afinal, como diria Aristóteles, todos estamos aqui para perseguir a Eudaimonia (felicidade).

Eu assim creio. Peço a Deus, como disse um senhor com o qual conversei por breves 5 minutos, que me dê mais uns 80 anos de vida, mas estarei em paz com o instante de vida que me for dado. Procurarei cuidar de mim, mas entrego minha vida nas mãos de Deus, e espero ao menos poder cumprir com alguns objetivos que desejo. Uns já foram realizados, outros podem ser ainda conquistados. Peço a Deus forças, sabedoria, paz, tranquilidade, serenidade, para seguir com minha vida, e, como diz Marco Aurélio, estoico, que eu esteja preparado para enfrentar todas as adversidades da vida, sabendo que nenhum problema que me surgir é superior à minha capacidade que eu tenho de superá-lo e enfrentá-lo.

Não sou um ser perfeito. Posso escrever bonito ou coisas sábias, mas peço a Deus para que pelo menos 10% do que eu escrevo seja colocado em prática, e assim estarei satisfeito, pois sei que sou mais errante do que perfeito; tenho minhas incongruências, meus erros, mas sigo buscando sempre acertar.

Até a próxima, soldado.

A esperança é o combustível da alma.

07.11.2022, 15h30.

Acho que durante muito tempo acabei perdendo meu tempo ao dar ouvidos às coisas do mundo e esquecer-me das coisas de Deus.

Em não sendo um ser humano perfeito, eu continuo sendo pecador, mas é por isso mesmo que eu deveria buscar a Deus, não para buscar ser perfeito aqui na terra, mas para aperfeiçoar-me diariamente; continuar errando, mas buscando sempre o aperfeiçoamento.

Acho que perdi tempo demais aventurando-me por outros caminhos, por caminhos "autônomos", quando na verdade Jesus já me propôs um caminho a ser seguido, eu procurei segui-lo já de há muito, vi que era muito melhor do que "saborear" as coisas do mundo, mas perdi-me no meio da estrada.

Estou cada vez mais convicto que simplesmente não dá para eu seguir minha vida sem a presença de Deus. E que por mais que eu ainda tenha muitas coisas a corrigir e a fazer, a melhor coisa que eu faria para mim seria simplesmente parar de contestar as coisas e os ensinamentos de Deus e simplesmente segui-los, buscando, evidentemente, um equilíbrio emocional, físico e espiritual, como faz parte de qualquer vida.

Mais uma vez, vítima do meu próprio vício, resetei. Mostra apenas, mais uma vez, que não deve haver espaço na minha vida para brechas. Deve mostrar para mim que a PMO é um verdadeiro vício, um vício potente, que não pode em nenhum momento ser negligenciado.

Bom, um pouco envergonhado passo aqui, mas relato o reset pois o diário é uma ferramenta útil para o reboot.

"Sabemos que a lei é espiritual; eu, contudo, não o sou, pois fui vendido como escravo ao pecado. Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio. E, se faço o que não desejo, admito que a lei é boa. Neste caso, não sou mais eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Assim, encontro esta lei que atua em mim: Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim. Pois, no íntimo do meu ser tenho prazer na lei de Deus; mas vejo outra lei atuando nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha mente, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que atua em meus membros. Miserável homem eu que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte?" (Romanos 7:14-24)

Acho que esse trecho de Paulo retrata muito bem minha situação. Se é alguma coisa que pode me consolar diante de hoje, pelo menos amparo-me nesse trecho bíblico.

Não sei quando voltarei aqui para o Fórum, mas com certeza não desaparecerei. Apenas quero fazer a minha parte e cuidar do meu vício.

Vou seguir. Vou buscar as forças que restam em mim.

Agora cabe a paciência necessária e dar tempo ao tempo para que as coisas possam ir se estabilizando e encontrando a homeostase natural do Universo.

Até a próxima, soldado.

Kalimera, senhores.

A verdadeira mudança é interior, não exterior.

O exterior pode nos auxiliar no processo de mudança, mas a mudança verdadeira passa pela mudança de mente, a partir de uma mudança de perspectiva, e aí então continuarmos a seguir com nossa recuperação.

Bloqueadores são peças fundamentais, e nos auxiliam no processo, mas contar apenas com eles não é o suficiente.

A minha recuperação renovar-se-á a todo novo dia que brotar na minha janela, e assim peço a Deus para que eu possa perseguir a minha recuperação e que isso seja a minha prioridade número 1.

Tenho outras coisas na vida para resolver, para ajustar, mas todas elas passam primeiramente pela boa gestão de minha recuperação. Por isso a recuperação está em primeiro lugar.

Alguns hábitos precisam ser mudados, e um dos que eu vi que me prejudicaram nos últimos 24 dias foi assistir TV a noite. Ah, mas qualquer coisinha é um gatilho para mim? Talvez, e se eu sei que isso me faz/fez mal, porque devo continuar insistindo no erro?

Hoje é um momento de exercitar a paciência. Dias limpos de reboot me trazem paz, mas agora é um momento de exercitar a paciência e estar confiante em fazer a minha parte. Cuidarei das minhas coisas e colocá-las-ei em prática. Assim peço a Deus.

Não sei se passarei aqui com frequência, mas sempre que bater a vontade, fá-lo-ei.

Até a próxima.

Vamos pedir a Deus pela nossa recuperação, meu caro!!!!

Que a chama da fé do que existe de divino em nós - amor, luz, paz e esclarecimento - brilhe, brilhe e cresça, mesmo que devagar.

Pra isso tem que alimentar. Tem que alimentar as coisas boas dentro de nós - internamente.

Vamos nessa, Gardenzio.

Tudo são momentos. O momento é fugaz. Todo dia é um novo dia.

Excelente reboot pra você!

Bom dia Meu Amigo Gardenzio, como vão as coisas?


Tenho lido e acompanhado seu diário, e eu estou aqui torcendo por você, você sempre sensato, trazendo reflexões importantes acerca de nós e também acerca da vida...


