Dando continuidade à minha construção

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Dando continuidade à minha construção - Página 40 Empty Brodão da massa

18/4/2023, 23:18
Primeiro dia já foi de base. Hoje foi difícil, tava com MUITO sono, mesmo tendo tomado um energético de tarde, pois dormi muito pouco de ontem pra hoje, já vindo meio fodido do domingo, que também dormi mal. No trabalho também foi puxado, quase que eu tomo uma segunda xícara de café para dar conta. De tarde, uma vontade grande de voltar pra PMO bateu, como era esperado, já que eu estava com sono e no primeiro dia, mas eu tankei saporra kkkkk, consegui não dar o primeiro gole. Uma coisa a corrigir é evitar de botar tanto a mão lá embaixo, nem pra repousar. Hoje me forcei a ficar mais tempo também em posição ereta enquanto sentado, mas foi difícil, realmente o sono me fodeu bastante hoje.

Tirando estes detalhes, foi um dia bom, eu diria. Não consegui estudar e nem ir pra academia pela falta de energia, mas amanhã vamos com tudo. Inclusive, amanhã terei um encontro e possivelmente terá sexo, é uma menina q já saí com ela algumas vezes e tem sido uma experiência muito boa até então, conversei bastante com ela hoje também.

Além disto, tive minha consulta com minha psicóloga hoje e foi importante, pontuei com ela algumas questões sobre autoafirmação e problemas que eu tenho no convívio no trabalho.

Vou aproveitar o restinho do dia pra ler uns três diários que me pareçam interessantes e começar a interagir com vocês. Enquanto isto, comecei a me desacelerar aqui, tirei a luz azul da minha tela e substituí a música animada por um jazz com saxofone.

Abras!!

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Dando continuidade à minha construção - Página 40 Empty Indo de novo

22/4/2023, 20:56
Cá estou levantando novamente. Daqui a pouco vou nuns bares/boates. Recaí ontem às 18:00, após 4 dias de reboot. Diminuí um pouco a meta, um mês ainda tá difícil, vou focar em fazer uma semananinha sem. Hoje foi foda pra cacete, mas consegui não recair.

Mais uma vez o que me levou à queda ontem foram gatilhos relacionados a mulheres reais. Alguns gatilhos com mulheres que servem quase como P para mim (preciso ter melhor autocontrole com relação à minha própria imaginação nesses pontos e focar no sexo, principalmente) e também fiz uma ligação de vídeo pra uma, que terminou de me quebrar.

Isto prova que o reboot não é só sobre pornografia na internet ou gatilhos deste tipo especificamente. O reboot começa na mente. Bom, a boa notícia é que eu voltei pra academia e que estou animadão para voltar para o reboot ainda mais focado!

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Dando continuidade à minha construção - Página 40 Empty Re: Dando continuidade à minha construção

23/4/2023, 03:38
Passando aqui pra atualizar rapidão sobre como foi a saída.

Eu fui sozinho num bar que é meio boate também, lá tava tocando só sertanejo, estilo que eu acho em sua maioria muito chato kkkkk. Surgiu uma morena bem bacaninha que eu troquei olhares quando estávamos passando pelo mesmo corredor e depois eu a encontrei novamente. Resolvi sentar num lugar mais ou menos perto dela, em que eu ficava de frente pra ela e ela de lado.

Ela estava acompanhada de uma amiga e de um véio que devia ter mais de 55 anos, cujo qual dava para ver claramente que não era pai dela. Continuei trocando vários olhares com essa morena, enquanto isso ela tava dançando os sertanejos lá com a amiga dela e sendo vigiada em boa parte do tempo pelo véio. Tem uma regra que chama "regra dos 3 segundos" em que assim que você vê uma oportunidade, você aborda a mulher para não dar tempo de ficar pensando e acabar desistindo.

Como eu sou brocador nato, predador de perereca, o maior pegador do Brasil, já sabem né: demorei umas 2 horas para chegar na mulher kkkkkkkkkk. Eu tava muito constrangido de abordá-la do lado da amiga e mais ainda perto do véio, que deu pra ver que era bem territorialista quando um cara chegou perto e parecia que iria abordá-la, pois este véio correu pro lado da morena e ficou lá. Além disso, eu não sei dançar sertanejo ou forró e eu estava com a impressão de que se eu chegasse nela, acabaria sendo obrigado a dançar essas treta.

Depois que começou o funk eu comecei a ficar mais bicho solto, passei a dançar e dar mais sorrisos. Quando ela foi em direção ao banheiro, aproveitei que ela tava sozinha e troquei algumas palavras com ela. Segundo ela, o véio realmente tava meio de guarda-costas e ela parecia estar meio de saco cheio disso. Peguei o insta dela, ela entrou no banheiro e depois voltou pro lugar onde ela tava.

