Gardenzio - Sim, nós podemos.

Gardenzio escreveu:Ciao.

Só passando para um breve relato.

Ontem pensava: cara, de fato o consumo de P transformava-me em outra pessoa.

Com 14 dias consigo refletir um pouco sobre isso, mas em momento algum quero abaixar as rédeas.

De fato, um dos poucos aprendizados que estou tentando colher de minha vida até hoje é que para manter ou conquistar qualquer coisa na vida nos demandará esforço diário. Esforço diário. Por isso gosto da metáfora que Karnal dá sobre o esforço: é igual a banho e deve ser feito todo dia, senão fede; ontem tomei banho, ante-ontem idem, também hoje, e assim deve ser o esforço empregado em qualquer coisa.

Passei por 2 finais de semana. Ontem iniciei e terminei um mesmo livro que talvez se eu estivesse imerso em P eu nunca nem teria começado. Tenho voltado-me um pouco para assuntos que sempre quis me debruçar, só que a mente devastada pela P só me fazia buscar por prazeres artificiais e fugazes.

A minha recuperação, porém, é diária, renovada. É semelhante a cuidar de uma planta, é semelhante a sustentar um casamento: todo santo dia vamos fazendo escolhas e dirigindo nossa vida para renovar as escolhas que fizemos, do contrário o casamento morre. Com uma planta, diariamente temos que regá-la, do contrário ela também morrerá.

Eu antigamente pensava erroneamente que depois de 1 ano limpo eu não precisaria mais me esforçar com minha recuperação. Na verdade, eu acho mesmo é que eu não sabia o que esperar de mim depois de 1 ou 2 anos limpos. Não soube o que fazer quando passei de 360 dias limpo, e pensava que poderia simplesmente seguir uma vida como se nunca tivesse mais que me preocupar em me viciar em P, ou pensava que eu não me viciaria mais em P, ou pensei que eu poderia fazer certas coisas que na verdade eu não deveria... Naquele tempo, apesar de viver um período de vida excepcional, no que diz respeito ao vício em PMO eu não soube administrar bem minha fase de sobriedade.

Por isso que criar um ódio e uma raiva pela PMO e por tudo o que isso envolve foi uma maneira que eu estou começando a cogitar a adotar para que a PMO não seja nunca uma opção na minha vida, pois, sim, durante muito tempo eu usava a PMO como uma válvula de escape para as adversidades da vida: estava triste = PMO; estava com tédio = PMO; estava muito cansado = PMO; não estava dando conta das tarefas básicas do dia a dia = PMO; sentia-me sozinho = PMO. A PMO era o meu entorpecente.

Pois bem, a batalha continua. Sempre continuará. Estou muito feliz por estar com 14 dias, mas sei que é só começo de jornada. Não estou nem na metade e não estou contando vitória. Ainda há muito que ser percorrido. Não tenho qualquer garantia de que daqui a 3h eu permanecerei limpo, a menos que eu continue me vigiando e cuidando dos meus pensamentos, cuidando do que estou consumindo, cuidando dos hábitos que estou fazendo, e por aí vai...

Quando saio de casa tenho procurado - usando aqui uma terminologia religiosa, por ser uma expressão compreensível por muitos - santificar minha mente. Continuo achando mulheres bonitas, algumas atraentes, mas procurando enxergá-las menos como apenas um corpo mas mais como um ser humano, com medos, anseios, alegrias, frustrações.

Lembro-me agora de um trecho sábio que ouvi de Paulo Muzy que se esume basicamente nesta ideia: o verdadeiro desafio na vida do homem não é conquistar 2, 5, 10 ou 15 numa noitada de uma rave, mas conquistar a mesma mulher todos os dias.

A Pornografia mexe muito, muito mesmo com todo o nosso imaginário; sequestra tudo que há de bom em nós bombardeando imagens fantasiosas sobre relações sexuais compradas e pagas com cachês, e que termina por isso aí. Não há amor, não há troca, não há companheirismo, não há sentir o outro, mas apenas a busca do prazer individual...

E tudo isso produzido pela humanidade, e reforçado por indústrias bilionárias que se retroalimentam diuturnamente com mais e mais vídeos, com mais e mais investimentos, com mais e mais exploração de mulheres e homens... Por um dado é verdadeiro e este é que sexo vende, sempre vendeu e sempre venderá.