Só complementando novamente o que creio que te falei uma vez, a mais difícil e necessária luta, é conosco mesmo...

Cabe a nós a responsabilidade de mudarmos em nós, o que precisamos que seja diferente, e aí, só depende de nós mesmos...


Somos totalmente capazes disso, e depende de alguém importante pra isso, ou seja, nós mesmos!!!


De toda forma, desejo que você siga firme, você é capaz, nós vamos vencer isso!

Gardenzio escreveu:Kalimera, senhores.

A verdadeira mudança é interior, não exterior.

O exterior pode nos auxiliar no processo de mudança, mas a mudança verdadeira passa pela mudança de mente, a partir de uma mudança de perspectiva, e aí então continuarmos a seguir com nossa recuperação.

Bloqueadores são peças fundamentais, e nos auxiliam no processo, mas contar apenas com eles não é o suficiente.

A minha recuperação renovar-se-á a todo novo dia que brotar na minha janela, e assim peço a Deus para que eu possa perseguir a minha recuperação e que isso seja a minha prioridade número 1.

Tenho outras coisas na vida para resolver, para ajustar, mas todas elas passam primeiramente pela boa gestão de minha recuperação. Por isso a recuperação está em primeiro lugar.

Alguns hábitos precisam ser mudados, e um dos que eu vi que me prejudicaram nos últimos 24 dias foi assistir TV a noite. Ah, mas qualquer coisinha é um gatilho para mim? Talvez, e se eu sei que isso me faz/fez mal, porque devo continuar insistindo no erro?

Hoje é um momento de exercitar a paciência. Dias limpos de reboot me trazem paz, mas agora é um momento de exercitar a paciência e estar confiante em fazer a minha parte. Cuidarei das minhas coisas e colocá-las-ei em prática. Assim peço a Deus.

Não sei se passarei aqui com frequência, mas sempre que bater a vontade, fá-lo-ei.  

Até a próxima.

Cumprimentos, ilustre Gardenzio.

Meu desejo de que sua recuperação seja a mais próspera e ampla. Capaz de dar a você uma existência plena, uma vida realmente digna. Pois vá com tudo na organização de seu cotidiano rumo ao alcance daquilo que só poderá ser bom para você em todos os sentidos.

Meu abraço!

09.11.2022, 16h22.

Oi.

Dia 2. Com a graça de Deus, 2 dias.

Sei que 2 dias é muito pouco, mas dá um certo alívio poder chegar em 2 dias.

Talvez tivesse outras coisas para compartilhar convosco, mas não me está vindo inspiração no momento.

A coisa certa, porém, é que todo dia é dia de buscar recuperação. Digo à minha consciência para buscar pela recuperação cada dia que passar, e peço a Deus para que todo novo dia seja um dia que eu busque a recuperação.

De fato, já falei sobre isto antes, mas a minha recuperação começou a desandar quando eu comecei a achar que eu não me viciaria de novo em PMO. É por isso que a abordagem 'estou curado da PMO' é um equívoco, e o objetivo do tratamento de um viciado em PMO não é chegar a 'estar curado' (compreendendo 'estar curado' como a volta a um estágio de equilíbrio usufruído antes de consumir PMO E a impossibilidade de regressão ao estado do qual fomos "libertos"), mas sim não mais apresentar os sintomas de compulsão pelo vício em PMO.

Claro que muitas outras pessoas tratam sobre esse tema muito melhor que eu em livros, mas a ideia é um pouco essa.

É dizer, não há como se acreditar que uma vez que eu estou com 365 dias limpos da PMO que nunca mais eu voltarei a ser viciado em PMO, pois isso é completamente falso.

Temos que ter claro o seguinte: todos os gatilhos, impulsos e conteúdos produzidos pela indústria P são feitos com um único e exclusivo propósito que é de nos deixar presos no vídeo e buscar por esses conteúdos cada vez mais e mais; e, como sabemos, o consumo da PMO libera quantidades suprafisiológicas de dopamina que em atividades normais naturais nunca conseguiríamos chegar a produzir pico semelhante. Ou seja, é entender que a Pornografia é uma DROGA, é uma droga pesada e forte, não é inocente, e em sendo viciados o trabalho e empenho a ser feito é um livrar-se todos os dias do consumo dessa droga, pois é isto que se faz com drogas: manter-se longe delas e sem consumi-las.

Meu erro foi abrir algumas brechas, abrir exceções, e aos poucos ir entrando no mundo da PMO.

Por isso que acho também interessante produzir um ódio pela prática da PMO, de forma a evitá-la sempre.

Creio, porém, que a limpeza e edificação de nossa mente deve ser um processo almejado diariamente, de modo tal que possamos sempre ir crescendo aos poucos por meio desse processo de purificação da mente.

Eu não sei o que será de mim daqui a 24 dias, por exemplo. Peço a Deus somente que eu possa chegar até lá limpo e fazendo a minha parte, vivendo um dia de cada vez na limpeza de minha mente, prestando atenção nos meus pensamentos e vigiando-me nas minhas atitudes.

Se a vida sem PMO é muito melhor de ser vivida, peço a Deus para que todos os dias eu sempre busque pela purificação de minha mente e por meu crescimento.

Acho que por hoje é isso.

Até a próxima, soldado.

vierkenes escreveu:Vamos pedir a Deus pela nossa recuperação, meu caro!!!!

Que a chama da fé do que existe de divino em nós - amor, luz, paz e esclarecimento - brilhe, brilhe e cresça, mesmo que devagar.

Pra isso tem que alimentar. Tem que alimentar as coisas boas dentro de nós - internamente.

Vamos nessa, Gardenzio.

Tudo são momentos. O momento é fugaz. Todo dia é um novo dia.

Excelente reboot pra você!

Salve, ilustre vierk!

Pois então, creio que a fé me ajudou bastante nesses últimos dias, e cada vez mais percebi por mim mesmo que é sempre muito bom apegar-se ao transcendente, qualquer que seja a profissão de fé. Assim seguiremos então, meu bom!