Fiquei satisfeito de ter tido coragem de falar com ela. Ainda estou me desenvolvendo nesse lado, ainda tenho muita dificuldade de abordar grupos e mulheres em situações que envolvam pessoas possivelmente problemáticas junto, mas realmente estou orgulhoso de ter conseguido ir sozinho, totalmente sóbrio e ainda ter conseguido falar com ela. Ela não respondeu a mensagem no insta, talvez tenha me adicionado só por educação, não sei. Depois olhando o insta dela com mais calma, desconfio que o cara, na verdade, era o sugar daddy dela e da amiga dela. Bom, se for esse o caso, ela não ficaria com ninguém mesmo.

Considero o dia de hoje uma baita vitória, não voltei pra PMO e ainda desenvolvi mais meu lado masculino. Outra coisa que andei refletindo é que não tem muito sentido ficar babando no corpo das mulheres, tipo, só tenderá a me deixar mais suscetível a quedas. Isto não quer dizer que eu não vá olhar nada, mas sim que estou pensando em parar de fazer tanto isso porque, sem querer, acabo colocando a mulher num ponto mais alto do que ela deveria e ainda acabo causando um estímulo que não vai gerar nada a não ser uma vontade de me masturbar.

Por hoje é só, abraços!

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23/4/2023, 17:19
Chegando aos dois dias.

Hoje foi um dia legal, troquei muita ideia com uma colega de trabalho. Eu sinto que estou meio, talvez, "tarado" sexualmente falando. Estou muito aberto a sair comendo todo mundo kkkkkk, de maneira indiscriminada, o que pode ser meio negativo, pois posso acabar saindo com algumas mulheres não muito interessantes e que não representariam muito um avanço de maneira geral, mas, sei lá, se tô com vontade, pelo menos são mulheres reais e não da pornografia.

Também dormi pouco de ontem para hoje, somente umas 5 horas, mas como dormi muito nos últimos dias, até que não pesou tanto, entretanto, já para amanhã, isto pode acabar sendo um problema. No mais, meu planejamento pro dia hoje é sair para dar uma caminhada de pelo menos uma hora, checar uma coisa da faculdade, mandar mensagem para uma cliente, pagar um trem e ver uma longa aula no youtube. Vamos ver o que é que sai hoje!

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26/4/2023, 17:43
E ai Broda.

Sobre essa questão de querer se relacionar com as pessoas. Pode ser postivio dependendo do objetivo. Ultimamente estava pensando. Se aproximamos apenas para tirar o beijo ou o sexo, só alimentamos ainda mais o vício e seus maleficios. Usar as pessoas apenas para o nosso próprio prazer, isso faz com que a gente perca a nossa humanidade(sei que pode soar como um papo certinho d+). Mas realmente perder a humanidade é um malefício real, é só parar pra observar. Mas isso tá vindo de um cara que está a muito tempo sem libido, faz tempo que não sei como é essa vontade. Uma coisa é ter esse pensamento quando você está "frio", agora quando o cara tá "quente" as coisas mudam né kkkkkk. Comecei a perceber que eu me fazia muita pressão pra me recuperar logo do vício, para recuperar o tempo perdido com as mulheres. E um pensamento que pra mim era inocente, na real era o que estava me atrapalhando. Pq justamente eu queria me recuperar parar poder me relacionar casualmente, tendo sexo etc. Mas esse pensamento só fazia a luxúria crescer em mim, e a minha humanidade ia cada vez mais se perdendo.

É claro que a ideia não é virar um monge, não paquerar. Não é isso. Mas parar de se aproximar apenas para tirar o sexo e o beijo. Como eu disse ali em cima. Essa ideia parace inocente, mas só faz a luxuria crescer em nós e consequentemente atrapalha a nossa recuperação. Pq de certa forma, queremos sair do vício e que ele se saia da gente também.

Acho que o caminho mais saudável é ter outros critérios além do quanto de prazer ela pode nos oferecer. Nós sempre usamos critérios sexuais para se aproximar das mulheres, não tem como fugir disso. Mas outros critérios como: personalidade agradável, inteligência, etc. Esses critérios podem fazer com que a gente deixe essa ideia de querer logo o sexo um pouco de lado, e que sexo vire algo não menos importante, mas sim secundário. O resultado disso é que a nossa atenção esteja em justamente em conhecer o outro ser humano que está ali, mas sem esconder nossas intenções para não virar amigo kkkk.
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30/4/2023, 22:11
Salve, Broda.

Como tem ido ?

Retorne com boas novas sobre o seu reboot

Abraço.

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Procura a satisfação de veres morrer os teus vícios antes de ti . - Sêneca
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Tiago M
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2/9/2023, 09:14
Sumiu, amigo? Não desista! Sabemos que não é fácil, mas a liberdade vale mais. Vamos lá!