A nós cabe, apenas, a consciência do que nos faz bem e que nos faz mal, e buscar a liberdade de poder escolher o que é bom, pois não tenho qualquer esperança de que um dia comecem a querer proibir a distribuição de pornografia na sociedade; aqueles países que o fazem são os que têm os piores índices de liberdade religiosa/expressão e os mais conhecidos são teocracias islâmicas; e se por acaso algum dia houver sequer uma proposta objetivando proibir a pornografia, em menos de 1 minuto haverá um enorme caos social dizendo que se está implementando um cerceamento das liberdades individuais. Em período de pandemia já se foi dito isso, quando o óbvio ululante em todo o globo terrestre foi cessar com todo tipo de atividade social, imagine só com uma coisa que é "tão inofensiva" quanto um videozinho P...

Pois, como diz Santo Agostinho, o livre-arbítrio (ou simplesmente a liberdade) nos foi dado para que, tendo o conhecimento das coisas boas e das coisas ruins, possamos sempre escolher o que nos faz bem.

Apesar de ser verdadeiro que temos a liberdade para escolhermos praticar o mal contra nós mesmos (escolhendo, por exemplo, sei lá, consumir P), devemos optar sempre pelo bem, do contrário estaremos fazendo mau uso de nossa liberdade.

Acho que por hoje é isso.

A batalha continua. Peço a Deus para que eu continue fazendo a parte que cabe a mim ser feita para manter-me limpando minha mente: livros, cursos, Fórum, vídeos, etc...

"Enquanto houver vontade de lutar, há esperança de vencer" - Agostinho de Hipona, mais conhecido como Santo Agostinho

Alla prossima.

Gardenzio escreveu:Senhores. Paz e bem.

Suave na nave?

Então, Clóvis, passando aqui para escrever alguns apontamentos.

Estava refletindo um pouco sobre o quão nossa sociedade é sexualizada e coloca o sexo em primeiro lugar na escala de coisas que dão sentido à vida, como se S desse realmente plenitude e sentido à vida.

Veja, a vida pode ser dividida em diversas áreas: trabalho, amigos, estudos, família, lazer, espiritualidade, finanças, emocional, intelecto, e algumas outras. No coaching essas diversas áreas em conjunto são chamadas de roda da vida, e eu resumi para não adentrar em termos técnicos e me ater demais a precisões técnicas, afinal não estou escrevendo um paper científico. O intuito é só ilustrar.

Existem várias atividades que permeiam o que entendemos por viver: escutar música, sair com amigos, curtir uma viagem, jogar um futebol ao final de semana, surfar, dançar, ler bons livros, participar de seminários, cuidar da mente, frequentar um culto religioso, desenvolver algum projeto pessoal, desenvolver algum produto, conhecer novas pessoas, curtir um dia com o(a) parceiro(a). Enfim, diversas são as atividades que compreendem a vida, e dentre essas tantas, o relacionamento sexual com uma parceira está aqui incluído.

O S é algo muito bom, é algo especial, é algo que preenche uma das nossas necessidades humanas que é a necessidade de sermos amados por um outro alguém.

O S, porém, NÃO É o centro da vida, como a nossa sociedade quer incutir isso na nossa mente. E como a sociedade incute despercebidamente na nossa mente que o S é algo fundamental na vida? Por meio daquele tio do pavê que sempre pergunta sobre a namoradinha, por meio dos amigos que tiram onda da cara daquele que diz que não "comeu" ninguém, por meio de alguns familiares que querem iniciar seus familiares machos em casas para adultos, e por aí vai...

Eu tenho para mim que nossa sociedade está distorcendo sobremaneira o significado do sexo na vida humana, colocando o sexo como se fosse a coisa mais importante que, principalmente, um homem jovem ou adulto deveria fazer, quando na verdade existe um bilhão de outras coisas importantes a serem feitas e o S é apenas uma dela.

Não sei se é mais que óbvio o que estou a dizer, mas em momento nenhum estou dando a entender que S não deve ser feito, ou que S é ruim, ou qualquer coisa do gênero. Como já falei, S é muito bom, se você tiver a oportunidade de fazer faça, mas não é porque você não está fazendo que sua vida é uma bosta e não tem sentido. Esse é o ponto.

Bom, é muito legal ter com quem compartilhar uma vida, mas se ainda não chegou esse momento, pode-se muito bem aproveitar a vida do mesmo jeito.

Às vezes tendemos a acreditar falsamente que quando tivermos aquilo seremos felizes, quando terminarmos a faculdade seremos felizes, quando eu passar naquele concurso eu serei feliz, quando eu encontrar uma namorada eu serei feliz, quando minha empresa lucrar 200.000 por mês então eu serei feliz, quando eu comprar um apartamento em NY eu serei feliz, quando eu viajar para as Bahamas eu serei feliz, quando eu sair da casa dos meus pais eu serei feliz, quando eu concluir meu pós-doutorado em Sorbonne eu serei feliz, quando eu conversar com o último multibilionário do mundo então eu serei feliz, e todas essas crenças são falsas e não refletem a realidade. Pois apesar de ser verdade que muitas dessas coisas que listei acima podem refletir desejos e objetivos que, se conquistados, nos trarão satisfação e realização, elas por si só não nos darão a felicidade que tanto desejamos, pois se quisermos realmente ser felizes temos que encontrar sentido e satisfação nas coisas que já possuíamos, e não naquelas que um dia, por sorte, poderemos vir a possuir. E isso em nada desmente a verdade e o anseio que deve, creio eu, existir em nós de sempre querer crescer e evoluir.  