Obrigado pela passagem e grande abraço!

eduxx escreveu:Bom dia Meu Amigo Gardenzio, como vão as coisas?


Tenho lido e acompanhado seu diário, e eu estou aqui torcendo por você, você sempre sensato, trazendo reflexões importantes acerca de nós e também acerca da vida...


Só complementando novamente o que creio que te falei uma vez, a mais difícil e necessária luta, é conosco mesmo...

Cabe a nós a responsabilidade de mudarmos em nós, o que precisamos que seja diferente, e aí, só depende de nós mesmos...


Somos totalmente capazes disso, e depende de alguém importante pra isso, ou seja, nós mesmos!!!


De toda forma, desejo que você siga firme, você é capaz, nós vamos vencer isso!

Salve, ilustre Eduxx! Obrigado pela passagem, meu bom.

é interessante entender que a luta é com nós mesmos, afinal creio que temos dentro de nós a força necessária para superar as batalhas e as adversidades que se nos é apresentada. E aquelas coisas que não podemos mudar, afinal podemos muita coisa mas não podemos tudo, cabe a nós ressignificar isso em nossa vida, entendendo que o que é possível mudar que possamos nos empenhar para fazê-lo, e o que não é possível que isso seja colocado nas mãos de Deus.

Grande abraço, jow!

Justiceiro do Sertão escreveu: Cumprimentos, ilustre Gardenzio.

Meu desejo de que sua recuperação seja a mais próspera e ampla. Capaz de dar a você uma existência plena, uma vida realmente digna. Pois vá com tudo na organização de seu cotidiano rumo ao alcance daquilo que só poderá ser bom para você em todos os sentidos.

Meu abraço!

Salve, ilustre Justiceiro! Obrigado pelas palavras de força, jow. Recebo-as e coloco-as como mais um tijolo na minha caminhada. É desafiador, é verdade, mas é totalmente possível. Desafios dão ânimo à vida!

Grande abraço, meu bom!

10.11.2022, 19h54.

Oi. Só passando rapidinho.

Dia normal hoje. Acho que estou com covid, de modo que não estou 100%. Mas graças ao desenvolvimento científico e às minhas 3 doses de vacinas tomadas, e em virtude dessa cepa não ser muito forte, estou apenas com sintomas de febre. Espero que no máximo até próxima segunda eu já esteja 100%.

Bom, fora isso, nada de demais.

Só percebi que de fato a leitura faz muita diferença nas nossas vidas, e as leituras que venho fazendo estão me ajudando muito a pensar melhor e mais claramente.

Talvez eu tivesse outras coisas para condividir, mas ficamos por aqui!

Até a próxima!

11.11.2022, 13h40.

Sigo vivendo, tentando encontrar por formas que elevem minha experiência terrena.

Dia normal hoje. Dormi às 4h del mattino mas estou desperto, graças a Deus.

Aos poucos, porém, infelizmente, vou percebendo que alguns valores que ser-nos-iam fundamentais, acabam sendo absurdamente mal-entendidos ou deturpados.

E como diria Odorico Paraguaçu, botemos de lado esses entretantos, e partamos logo para os finalmentes.

A P é o ápice de deturpação daquilo que é mais íntimo e sagrado de todo ser humano: a nossa sexualidade. Advogando por liberdades individuais, liberdade artística ou mesmo liberdade de expressão, pessoas se submetem a determinadas práticas e atividades achando que, assim, estão sendo mais livres e "evoluídas" que outras pessoas que não fazem o mesmo. Curioso que não é um fenômeno de 2022 utilizar a deturpação do que se é de fato liberdade para dar aval para defender-se o que seria por clarividente, em condições normais de temperatura e pressão, indefensável. Afinal, se não me falha a memória, aprendia no meu colégio perto de casa, com meus 7 para 8 anos, que a minha liberdade termina onde começa a liberdade do outro. Liberdade não é poder tudo, mas é poder fazer tudo aquilo que NÃO FERE os direitos de meu semelhante. Difícil entender o básico?

É interessante voltar-nos ao elementar e entender que a liberdade possui limites, e em se tratando de vícios em PMO e de uma análise da compreensão da liberdade a partir tão somente do indivíduo, precisamos entender que eu não sou mais livre do que algum outro se eu faço coisas que possuem um potencial para me fazer mal. Volto mais uma vez a ideia de liberdade em Agostinho de Hipona, que defende que só existe liberdade a partir do momento que, em sabendo que existe o bem e o mal, eu escolho o bem.

Diariamente, portanto, é mesmo necessário ir contra a corrente que quer levar a existência da humanidade para o fundo do poço, e procurar sempre consumir materiais e conteúdos que possam nos fazer (1) pensar melhor, (2) viver melhor e, consequentemente, (3) me tornar uma pessoa melhor.

Ler. Ler ajuda demais a expandir a consciência. Notei claramente isso esses dias. É preciso, portanto, que busquemos por leituras que enobreçam nossa alma, nos façam crescer enquanto pessoa e nos tornem pessoas melhores. A leitura é uma excelente atividade de religação natural, e a partir do momento que vamos construindo nosso reboot, vamos dando inputs ao nosso de que mais vale procurar por atividades que produzam dopamina naturalmente e que consequentemente produzem mudanças duradouras no longo prazo, do que procurar por prazeres fugazes que (1) não são sólidos, (2) não preenchem nossa existência, (3) só nos deixa mais vazios.

É um desafio diário, mas é possível.

Enfim, tudo isso é apenas a introdução do esboço do rascunho da discussão sobre o que é liberdade. Longe de lançar verdades absolutas, trouxe um breve curto entendimento que venho tendo sobre algumas questões, que pode estar certo em algumas coisas, mas equivocado em outras. A maturação do pensamento, porém, é uma jornada que leve tempo e a busca pelo conhecimento.

O conhecimento, no entanto, sem prática, é inútil. Mas o conhecimento, creio eu, ajuda sobremaneira em diversas coisas.