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>> DIÁRIO <<
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Dando continuidade à minha construção - Página 40 Empty Duas semanas e um Broda

30/11/2023, 01:43
Ainda há alguém aí?

Talvez alguém lerá esse relato. Alguém especial. Talvez não. Veremos.

Fazia muito tempo que eu não chegava a 14 dias de reboot. Ter ficado esse período sem porn me fez observar o quanto eu estava e estou MUITO adoentado. Às vezes tenho a impressão de ter algum tipo de fixação, tipo um toc, pois fico muito obcecado com certos pensamentos e ideias.

Muita coisa ocorreu na minha vida recentemente. Conheci uma mulher incrível, me abri a um relacionamento com ela e isso me fez ter que lidar novamente com meus demônios, coisas que há muito tempo eu não tocava ou que sequer notava que estavam ocorrendo comigo.
Sempre fui um cara preocupado com estética, aparência e sempre me comparei com outros. Estar em um relacionamento me expõe a ter que lidar com pessoas que eram melhores do que eu para várias coisas, e a comparação me prejudica mentalmente, fico pensando onde sou falho, onde falta melhorar, onde fico devendo, enfim, se quer alguém pra autoaceitação, eu definitivamente não sou seu cara.

Ela não me atende em todos os quesitos, e eu não atendo ela em todos os dela. Natural. Sempre há desencontros. Entretanto, sinto que a porngrafia aumentou em milhões de vezes a importância em que eu dava para os desencontros, não só os dela com minhas obsessões, como os meus com meus próprios padrões, e estes são, de longe, os mais cruéis. Quanto mais olho para mim mesmo, mais noto falhas que talvez não possam ser corrigidas, pontos em que não há o que ser feito. Limitações inerentes, constitutivas do meu próprio ser.

Nunca aceitei bem minhas falhas. Sempre me cobrei para melhorar e tal, mas admito que nos últimos meses (talvez anos) fiquei acomodado. Entretanto, não era tão confortável quanto possa parecer. Estar em um relacionamento te deixa muito exposto, e fazia muito tempo que não me sentia assim. Frágil. Transparente.

Expus para ela diversas coisas que nunca havia contado para ninguém. Não que meu plano inicial envolvesse me expor todo, mas fui vendo que, caso guardasse para mim, em certo ponto me tornava incongruente com quem eu era. Os resultados de cada exposição que fazia de mim mesmo variaram bastante, alguns notadamente bons no começo, com grande aceitação por parte dela, alguns muito mais difíceis, com ambos se machucando em algum medida e tentando encontrar uma maneira de reencaixar a relação frente às novas revelações que fazíamos. Sinto que tanto ela, quanto eu, nos sentimos impelidos a sermos sinceros um com o outro. Por mais que guardemos por algum tempo, em certo momento aquilo vem à tona, e aí precisamos lidar com essas sombras um do outro.

Ainda há mais para ser revelado. Desta vez, não necessariamente sobre minha visão sobre ela, mas sobre mim mesmo. Ainda há mais coisa a ser dita. Depois disso, não sobrará mais nada. Terei exposto os meus pontos mais fracos, as piores partes de minha personalidade e de minha doença, aqueles pontos que me envergonho de contar para meu terapeuta ou até mesmo para vocês.

Aqueles pontos que eu sinto que, ao contar, me torno ridículo, porque muitas vezes é justamente aquilo que condeno no outro. É justamente aquilo que muitas vezes me faz olhar e pensar: nossa, que cara fraco. Que serzinho desprezível.

Entretanto, se há algo que me consola, é pensar que, talvez, somente talvez, o maior ato de hombridade seja ter a coragem de falar sobre as maiores falhas. Sobre os maiores desencontros. Sobre os maiores fracassos. Dizer sobre o quanto é pequeno, fraco, pouco. Assim como no clipe do 8 Mile na batalha final de MCs em que o Eminem enfrenta um inimigo contando sua própria história de fracassos, vergonhas e pontos fracos, para no final passar o microfone para o seu adversário e dizer: agora diga a eles algo que não saibam sobre mim. O adversário ficou mudo. Há poder e grandeza em reconhecer as próprias fraquezas. Não omiti-las. Não dar a elas aquele status especial de segredo de Estado, arquivo confidencial, secreto. Não, são só isso: pontos fracos. Normais em qualquer humano.

É em cima disso que vim trabalhando nos últimos dias. Vendo os pontos que doíam, e ir aprofundando neles. Entretanto, nos últimos dois dias, passei a sentir algo que há muito tempo não sentia, alguns apertos na região do peito, de maneira quase aleatória. Eu sei que o é isso, é uma velha conhecida minha: angústia. Precisei ver que não adianta ficar me chicoteando com meus problemas, ainda que veja possibilidades de crescimento nos momentos de dor. Entretanto, a dor por si só não transforma ninguém, mas sim o que você faz dela, e nisso comecei a adotar uma política diferente, afastando certas coisas que eu havia já pensado demais e notado que o pensamento estivesse obssessivo. Tem certas coisas que vencemos não dando a elas tanta importância, acredito eu, e é precisamente nisso que estou apostando agora, dar, em minha vida, a prioridade correta para cada uma das coisas.