O sexo não é um segundo Deus ao qual devemos prestar culto. Existem inúmeras outras coisas às quais podemos concentrar nossas energias e poder crescer, evoluir, se desenvolver e continuar com nossa trajetória.

Acho que por hoje, é isso.

Gardenzio escreveu:29.10.2022, 11h15.

Com 19 dias brota, mais uma vez, o momento para eu renovar diariamente meu compromisso com o reboot.

19 é uma boa marca, que por vezes não estava conseguindo atingir nos meus reboots anteriores. É, assim, uma evolução que posso perceber.

No entanto, em momento nenhum posso me dar por satisfeito ou acreditar que já fiz a minha parte. Nos reboots anteriores, errei muito por acreditar que com 10 dias estaria já bem, ou que com 15 dias já estarei bem e não mais precisaria me policiar, ou que com 20 dias eu já estaria curado. Cometi esse erro e também cometi o erro de acreditar que, por eu já ter concluído um reboot de mais de 365 dias antes, bastariam uns 15 dias ou 1 mês para eu voltar ao normal e então não mais ficar fissurando por PMO. Sim, eu pensava isso e errei muito feio nesse quesito. Apenas digo à minha consciência e peço a Deus para que todos os erros cometidos no passado possam ser muito bem refrescados na minha memória para que, assim desejando, eu nunca volte a repeti-los.

Portanto, todo o santo dia que brotar na janela do meu quarto, eu necessito reafirmar o compromisso comigo mesmo de que eu buscarei a minha sobriedade e a minha recuperação. Isso necessita ser um novo pilar a ser construído em minha vida, do contrário eu sucumbirei ao vício.

Peço também a Deus, e busco reforçar à minha consciência, para que eu tenha muito clara em minha mente todos os momentos tristes, de aflição, de ansiedade, de frustração, de noites mal dormidas, de pensamentos de frustração comigo mesmo, de baixa autoestima, de desesperança, das vezes em que eu não dormia e madrugava buscando por P, das vezes em que a P era meu entorpecente para varrer para debaixo do tapete todas aquelas questões que afligiam minha mente, e para que cada vez mais eu possa sempre e sempre ir me afastando desse entorpecente maligno chamado pornografia.

Não tenho qualquer garantia de que daqui a 3 dias eu permanecerei limpo, mas a única garantia que eu tenho é que eu devo diariamente trabalhar na minha recuperação, e essa é a coisa mais importante em minha vida.

Agora eu entendi com a minha vida a razão desse ilustre Fórum e seu e-book adotarem a compreensão de que nunca poderemos dizer que estamos curados da PMO, porque realmente um reboot de 90, 120, 365, 730 dias, e por aí vai, não será capaz de nos impedir de nos viciar novamente. Pois a verdadeira atitude sábia e concreta que se deve adotar para com uma droga é nunca consumi-la, nunca estar perto dela, nunca procurar por ela, e a Pornografia é um exemplo sólido de uma droga que destrói com a vida de qualquer ser humano. E é também por isso que NÃO EXISTE e eu não acredito em "uso recreativo" de PMO, pois a tendência de qualquer droga é a escalada lenta e gradativa para conteúdos cada vez mais pesados, e que o que hoje pode se estar entendendo por "uso recreativo" (por não configurar um consumo diário), amanhã será a consolidação e enraizamento de um vício difícil de largar. E punto e basta.  

Peço apenas a Deus para que eu posso continuar caminhando e fazendo a parte que a mim cabe ser feita. A recuperação e o compromisso com o reboot é diário, semelhante a tomar banho: deve ser feito todo o santo dia.

Tem me feito muito, mas muito, mais bem a mim permanecer distante do IG do que ficar vendo stories ou coisas de amigos. De fato, como agora estou entendendo e percebendo em minha pele o quão tóxico para mim era acessar o IG e ficar vendo a vida alheia. Não raro eu pensava: "boh, mas que vida de m3rd@ eu vivo, hein..." e muito mais do que sentir-me bem, eu sentia-me mal.