A busca pela sabedoria é uma busca que só se esgota depois do último sopro nessa Terra.

Flw.

Gardenzio escreveu:11.11.2022, 13h40.

Sigo vivendo, tentando encontrar por formas que elevem minha experiência terrena.

Dia normal hoje. Dormi às 4h del mattino mas estou desperto, graças a Deus.

Aos poucos, porém, infelizmente, vou percebendo que alguns valores que ser-nos-iam fundamentais, acabam sendo absurdamente mal-entendidos ou deturpados.

Como diria Odorico Paraguaçu, deixemos de lado os entretantos, e partamos logo para os finalmentes.

A P é o ápice de deturpação daquilo que é mais íntimo e sagrado de todo ser humano: a nossa sexualidade. Advogando por liberdades individuais, liberdade artística ou mesmo liberdade de expressão, pessoas se submetem a determinadas práticas e atividades achando que, assim, estão sendo mais livres e "evoluídas" que outras pessoas que não fazem o mesmo. Curioso que não é um fenômeno de 2022 utilizar a deturpação do que se é de fato liberdade para dar aval para defender-se o que seria por clarividente, em condições normais de temperatura e pressão, indefensável. Afinal, se não me falha a memória, aprendia no meu colégio perto de casa, com meus 7 para 8 anos, que a minha liberdade termina onde começa a liberdade do outro. Liberdade não é poder tudo, mas é poder fazer tudo aquilo que NÃO FERE os direitos de meu semelhante. Difícil entender o básico?

É interessante voltar-nos ao elementar e entender que a liberdade possui limites, e em se tratando de vícios em PMO e de uma análise da compreensão da liberdade a partir tão somente do indivíduo, precisamos entender que eu não sou mais livre do que algum outro se eu faço coisas que possuem um potencial para me fazer mal. Volto mais uma vez a ideia de liberdade em Agostinho de Hipona, que defende que só existe liberdade a partir do momento que, em sabendo que existe o bem e o mal, eu escolho o bem.

Diariamente, portanto, é mesmo necessário ir contra a corrente que quer levar a existência da humanidade para o fundo do poço, e procurar sempre consumir materiais e conteúdos que possam nos fazer (1) pensar melhor, (2) viver melhor e, consequentemente, (3) me tornar uma pessoa melhor.

Ler. Ler ajuda demais a expandir a consciência. Notei claramente isso esses dias. É preciso, portanto, que busquemos por leituras que enobreçam nossa alma, nos façam crescer enquanto pessoa e nos tornem pessoas melhores. A leitura é uma excelente atividade de religação natural, e a partir do momento que vamos construindo nosso reboot, vamos dando inputs ao nosso de que mais vale procurar por atividades que produzam dopamina naturalmente e que consequentemente produzem mudanças duradouras no longo prazo, do que procurar por prazeres fugazes que (1) não são sólidos, (2) não preenchem nossa existência, (3) só nos deixa mais vazios.

É um desafio diário, mas é possível.

Enfim, tudo isso é apenas a introdução do esboço do rascunho da discussão sobre o que é liberdade. Longe de lançar verdades absolutas, trouxe um breve curto entendimento que venho tendo sobre algumas questões, que pode estar certo em algumas coisas, mas equivocado em outras. A maturação do pensamento, porém, é uma jornada que leve tempo e a busca pelo conhecimento.

O conhecimento, no entanto, sem prática, é inútil. Mas o conhecimento, creio eu, ajuda sobremaneira em diversas coisas.

A busca pela sabedoria é uma busca que só se esgota depois do último sopro nessa Terra.

Flw.

Boa Tarde meu amigo Gardenzio, meus parabéns pelo 4º DIA, só nós sabemos o quanto é difícil no começo, os primeiros dias, siga firme, não desanime, você já sabe o caminho!!!



E como você disse, a leitura nós leva em lugares inimagináveis, é ótimo e preciso fazer isso mais e mais, grande abraço!!!

Vamo que vamo amigo, melhoras e continue colocando em pratica os aprendizados que vem recebendo, abçs.

12.11.2022, 19h55.

Fala Clóvis, tranquilidade?

Antes de tudo, saudar os ilustres companheiros desse nobre recinto.

Senhores, cá estamos. No post de hoje versarei sobre alguns breves pensamentos que me vieram neste dia, e sobre os quais gostaria de me concentrar nos dias que se seguirão.

Acho que a parada é que tenho que elencar prioridades. Todos nós temos que ter prioridades. Às vezes damos inúmeras desculpas para não fazer as coisas, quando no âmago a única coisa que falta é elencar com clareza as prioridades da vida.

Vejo que tou precisando elencar decentemente minhas prioridades. Verão se aproxima e, coincidência ou não, nesse período me vem todas as coisas que tenho vontade de fazer, e é um período em que a vontade de viver me está mais latente; talvez porque é um período pós meu aniversário, período no qual frequentemente penso e reflito sobre a vida que tenho vivido e sobre quem gostaria de me tornar no futuro.

Muitas coisas e boas ideias em mente, porém um foco meio escasso, creio.

Como atividade de religação tenho me dedicado ao estudo de idiomas e de filosofia. Gostaria muito também de me debruçar sobre alguns textos de Freud, sobretudo Psicologia das Massas, mas preciso encontrar tempo e organização para fazer isso e todas as outras coisas que são prioridades na minha vida; ou que pelo menos deveriam ser.

Há uns 4 anos, creio, na literatura da auto-ajuda, surgiu um livro que ficou muito famoso chamado 'Mindset - A Psicologia do Sucesso', e existem outros livros muito interessantes que, grosso modo, abordam a mesma temática (a saber, por exemplo, o livro intitulado de 'O Jogo Interior do Tênis'), e com ele popularizou-se muito a expressão 'mindset', que é grosso modo traduzido por configuração da mente, mentalidade, forma de pensar, e por aí vai. Independentemente disso, o fato é que eu carrego comigo um aprendizado, mesmo não tendo lido nenhum desses 2 livros que citei aqui, que a boa condução da nossa vida vai se basear sobretudo a partir da interpretação dos eventos que conosco ocorre.