Sexo ou questões relacionadas não podem ser uma prioridade, começamos por aí. Sexo é algo que se eu fosse fazer, seria por algumas poucas horas comparadas com o resto da minha semana. Não faz sentido dedicar todas minhas energias a qualquer coisa relacionada a isso.

Tornar-me perfeito também não pode ser uma prioridade. Primeiro porque é impossível, segundo porque é um empreendimento burro: temos que ser tão bons quanto nossa situação exige. Eu não estou disputando tudo com todo mundo, eu disputo pouquíssimas coisas, e preciso de atender poucas necessidades. Eu não preciso ser o homem mais rápido do mundo, eu só tenho que correr mais rápido que o coleguinha do lado que também está correndo do urso. Nesse sentido, noto o quanto estava vivendo no mundo da lua, pedindo de mim mesmo algo que não precisaria cumprir.

Estive me organizando nos últimos dias. Estou acordando um pouco mais cedo que o habitual, estou indo na academia todos os dias, tento dormir mais cedo(com alguma taxa de sucesso, mas longe do que gostaria), fui atrás das clientes que estavam me devendo e consegui chegar mais cedo no trabalho alguns dias, tentando resolver os atrasos. A ideia, no caso, é conseguir construir uma vida que não se pareça com uma vida de um viciado, um estilo de vida de alguém mais "normal", por assim dizer. Não dá pra ser o batman e combater o crime de noite, porque o crime a ser combatido acaba sendo eu mesmo kkkkkkkk

Devo voltar com minha antiga terapeuta, eu já havia contado algumas coisas bem toscas sobre mim mesmo para ela e que atualmente não me sinto confortável de contar para meu terapeuta, pois sinto que ele poderá me julgar. Além disso, sinto falta de ter sessões mais longas e com o atual é só 30min.

Enfim, muita coisa rolando internamente. Estou tentando fazer meu melhor e podemos dizer que só de ter chegado a esse ponto já houve bastante superação. Acho que não há resposta mágica, é fazer aquilo que eu sei que preciso fazer e continuar investindo na consistência.

Minha recuperação, espero eu, pode ser mais uma questão de tempo do que tudo. Talvez existam danos irreparáveis. Se for o caso, espero encontrar novos caminhos e outras formas de viver. Eu não vou desistir de mim mesmo, custe o que custar. Se eu precisar de me refazer mil vezes, que seja. Não quero mais ter apego a quem era ou a quem sou, como se estivesse cravado em pedra com sangue de criancinha kkkkkk, não, dá pra crescer muito e evoluir em múltiplos pontos.

Ah, e também não quero continuar sendo a eterna promessa. Com frequência alguém vira e me fala "ah, você será ótimo no futuro." Bacana ter potencial, mas um potencial que não se realiza é como um Brasil, em que as décadas passam e continua como o país do futuro.



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Dando continuidade à minha construção - Página 40 Empty Re: Dando continuidade à minha construção

1/12/2023, 01:10
Broda escreveu:
Ainda há alguém aí?

Talvez alguém lerá esse relato. Alguém especial. Talvez não. Veremos.

Fazia muito tempo que eu não chegava a 14 dias de reboot. Ter ficado esse período sem porn me fez observar o quanto eu estava e estou MUITO adoentado. Às vezes tenho a impressão de ter algum tipo de fixação, tipo um toc, pois fico muito obcecado com certos pensamentos e ideias.

Muita coisa ocorreu na minha vida recentemente. Conheci uma mulher incrível, me abri a um relacionamento com ela e isso me fez ter que lidar novamente com meus demônios, coisas que há muito tempo eu não tocava ou que sequer notava que estavam ocorrendo comigo.
Sempre fui um cara preocupado com estética, aparência e sempre me comparei com outros. Estar em um relacionamento me expõe a ter que lidar com pessoas que eram melhores do que eu para várias coisas, e a comparação me prejudica mentalmente, fico pensando onde sou falho, onde falta melhorar, onde fico devendo, enfim, se quer alguém pra autoaceitação, eu definitivamente não sou seu cara.

Ela não me atende em todos os quesitos, e eu não atendo ela em todos os dela. Natural. Sempre há desencontros. Entretanto, sinto que a porngrafia aumentou em milhões de vezes a importância em que eu dava para os desencontros, não só os dela com minhas obsessões, como os meus com meus próprios padrões, e estes são, de longe, os mais cruéis. Quanto mais olho para mim mesmo, mais noto falhas que talvez não possam ser corrigidas, pontos em que não há o que ser feito. Limitações inerentes, constitutivas do meu próprio ser.