Concentro-me, portanto, no instante de vida que tenho no presente momento. Se, porventura, algum dia eu retorne a acessar o IG, será para compartilhar coisas que engrandeçam minha
alma, e silenciarei mais de 70% do conteúdo (stories e post) de seguidores que possuo, deixando apenas aqueles essenciais. Estou percebendo mais e mais que bem maior a mim eu faço é estando distante do IG, não apenas porque assim eu sigo melhor com meu reboot, mas também por que consigo seguir com mais sanidade mental.

Até a próxima, senhores.

Eh noiz.

Gardenzio escreveu:29.10.2022, 11h15.

Com 19 dias brota, mais uma vez, o momento para eu renovar diariamente meu compromisso com o reboot.

19 é uma boa marca, que por vezes não estava conseguindo atingir nos meus reboots anteriores. É, assim, uma evolução que posso perceber.

No entanto, em momento nenhum posso me dar por satisfeito ou acreditar que já fiz a minha parte. Nos reboots anteriores, errei muito por acreditar que com 10 dias estaria já bem, ou que com 15 dias já estarei bem e não mais precisaria me policiar, ou que com 20 dias eu já estaria curado. Cometi esse erro e também cometi o erro de acreditar que, por eu já ter concluído um reboot de mais de 365 dias antes, bastariam uns 15 dias ou 1 mês para eu voltar ao normal e então não mais ficar fissurando por PMO. Sim, eu pensava isso e errei muito feio nesse quesito. Apenas digo à minha consciência e peço a Deus para que todos os erros cometidos no passado possam ser muito bem refrescados na minha memória para que, assim desejando, eu nunca volte a repeti-los.

Portanto, todo o santo dia que brotar na janela do meu quarto, eu necessito reafirmar o compromisso comigo mesmo de que eu buscarei a minha sobriedade e a minha recuperação. Isso necessita ser um novo pilar a ser construído em minha vida, do contrário eu sucumbirei ao vício.

Peço também a Deus, e busco reforçar à minha consciência, para que eu tenha muito clara em minha mente todos os momentos tristes, de aflição, de ansiedade, de frustração, de noites mal dormidas, de pensamentos de frustração comigo mesmo, de baixa autoestima, de desesperança, das vezes em que eu não dormia e madrugava buscando por P, das vezes em que a P era meu entorpecente para varrer para debaixo do tapete todas aquelas questões que afligiam minha mente, e para que cada vez mais eu possa sempre e sempre ir me afastando desse entorpecente maligno chamado pornografia.

Não tenho qualquer garantia de que daqui a 3 dias eu permanecerei limpo, mas a única garantia que eu tenho é que eu devo diariamente trabalhar na minha recuperação, e essa é a coisa mais importante em minha vida.

Agora eu entendi com a minha vida a razão desse ilustre Fórum e seu e-book adotarem a compreensão de que nunca poderemos dizer que estamos curados da PMO, porque realmente um reboot de 90, 120, 365, 730 dias, e por aí vai, não será capaz de nos impedir de nos viciar novamente. Pois a verdadeira atitude sábia e concreta que se deve adotar para com uma droga é nunca consumi-la, nunca estar perto dela, nunca procurar por ela, e a Pornografia é um exemplo sólido de uma droga que destrói com a vida de qualquer ser humano. E é também por isso que NÃO EXISTE e eu não acredito em "uso recreativo" de PMO, pois a tendência de qualquer droga é a escalada lenta e gradativa para conteúdos cada vez mais pesados, e que o que hoje pode se estar entendendo por "uso recreativo" (por não configurar um consumo diário), amanhã será a consolidação e enraizamento de um vício difícil de largar. E punto e basta.  

Peço apenas a Deus para que eu posso continuar caminhando e fazendo a parte que a mim cabe ser feita. A recuperação e o compromisso com o reboot é diário, semelhante a tomar banho: deve ser feito todo o santo dia.

Tem me feito muito, mas muito, mais bem a mim permanecer distante do IG do que ficar vendo stories ou coisas de amigos. De fato, como agora estou entendendo e percebendo em minha pele o quão tóxico para mim era acessar o IG e ficar vendo a vida alheia. Não raro eu pensava: "boh, mas que vida de m3rd@ eu vivo, hein..." e muito mais do que sentir-me bem, eu sentia-me mal.

Concentro-me, portanto, no instante de vida que tenho no presente momento. Se, porventura, algum dia eu retorne a acessar o IG, será para compartilhar coisas que engrandeçam minha
alma, e silenciarei mais de 70% do conteúdo (stories e post) de seguidores que possuo, deixando apenas aqueles essenciais. Estou percebendo mais e mais que bem maior a mim eu faço é estando distante do IG, não apenas porque assim eu sigo melhor com meu reboot, mas também por que consigo seguir com mais sanidade mental.

Até a próxima, senhores.

Eh noiz.