Bom, esse também é um aprendizado que colhi lendo um pouco dos estoicos e entrando em contato um pouco com a obra de Marco Aurélio, imperador de Roma. Mas no fundo, no bojo da boa condução da nossa vida, está a interpretação das coisas que conosco acontecem. E os filósofos, sobretudo a partir de Socrátes e com os estoicos, nos ensinam fenomenalmente, como fazê-lo. É excepcional a quantidade de títulos fodas que os estoicos escreveram, cada qual um melhor que o outro.

Em Cândido, de Voltaire, o autor (Voltaire) narra a história de Doutor Pangloss e uma série de aventuras e desgraças que vão acontecendo com o próprio Cândido, o doutor Pangloss e vários outros personagens que acompanharam os dois protagonistas da trama. O livro em si é uma crítica à concepção de um otimismo cego e barato que busca ver sempre um lado positivo nas coisas ruins e desgraças que aconteceram na vida dos personagens do livro e que os faz acomodar-se diante das injustiças sociais e políticas da época, por exemplo.

Trouxe um breve resumo de Cândido - cujo título também é 'Do otimismo' - para justamente fazer-me e fazer-nos pensar que ser otimista não é contentar-se com a vida de m£rda que vamos levando, mas em verdade procurar ressignificar aquilo que nos ocorre e a partir de então buscar crescer e construir e lutar pela vida que desejamos ter e usufruir. Eu, particularmente, sempre me considerei uma pessoa otimista e esperançosa, e ler Cândido foi apenas mais um tijolo a ser posto na compreensão de que ser otimista não é ser ingênuo, ou imaturo, ou naive, ou sei lá o que... A esperança, para mim, deve ser sempre o combustível da alma.

É apenas uma percepção de se encarar a vida: um escolhe focar nas desgraças e no lado ruim do mundo (que, sim, existe, sempre existiu, e sempre existirá; claro, óbvio e evidentemente), outro prefere focar nas coisas boas da vida (que, sim, existem, sempre existiram, e sempre existirão; claro, óbvio e evidentemente). Não existe um certo ou errado nesse caso. É mera e simplesmente uma forma de se enxergar o mundo. Eu prefiro enxergar o bom, outros preferem focar no ruim. E o barco da vida continuará sempre seguindo do mesmo jeito que sempre seguiu, com as desgraças, as coisas ruins, as guerras e as alegrias, as coisas boas, e paz entre os povos...

Eu hoje vejo isso com muita clareza e busco sempre carregar essa concepção comigo.

Tenho dito muita vontade de ler filosofia, e vi que a leitura expandiu demais minha capacidade intelectual. Isso posto, também comecei a perceber a verdadeira importância da leitura, e o poder que ela possui de ir conduzindo nossa mente em direção àquilo que desejos. Com isso quero dizer que, por exemplo, se quisermos aprender qualquer coisa (sei lá, no meu caso, grego), é possível treinar o cérebro para aprender isso, mesmo eu nunca ter dito estudado grego em minha vida toda.

Por meio da leitura, podemos ir conduzindo nosso cérebro em direção àquilo que desejamos. Tem muitos livros muito bons que nos ensinam sobre produtividade, sobre como viver melhor, sobre como ter uma vida mais saudável, sobre gestão de tempo, e por aí vai... E apesar de Karnal, um pensador que acho um dos mais sensatos que conheço, não gostar muito da literatura de auto-ajuda, eu particularmente acho que me ajuda muito.

Eu entendo um pouco o ponto de Karnal, pois em sendo Filósofo e Historiador, ele tendencialmente vai se voltar para coisas que façam expandir nosso senso crítico diante dos eventos e pressupostos do mundo em que vivemos, mas acho que existe uma literatura de auto-ajuda que pode, de fato, ajudar bastante a condução de algumas áreas da nossa vida.  

A expressão que gostaria de me lembrar de usar sempre que for expor uma opinião contrária à de alguém é: 'data venia' uahsuahushuahsuahshaushahushu É muito legal essa expressão, vei... Data venia data venia...

Bom, é bom fazê-lo quando se conseguir sustentar um discurso civilizado entre duas ideias opostas, o que, na contemporaneidade do mundo, é um evento mais raro que um eclipse solar.

Mas a esperança é a última a morrer.

Ainda tenho muito a aprender. Sei muito pouco e todo dia é um novo aprendizado. Não sei de nada, apesar de talvez saber fingir muito bem.

Eh nóis.

14.11.2022, 06h40.

Fala Clóvis, tranquilidade?

É, tranquilidade + ou - né. Como podeis ver, infelizmente resetei 2x entre sábado e ontem. Mas resolvi passar aqui para colocar algumas coisas para fora, fazer meio que uma psicanálise comigo mesmo, apesar de achar mais natural alguém fazer uma psicanálise em outrem, e não em si mesmo; parece estranho, mas creio não ser impossível. O único problema é que podemos deixar de observar o que não conseguimos, e é algo tendencialmente enviesado. Mas sigamos.

Farei meio que uma terapia aqui, afinal não estou indo ao psicólogo, e escrever um diário de fato é eficaz para colocar algumas ideias para fora.

Eu não gosto de ser pessimista e de focar nas coisas ruins, mas observo que as coisas saíram do controle na minha vida. Não obstante as coisas estejam ruins, identificar o problema é um dos primeiros passos para a mudança. Ocorre que, porém, estou sendo mestre em identificar problemas há muito tempo, mas não estou resolvendo o problema realmente. Meu problema é o vício em PMO, e eu resolvo ele fazendo um reboot de 90 dias, mas o máximo que consegui chegar nesses últimos 6 meses foi, talvez, 28 dias. Ou seja, estou falhando. Algo precisa ser feito.