Nunca aceitei bem minhas falhas. Sempre me cobrei para melhorar e tal, mas admito que nos últimos meses (talvez anos) fiquei acomodado. Entretanto, não era tão confortável quanto possa parecer. Estar em um relacionamento te deixa muito exposto, e fazia muito tempo que não me sentia assim. Frágil. Transparente.

Expus para ela diversas coisas que nunca havia contado para ninguém. Não que meu plano inicial envolvesse me expor todo, mas fui vendo que, caso guardasse para mim, em certo ponto me tornava incongruente com quem eu era. Os resultados de cada exposição que fazia de mim mesmo variaram bastante, alguns notadamente bons no começo, com grande aceitação por parte dela, alguns muito mais difíceis, com ambos se machucando em algum medida e tentando encontrar uma maneira de reencaixar a relação frente às novas revelações que fazíamos. Sinto que tanto ela, quanto eu, nos sentimos impelidos a sermos sinceros um com o outro. Por mais que guardemos por algum tempo, em certo momento aquilo vem à tona, e aí precisamos lidar com essas sombras um do outro.

Ainda há mais para ser revelado. Desta vez, não necessariamente sobre minha visão sobre ela, mas sobre mim mesmo. Ainda há mais coisa a ser dita. Depois disso, não sobrará mais nada. Terei exposto os meus pontos mais fracos, as piores partes de minha personalidade e de minha doença, aqueles pontos que me envergonho de contar para meu terapeuta ou até mesmo para vocês.

Aqueles pontos que eu sinto que, ao contar, me torno ridículo, porque muitas vezes é justamente aquilo que condeno no outro. É justamente aquilo que muitas vezes me faz olhar e pensar: nossa, que cara fraco. Que serzinho desprezível.

Entretanto, se há algo que me consola, é pensar que, talvez, somente talvez, o maior ato de hombridade seja ter a coragem de falar sobre as maiores falhas. Sobre os maiores desencontros. Sobre os maiores fracassos. Dizer sobre o quanto é pequeno, fraco, pouco. Assim como no clipe do 8 Mile na batalha final de MCs em que o Eminem enfrenta um inimigo contando sua própria história de fracassos, vergonhas e pontos fracos, para no final passar o microfone para o seu adversário e dizer: agora diga a eles algo que não saibam sobre mim. O adversário ficou mudo. Há poder e grandeza em reconhecer as próprias fraquezas. Não omiti-las. Não dar a elas aquele status especial de segredo de Estado, arquivo confidencial, secreto. Não, são só isso: pontos fracos. Normais em qualquer humano.

É em cima disso que vim trabalhando nos últimos dias. Vendo os pontos que doíam, e ir aprofundando neles. Entretanto, nos últimos dois dias, passei a sentir algo que há muito tempo não sentia, alguns apertos na região do peito, de maneira quase aleatória. Eu sei que o é isso, é uma velha conhecida minha: angústia. Precisei ver que não adianta ficar me chicoteando com meus problemas, ainda que veja possibilidades de crescimento nos momentos de dor. Entretanto, a dor por si só não transforma ninguém, mas sim o que você faz dela, e nisso comecei a adotar uma política diferente, afastando certas coisas que eu havia já pensado demais e notado que o pensamento estivesse obssessivo. Tem certas coisas que vencemos não dando a elas tanta importância, acredito eu, e é precisamente nisso que estou apostando agora, dar, em minha vida, a prioridade correta para cada uma das coisas.

Sexo ou questões relacionadas não podem ser uma prioridade, começamos por aí. Sexo é algo que se eu fosse fazer, seria por algumas poucas horas comparadas com o resto da minha semana. Não faz sentido dedicar todas minhas energias a qualquer coisa relacionada a isso.

Tornar-me perfeito também não pode ser uma prioridade. Primeiro porque é impossível, segundo porque é um empreendimento burro: temos que ser tão bons quanto nossa situação exige. Eu não estou disputando tudo com todo mundo, eu disputo pouquíssimas coisas, e preciso de atender poucas necessidades. Eu não preciso ser o homem mais rápido do mundo, eu só tenho que correr mais rápido que o coleguinha do lado que também está correndo do urso. Nesse sentido, noto o quanto estava vivendo no mundo da lua, pedindo de mim mesmo algo que não precisaria cumprir.