Meu último reboot mais longo, há + ou - 1 semana foi de 24 dias. Não sentia superpoderes; apenas sentia paz, organização, reestabilização das atividades de religação naturais, apesar de estar procrastinando muito com as atividades importantes. Foi um progresso. Mas esse progresso foi seguido por uma queda terrível.

Acho estranho não estar deprimido, ou frustrado, ou desesperado, ou desacreditado com minha vida. Não estou p*to, não estou com tristeza. Por incrível que pareça estou normal; a única coisa que me incomoda, porém, é ter resetado, evidentemente, mas isso não abalou meu estado de espírito como um todo. Isso é bom ou ruim? Não sei. Um lado de mim diz que isso é estranho, que eu deveria estar frustrado; outro lado diz que isso pode ser um sinal de uma certa evolução ou equilíbrio. Continuo sem saber...

Mas acho que de certa forma, apesar dos resets, sinto de fato um certo equilíbrio emocional. Aproveito que estou fazendo uma psicanálise para dizer que estou bem estando solteiro; não sinto neurosis por estar solteiro, ou pelo menos não estou ocupando minha cabeza com pensamentos carentes ou similares; antes eu ficava pensando "meu deus, o que será que há de errado comigo?", today eu penso "tudo há seu tempo certo e no momento oportuno encontrarei uma parceira legal". Só que é, evidentemente, quase impossível eu encontrar alguém com essa rotina de prisão domiciliar em regime semi-aberto que só fica em casa e, quando muito, vai no parque com os cães e vai pra praça correr e fazer atividade física. Nesses casos não tem Eros nem Afrodite que resolvam, ou reza forte para Santo Antônio, ou qualquer outra superstição semelhante que é bem fofo para distrair o intelecto mas na prática não resolve nada.

Porém, apesar dessas coisas, sinto que a vida está simplesmente se escorrendo pelas minhas mãos, e eu não consigo ver isso concretamente, afinal é um desfacelamento que ocorre aos poucos, imperceptível realmente. E consequentemente não consigo abrir os olhos para observar realmente o que perdi, o que deixei de fazer, não consigo parar e identificar que algumas coisas de minha vida estão do jeito que estão justamente porque eu uso a PMO como um entorpecente para me dar um pouco de prazer que parece que me falta na vida real.

Às vezes vejo que algumas decisões que tomo poderiam ser tomadas com mais sabedoria se eu simplesmente não estivesse imerso nesse vício; sinto que poderia estar vivendo uma outra vida, às vezes em outro lugar, independente dos meus pais, mas como estou preso nesse vício, a zona de conforto acaba sendo a opção mais fácil a se escolher.

Diante da observação disso, agora sim, é verdade, me vem um certo medo. Medo de continuar tudo do mesmo jeito e não melhorar; medo de nada mudar.

No dia de meu aniversário, apesar de ser meu aniversário, foi um dia bom, ruim, e de aprendizados, tudo isso ao mesmo tempo. A PMO me isolou muito, e eu nem queria que umas visitas soubessem que era meu aniversário; saí do quarto, conversei um pouco com eles, mas a verdade é que o dia do meu aniversário foi um dia de agradecer e um dia de refletir. Refletir sobre a vida que estava levando.

Já citei várias vezes que os anos de 2017 e 2018 foram excepcionais na minha vida, primeiro pois estava limpo da PMO, depois porque havia tirado um período sabático e conheci muita gente e amigos. Depois que voltei para cá e a rotina foi voltando "à normalidade" que sempre foi, parece que as coisas foram se desandando. Voltou para o que era.

O dia do meu aniversário me fez perceber que, apesar de eu estar isolado e com pouco amigos para me parabenizar, eu estava grato pelo dom da vida e pela oportunidade de estar vivo, com meus pais vivos, com dois cães excepcionais e com uma vida para descobrir e desbravar... A curta solidão do dia tomou espaço rapidamente por uma solitude que me fez refletir as coisas, me fez pensar quem de fato esteve e está comigo, quem de fato apenas estava de passagem e quem de fato eu poderia contar de verdade, independentemente de ser quem é.

De um tempo para cá andei refletindo sobre as minhas amizades, e foi curioso depois eu ter visto que alguns famosos sentiam e relatavam praticamente a mesma coisa que eu estava pensando. Serviu para me consolar, é verdade, mas serviu também para perceber que não era apenas eu que pensava daquele jeito, e que talvez fosse útil sim continuar sendo sempre do jeito que eu fui, apenas com um pouco mais de maturidade para perceber que nem todo mundo que te sorri e te chama de "bro, brother, irmão ou mano" é realmente alguém com quem tu irás contar num momento de necessidade ou tristeza. Serviu também para perceber que, de fato, amigos de verdade são poucos, e nossas pedras preciosas estão no nosso núcleo familiar (ou pelo menos no núcleo que criarmos no futuro).

Continuo reiterando que o que disse no parágrafo anterior não é uma descrença na amizade, nem quero que isso seja uma mensagem de descrença em amizades nem para mim nem para quem por ventura leia o que eu escrevo. Mas talvez seja só a constatação de uma realidade. O que não significa que eu deva me fechar para o mundo. Não quero fazê-lo, não pretendo e não estimulo nem a mim nem a ninguém fazer algo semelhante. A vida é bela, o que move a vida são os bons relacionamentos construídos. É só preciso ter olhos abertos, maturidade, e percepção que nem todo mundo é de fato teu amigo; pode ser um colega, um ótimo colega aliás, mas um colega apenas.

Como saber se quem é amigo o é de verdade? O tempo e a vida encarregam-se de mostrar. E, para acalmar os incrédulos, eles me mostraram.

A quem interessar possa, Cícero, filósofo romano, tem um livro "Sobre a amizade". Não li mas recomendo, por ter ouvido boas avaliação sobre o ele.

Voltando.

Não percebo de fato o tanto de deixei de viver ou que poderia estar vivendo simplesmente por estar preso na PMO. Talvez já tivesse até passado num concurso se tivesse com a vida organizada, com a mente equilibrada, com uma rotina de estudos em dia, etc... Talvez tivesse com mais amigos, talvez tivesse viajado, com more money, talvez com uma parceira, talvez mais feliz, talvez mais pleno, talvez com mais vitalidade, alegria... Conjecturas, imaginações. Não sei, afinal são apenas conjecturas. O que existe é a realidade, e a realidade é que tudo isso que descrevi não é a minha realidade.

Identificar a realidade, porém, mais uma vez, é um dos primeiros caminhos para a mudança.

Quando eu resetei uma vez, eu decidi que eu iria ler o e-book, pesquisar por cursos, frequentar reuniões, para que pudesse então limpar minha mente. Escrever pode ser maravilhoso, mas tudo isso aqui escrito pode ser apenas palavras ao vento se não for seguido de ação.

Não adianta falar, tem que fazer.

Eu sempre escrevia muito, mas fazia pouco. Ideias borbulhando mas pouca ação. Por isso que optei um pouco para deixar as postagens longas em stand by e focar a atenção em buscar pela recuperação. Rimou!

Não faz mais de 4h que eu resetei. O que fazer? Tem que agir. Agir diferente, porém.

A vontade de viver está sempre viva, porém. E fico feliz por isso. Nutri-la é algo que quero fazer até o último suspiro, sempre que puder.

Talvez se tivesse um psicólogo teria resolvido esse vício? Talvez se eu tivesse mais dinheiro teria resolvido esse vício? Talvez se estivesse mais ocupado resolveria esse vício? Talvez se estivesse trabalhando teria resolvido o vício? Ou talvez eu estou apenas tentando encontrar a desculpa mais plausível que faça sentido e que tire de mim a responsabilidade que eu tenho de resolver isso em minha vida?

Por que ao fim e ao cabo, podemos estar cercados das melhores pessoas do planeta terra, melhores profissionais, melhores cursos, melhores tudo... Sem empenho e vontade de vencer, nada nem ninguém fará o trabalho que a mm cabe se feito.

Se ainda reseto, é porque não estou cuidando seriamente de minha recuperação. Cuidei bem por 24 dias, é verdade, mas depois deixei desandar.

É mesmo uma doença, uma doença séria. Vício em PMO não pode ser menosprezado. Encontrarei tempo para cuidar de mim.

Foi quase uma sessão de 1h. Gratuita, porém.

"Ça ira mieux demain".

Eaí, Clóvis.

Se eu cair 7.000.000 de vezes, 7.000.001 vezes me reerguerei, erguerei minha cabeza e continuarei buscando acertar.

Puede ser que ainda não tenha sido dessa vez, mas ela llegará.

Da misma forma que la felicidad não é eterna, também a tristeza não o é. Tudo passa e tudo está mudando.

Mais temprano ou mais tarde llegará el momento em que aprenderei e colocarei as rédeas da minha vida. Esse tal 'momento' não é obra do acaso ou de magia, é fruto de decisão tomada e orientada na direção da vida que quero viver. Pode parecer abstrato ou difícil de entender, mas a vida encarrega-se de nos mostrar.

Toda mudança é absolutamente palpável e possível, e aquelas coisas que por ventura são impossíveis de evitar - a saber, por exemplo, o passar dos anos, o envelhecimento, a morte... - que ressignifique-mo-las, afinal há coisas que fazem parte do ciclo natural da vida, e não há força do pensamento, oração ou desenvolvimento científico que seja capaz de alterar.

Peço a Díos sabiduria para conduzir minha vida.

Apesar de não controlar tudo, controlo uma porção significativa de coisas. Tenho somente que parar, analisar, investigar, identificar quais são aquelas coisas que controlo e, com paciência, fé e sabedoria, ir colocando aos poucos os tijolos necessários para construir aquilo que desejo.

É verdade que mais fácil é destruir uma casa que construí-la, mas o resultado final e empenho empregado é sempre muito mais satisfatório ao espírito.

Usando a terminologia cristã que cada vez mais me parece fazer sentido, viver pelos prazeres da carne nunca satisfará nossos anseios mais profundos. Sempre soube disso, ou ao menos sabia da exortação, mas preferi quebrar a cara e viver por mesmo para testar se esse tal de "viver pelo espírito" valeria mesmo a pena. Das conclusões que cheguei não é necessário nem dizê-las, afinal estou cada vez mais convicto que viver pelos prazeres carnais só nos deixará mais e mais insatisfeitos. Viver refém dos desejos e impulsos é viver igual a um animal irracional. Mas em algum momento eu preferi não dar ouvidos aos ensinamentos de Cristo e viver por mim mesmo...

Fomos feitos para amar, e a P é a materialização do contrário do que é o amor. Por isso estou aqui, sempre buscando limpar minha mente desse lixo, pois nunca preencherá os caminhos de minha alma e do meu ser.

Nunca fui perfeito, e sempre fui um ser errante, que cometia erros, mas lembro-me que minha vida era um pouco melhor quando vivia junto com uma prática espiritual. Vi isso claramente nos últimos 24 dias, o quão bom foi orar mais e conectar-se mais com Deus.

Uma outra coisa muito boa é ter um raciocínio claro, limpo e coeso. Sanidade mental e intelectual é sempre muito salutar.

Un abrazo no coraçao.

Veni, vedi, vinci.

S.P.Q.R.

Senatus Populusque Romanus.

17.11.2022, 09h12.

Muy buenas, Clóvis. Todo bien?

Só passando brevemente aqui para pôr luz às ideias.

Cara, preciso de foco e disciplina na minha rotina e vida. Estou lendo Filosofia, e algo que sempre quis fazer foi poder dedicar-me a leitura da Filosofia e tals, é muita sabedoria contida nos textos. Comecei tendo contato com alguns poucos livros estoicos, pois se há uma coisa positiva em alguns textos estoicos é que são curtos e enxarcados de profundos aprendizados, e foi aí que fui começando a ter gosto pela leitura de filosofia, sobretudo a estoica.