Estive me organizando nos últimos dias. Estou acordando um pouco mais cedo que o habitual, estou indo na academia todos os dias, tento dormir mais cedo(com alguma taxa de sucesso, mas longe do que gostaria), fui atrás das clientes que estavam me devendo e consegui chegar mais cedo no trabalho alguns dias, tentando resolver os atrasos. A ideia, no caso, é conseguir construir uma vida que não se pareça com uma vida de um viciado, um estilo de vida de alguém mais "normal", por assim dizer. Não dá pra ser o batman e combater o crime de noite, porque o crime a ser combatido acaba sendo eu mesmo kkkkkkkk

Devo voltar com minha antiga terapeuta, eu já havia contado algumas coisas bem toscas sobre mim mesmo para ela e que atualmente não me sinto confortável de contar para meu terapeuta, pois sinto que ele poderá me julgar. Além disso, sinto falta de ter sessões mais longas e com o atual é só 30min.

Enfim, muita coisa rolando internamente. Estou tentando fazer meu melhor e podemos dizer que só de ter chegado a esse ponto já houve bastante superação. Acho que não há resposta mágica, é fazer aquilo que eu sei que preciso fazer e continuar investindo na consistência.

Minha recuperação, espero eu, pode ser mais uma questão de tempo do que tudo. Talvez existam danos irreparáveis. Se for o caso, espero encontrar novos caminhos e outras formas de viver. Eu não vou desistir de mim mesmo, custe o que custar. Se eu precisar de me refazer mil vezes, que seja. Não quero mais ter apego a quem era ou a quem sou, como se estivesse cravado em pedra com sangue de criancinha kkkkkk, não, dá pra crescer muito e evoluir em múltiplos pontos.

Ah, e também não quero continuar sendo a eterna promessa. Com frequência alguém vira e me fala "ah, você será ótimo no futuro." Bacana ter potencial, mas um potencial que não se realiza é como um Brasil, em que as décadas passam e continua como o país do futuro.



Excelente relato.

O que posso te falar, por experiência própria, é que a base de tudo é a autoconfiança. Os "mais" bonitos tem uma autoconfiança elevada pq sempre ensinaram a eles que eles eram bonitos. Mas nós, que somos mais estranhos, temos mais dificuldade em entender isso. Mas quando entendemos, meu amigo, é avassalador. A autoconfiança deixa qualquer um bonito. E por isso que academia, se alimentar e beber água bem é fundamental. Porque além de te dar mais autoconfiança, consequentemente vai te ajudar com ansiedade e com melhoras em sua pele e em todo o resto. Te desejo muita sorte, abçs

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Dando continuidade à minha construção - Página 40 Empty Re: Dando continuidade à minha construção

2/12/2023, 01:40
Krawk escreveu:
Excelente relato.

O que posso te falar, por experiência própria, é que a base de tudo é a autoconfiança. Os "mais" bonitos tem uma autoconfiança elevada pq sempre ensinaram a eles que eles eram bonitos. Mas nós, que somos mais estranhos, temos mais dificuldade em entender isso. Mas quando entendemos, meu amigo, é avassalador. A autoconfiança deixa qualquer um bonito. E por isso que academia, se alimentar e beber água bem é fundamental. Porque além de te dar mais autoconfiança, consequentemente vai te ajudar com ansiedade e com melhoras em sua pele e em todo o resto. Te desejo muita sorte, abçs

Valeu mano!

Assim, ainda tenho problemas com essa questão da autoconfiança, principalmente em entender as bases dela. O que seria isso? Autoconfiança seria um sentimento? Seria um estado de espírito? Seria um modo de agir? Seria um mindset? Seria isso tudo?

Sei lá, pra mim não é muito claro ainda. Por que é que eu deveria estar confiante? Em quais situações? Em cima de quê eu deveria erguer essa construção? Vou fazer um relato sobre esse tema daqui a pouco. Obrigado por participar do meu diário!
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Dando continuidade à minha construção - Página 40 Empty Re: Dando continuidade à minha construção

2/12/2023, 12:01
Broda escreveu:

Valeu mano!

Assim, ainda tenho problemas com essa questão da autoconfiança, principalmente em entender as bases dela. O que seria isso? Autoconfiança seria um sentimento? Seria um estado de espírito? Seria um modo de agir? Seria um mindset? Seria isso tudo?

Sei lá, pra mim não é muito claro ainda. Por que é que eu deveria estar confiante? Em quais situações? Em cima de quê eu deveria erguer essa construção? Vou fazer um relato sobre esse tema daqui a pouco. Obrigado por participar do meu diário!

Excelentes perguntas, mano.

A autoconfiança é realmente complexa, e envolve tudo isso. Envolve você acreditar que você é capaz de lidar com desafios e superar obstáculos. É também um estado de espírito, porque quando você está confiante, você lida com as situações de uma maneira mais positiva. Você começa a agir de maneira decisiva, assumindo riscos calculados e enfrentando desafios sem ter medo do fracasso. Para ter uma autoconfiança sólida é essencial que você tenha um conjunto de crenças (mindset) que te faça vê isso.

Acreditar em si mesmo é crucial para alcançar suas metas. Ajuda a manter a resiliência. Melhora como você se relaciona com as outras pessoas, contribuindo para habilidades sociais. Ter uma base de autoconfiança sólida está ligado ao bem-estar emocional. Vai ajudar a reduzir a ansiedade e promover uma atitude mais positiva em relação a vida.

Para construir a autoconfiança você tem que ser autêntico, praticar autoconhecimento e ir a alcançando na prática. Identificar suas forças, estabelecer metas realistas, enfrentar desafios gradualmente e aprender com as experiências são passos importantes no desenvolvimento dela.

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Dando continuidade à minha construção - Página 40 Empty 52

5/1/2024, 16:05
Confusão

E aí!

É realmente incrível que eu esteja há tantos dias limpos, levando em consideração inúmeras dificuldades emocionais que vivi nos últimos tempos. Tendo em vista o período antes desse reboot, diria que até parece ser um milagre. A pornografia sempre surgia como um refúgio, uma maneira de descontar ansiedade, tensão, tristeza, enfim, era a válvula de escape. Por vezes era também acompanhada de episódios de compulsão alimentar. Até agora, não tive nenhum dos dois. Podemos dizer, inclusive, que eu nunca tive um reboot tão estável, quase não corri riscos e estive muito tranquilo sobre gatilhos ou coisa do tipo em quase a totalidade desses 52 dias.

Isso mostra, em primeiro lugar, que a pornografia ocupava um lugar de substituição do afeto em minha vida, antes de ser uma forma de lidar com emoções difíceis, era a maneira de substituir os sentimentos reais, os que surgem ao relacionar-se. Olhando pra trás, eu parecia um zumbi. Eu estava emocionalmente mais estável, mas morto. Por vezes, sentia-me como um robô, e me perguntava se existia algo de errado comigo. Minha atividade emocional era quase nula, e sempre que começava a surgir alguma coisa, lá ia eu de novo me drogar na PMO para voltar ao estado de dormência sentimental.

Agora, pareço um ser humano, completamente diferente. Eu sinto tudo na pele. Estar me relacionando de maneira mais profunda com uma pessoa está fazendo com que eu tenha que lidar com tudo aquilo que estava soterrado em mim. É tudo tão intenso, que em um único dia eu sinto confiança, auto estima elevada, insegurança e ansiedade. Eu acordo de um jeito, e por vezes vou dormir exatamente o oposto. Em um momento sinto alívio e felicidade, em outro sinto tensão e medo. Muito disso tem a ver com o momento que estamos vivendo no relacionamento, onde certas revelações mexeram conosco, mas, mesmo nos períodos de bonança, agora eu sinto TUDO. O sentimento é acessível o tempo todo, basta abrir o Whatsapp e iniciar uma nova conversa, ou visitar minha mente e meus pensamentos sobre o futuro.

A escolha que fiz, no final do ano passado, foi parar de fugir. Se houver sofrimento, ótimo, a gente não cresce na estabilidade completa. Crescer dói. E eu vejo que eu esteja crescendo, ainda que esteja sendo custoso. No fim, eu não vejo que eu queira estabilidade e um estado blazê eternos. Eu rumo em direção à sabedoria, ao desenvolvimento pessoal, a me tornar alguém melhor. Entretanto, é bem difícil também lidar com minhas emoções, e olha que eu trabalho justamente com isso, inclusive estou praticamente formado em psicologia. Parece que cada situação diferente exige uma solução diferente. Em certos momentos, é focar em mim. Em outros momentos, é falar com ela. Em outros, é falar com outras pessoas. Em outros, ainda mais estranhos, é não falar com ninguém, e talvez o escrever seja uma maneira de começar a me organizar, como estou fazendo agora, pois me sinto muito confuso.

Minha mente está ansiosa. Estou sendo testado em diferentes cenários difíceis e tudo é muito novo pra mim, pois nunca tive uma relação amorosa nem perto desse grau de profundidade. Na minha ansiedade, busco encontrar respostas o quanto antes e, quando encontro, me deparo com o medo de não saber se tudo que está sendo feito funcionará, porque eu não controlo tudo. Pode até ser que eu resolva algo e logo depois esbarre em outro problema, causado pela minha insistência em tentar resolver logo. Acordo de manhã sem saber o dia de amanhã, sem saber como ela está se sentindo com relação a mim após tanto estresse, penso em entrar em contato, mas vejo que o caso é ainda mais grave: nem sei como eu mesmo estou. Por vezes, bate uma desesperança, um pensamento catastrófico (ah, e eu sou ótimo em criar este tipo de cenário) de que não terá solução e de que tudo irá se diluir. Em outros momentos, parece haver jeito, parece que é uma crise, mas que ela irá passar, como uma grande onda, que em breve encontrará seu caminho na costa e o mar voltará a seguir seu ritmo normal, nunca completamente calmo, mas em um fluxo que nos mantem movimentando.