Estou ocupando as noites, antes de dormir, com o estudo do grego. De fato, ocupa muito minha mente e me instiga pacas.

Só que estou necessitando mudar um pouco de foco de leitura, creio. Ler ajuda sobremaneira a mente humana a se projetar na direção do que queremos ser, fazer, ter. A leitura é o alimento da mente; se nos alimentamos frequentemente com junk food, o corpo mais cedo ou mais tarde se desequilibrará, taxas de colesterol ruins subirão e de colesterol bom abaixarão, talvez aparecerão aftas e por aí vai... Semelhante à comida que damos ao corpo, que deve, preferencialmente, ser comida boa, saudável, que tem função no corpo, também a leitura alimenta a alma. Deve ser uma leitura boa, porém, de coisas que engrandeçam o espírito, coisas que possam dar sentido à existência humana, que faça evoluir o intelecto diante de coisas nobres, e a leitura da filosofia tem ocupado, ultimamente, esse espaço em minha mente. Por isso também que não quero parar, pois vejo o quanto ilumina meu intelecto, melhora meu vocabulário, aumenta meu senso crítico, expande meu conhecimento e, consequentemente, é tudo de bom.

Só que estou começando a colocar no radar das leituras livros sobre foco, disciplina e procrastinação, pois estou pecando nesses quesitos. Preciso de mais foco, mais disciplina, menos procrastinação, mais determinação, e a leitura pode me ajudar nesse quesito.

Às vezes fico pensando: e só a leitura ajuda? Não sei, mas a leitura me ajuda muito. Às vezes podem dizer: procure ajuda de um profissional! E acho sim válido fazê-lo, mas, novamente, a leitura, creio, é o que me ajuda sobremaneira.

Ler é o combustível da mente, a esperança é o combustível da alma, os alimentos são o combustível do corpo.

Tenho certeza de que na minha próxima Alfa Romeo que hipoteticamente eu venha a ter (sonhar é sempre bom! kk), eu vou querer colocar o melhor combustível possível, para que o carro possa render, possa ter desempenho e possa ter menos problemas. Por que não nos preocupar, então, com aquilo que há de mais precioso aqui na Terra, que sou eu mesmo? Ora, se na minha bike eu procuro pelo melhor lubrificante de corrente para que eu possa pedalar mais e mais sem desgastar o cassete e a corrente, para que eu possa ter uma troca de marcha precisa e suave, porque eu não me preocupo em nutrir minha mente, meu corpo e minha alma com a mesma excelência que eu busco ao cuidar de minha bike?

Pergunta a se meditar diariamente.

Vou buscar por foco e disciplina, organizar minha rotina e minha vida e perseguir isso.

Ah, me lembrei de algo que considerei muito importante que ouvi num podcast. Nossa existência humana precisa ser regada com muitas coisas, mas uma daquelas que é muito importante é o saber ouvir. Creio que todos os conflitos, desde familiares até políticos, começam por uma simples falta: não saber ouvir.

Uma paciente de Freud, que estava com depressão, foi entrevistada por um jornalista para saber dela se esse tal de Freud conseguia mesmo curar as doenças (ou, preferiria usar aqui, 'os desequilíbrios', por 'doença' ser uma palavra meio pesada) da mente ou era mais um charlatão; perguntou-lhe o jornalista em quanto tempo ela se curou de sua depressão, respondendo-lhe: "numa única sessão". Curou-se numa única sessão pois naquela única sessão ela pode ter aquilo que em sua casa não tinha, que era simplesmente poder ser ouvida por sua mãe, poder ser ouvida em seus desejos, vontades, medos, alegrias, e por aí vai...

Portanto, tenha certeza que uma excelente qualidade que as pessoas irão gostar é a qualidade de saber ouvir, desde que, é claro, não seja um monólogo. E sobretudo para mim, que tendo a ser mais analítico, ouvir é sempre uma característica que gosto de exercer, pois me permite conhecer o íntimo daquele ser que, não obstante igual, é tão diferente de mim em gosto, vontades, desejos, aspirações e por aí vai... Claro, não sou nenhum especialista da área, mas tendo a gostar de investigar sobre essas questões intrínsecas da alma.

Até a próxima, soldado.

Senatus Populusque Romanus.

Amigo vou tirar um tempo pra ler seu diário e te acompanhar a partir de agora.
Torcendo por você!

"Nicodemos veio a Jesus, à noite, e disse: ‘Mestre, sabemos que ensinas da parte de Deus, pois ninguém pode realizar os sinais miraculosos que estás fazendo, se Deus não estiver com ele’. Em resposta, Jesus declarou: ‘Ninguém pode ver o reino de Deus, se não nascer de novo” João 3.2

Nicodemos era um fariseu. Não num sentido pejorativo que às vezes empregamos a palavra - quando se quer dizer que alguém é hipócrita, por exemplo - mas no sentido da estratificação social; pertencia à classe dos fariseus, o que se subentende, consequentemente, que era um homem que diante dos demais possuía alguma autoridade. E Nicodemos era um homem com boa formação, um judeu abastado, e encontrar-se com Jesus de Nazaré - um tal de Jesus que contestava o status quo dos doutores da lei, chamava-os de sepulcros caiados, e inovava com suas interpretações sobre o adultério, sobre o perdão, sobre dar a outra face, sobre como orar, sobre como ajudar os mais necessitados, e um tal de Jesus de Nazaré que se dizia ser Filho de Deus! - para Nicodemos, seria como uma afronta às estruturas sociais vigentes na época.

Mas Nicodemos foi querer ter com Jesus, queria falar com Ele, queria conhecê-lo, pois Jesus não era apenas mais um entre a multidão; não era apenas mais um entre tantos profetas que já tinha aparecido muito antes d'Ele, e disse-lhe: "Mestre, sabemos que ensinas da parte de Deus, pois ninguém pode realizar os sinais miraculosos que estás fazendo se Deus não estiver com ele."

A história de Nicodemos, como tantas outras, e a do livro de Jó, são muito interessantes para se entender sobre a Fé.