Eu vejo que eu queira ajudá-la, e pela primeira vez na vida vejo com extrema clareza uma coisa: eu estou tão disposto a ajudar, que estou esquecendo de olhar para mim e perceber que eu não esteja em condições plenas de prestar a ajuda. Não é um cenário comum, pois normalmente costumo ser mais autocentrado, mas estar em relação me fez virar uma chave. Vejo, inclusive, na minha necessidade de ajudar, a ansiedade e a necessidade de controle de tentar fazer tudo ficar bem logo, para que eu me sinta seguro. É como no Titanic, estamos segurando uma mesma tábua, mas eu preciso cuidar de mim primeiro, antes de conseguir prestar a ajuda para o outro, senão ambos irão afogar. E talvez, em certos aspectos, eu não consiga ser o suporte pra tudo que ela precisa. E, parando pra pensar agora, é verdade: eu não sou tudo que falta no outro.

É difícil admitir isso, porque significa que eu nunca estarei completamente seguro. Sempre haverão coisas fora do meu controle, e que possivelmente não resolverão com minha ajuda. Nem tudo depende de mim. E nem tudo é causado por mim. Em alguma medida, eu vou precisar ter paciência e confiar no outro. Mas não é um confiar desconfiando, é um confiar de verdade, porque, por vezes, não há outra solução. Eu quero oferecer a resposta, mas devo admitir estar perdido. E, talvez, esteja tudo bem estar perdido. Talvez não exista nada de errado em ter a paciência para ver os resultados de minhas construções. Em nosso relacionamento, costumamos dizer sobre o termo "aposta", mas acho que apostar não é bem o que fazemos. Aposta é simplesmente se deixar levar pela sorte, contando que alguma probabilidade vá bater aleatóriamente. Não é isso que fazemos. Nós estamos construindo um edifício e fortalecendo as bases, e estamos, conscientemente, fazendo uma escolha que faz sentido, estamos dizendo: "olha, fizemos nosso melhor, e agora é hora de ver como esse edifício se sairá frente aos terremotos que podem vir." Estamos permitindo que a vida bata forte, e confiando de que o que fizemos possa ser suficiente perante os abalos.

Ela vai buscar dar o jeito dela. Eu vou buscar dar meu jeito. E quando precisarmos, ambos daremos nosso jeito. A relação não é somente nós, é também eu e ela, separadamente, e eu preciso voltar a investir mais em mim, para que exista eu, para que eu possa fornecer ao "nós", e preciso permitir e confiar de que ela irá investir no que é dela e de que ela dará conta. Encontrei alguns limites, e estou aprendendo com eles. Às vezes, a resposta pra insegurança não é mais controle, é simplesmente deixar ser e aceitar estes limites.

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Meu diário I -> https://www.comoparar.com/t2081-virando-homem
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Dando continuidade à minha construção - Página 40 Empty Re: Dando continuidade à minha construção

5/1/2024, 16:45
Meu Brother! Parabéns pelos 52 dias limpos!

Não te conhecia, acho que é minha primeira vez lendo seu diário e esse seu post me fez relembrar algumas coisas:

"Quem dentre vós pode acrescentar 1 hora a suas vidas? Se não podem fazer algo tão simples, por que se preocupam com o resto?"

Vejo você muito inseguro sobre seu relacionamento e sobre suas atitudes. Lembre-se que uma companheira de verdade deve procurar entender do que julgar. Vocês são sim pessoas diferentes e devem aprender a se entender e trabalhar juntos.

Se essa insegurança e frustração vem das atitudes dela, tente repensar até onde esse relacionamento está te levando.

Lembre-se, não é sobre um relacionamento, é sobre sua vida.

Digo isso porque por 1 ano fui refém emocional em um relacionamento e sei o quão doi ser julgado e não entendido, se doar e não ser correspondido. Tinha muito medo de perder, e depois de finalmente terminar o relacionamento, senti paz.

Não estou incentivando término, só mostrando que as vezes quando estamos num relacionamento deixamos a razão de lado. Você nunca deve ignorar a sua razão e se questione até onde está fazendo bem.

Abraços e fica com Deus, caso eu esteja falando de algo que não sei, peço perdão, foi só o que compreendi com o pouco que vi.

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"Seja fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida."

Meu Diário: Projeto Nunca mais PMO!
Planilha de PMO - Igor, 2024.

[TRADUÇÃO] My Thoughts On Rebooting, by TheUnderdog.

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marco meliodas
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Dando continuidade à minha construção - Página 40 Empty Re: Dando continuidade à minha construção

29/1/2024, 08:51
Boa sorte
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