Virando Homem

Broda escreveu:                                                            39º DIA

Fala bros!
Havia parado de atualizar os tópicos durante esses dias simplesmente porque viajei neste fim de semana e fui para um sítio, domingo voltei e acabei vendo o Oscar até tarde (finalmente a porra do DiCaprio ganhou kkkkkkkk), ontem o K9 bloqueou o pc quando chegou as 01:00 da manhã (tática que eu arranjei para melhorar meus horários) e acabei não conseguindo atualizar direito. Vou postar hoje os dias 39 e 40, amanhã posto o 41, 42 e de noite o 43.

Foi um sábado, dia em que fui a um sítio e cheguei a duas conclusões. Eu fui o único cara que não bebeu por algumas questões diversas e tava tomando mundo enchendo a cara de vodka, cerva e pinga. Dois primos meus chegaram a vomitar e eu fiquei lá, de boas, sóbrio. Resultado? Acabei meio que sobrando. É muito foda estar um ambiente em que tá todo mundo bebendo e vc tá lá, impávido colosso, porque vc acaba não conseguindo acompanhar as outras pessoas, não tá na mesma vibe, portanto a primeira conclusão que eu cheguei é que é relativamente recomendável beber para conseguir interagir melhor nesse tipo de situação, não que seja muito necessário, mas se você for meio travado, ajuda bastante. Claro, não precisa encher a cara, mas ficar um pouco tontinho tô achando válido, ainda mais que a galera começou a dançar depois, pqp, aí que eu sobrei com força mesmo.

2ª conclusão que eu cheguei é que malhar vale muito a pena. Eu tava observando a barriga dos caras que estavam lá próximos da piscina, que coisa feia kkkkkk. Só aquelas barrigas definidas em formato de bola, parecia que vários deles estavam grávidos, e o pior de tudo é que todos tinham mais ou menos uns 25 anos. Ter um pouco de barriga eu até acho aceitável, mas deixar chegar ao nível de alguns deles ali costuma ser sinal de desleixo completo. Bom, a questão não é essa, a questão é que realmente se você tiver um tanque na sua barriga, não tem como você não se destacar, mesmo entre os caras mais novos. Ver aqueles gordinhos salientes me deu uma vontade de voltar a fazer os meus abdominais e minha corridinha, e é isso que eu andei fazendo. Ter um corpo relativamente rabiscado faz uma diferença tremenda levando em consideração essa média de pessoas obesas.

Broda escreveu:48º DIA

Nesse dia acabei discutindo um assunto com meu pai. Antigamente, eu acreditava em tudo que a mídia falava, repetia os comentários feitos pelos analistas e me achava muito informado. Hoje em dia, depois de descobrir bastante coisa, acabei desacreditando em boa parte das coisas em que eu tinha convicção de que eram certas antigamente. Esse não é o caso do meu pai.

Ele vê jornal todo dia, e TODAS as opiniões dele são iguaizinhas às veiculadas pelos jornais. Daí fui tratar de um assunto mais polêmico com ele, cujo qual eu estudei um bocado, e minha opinião ia na direção oposta à da mídia. Até aí tudo bem, duas pessoas tentando discutir de forma civilizada, ok. Porém, eu comecei a rebater todos os argumentos que ele tinha, cujos quais eu mesmo acreditava anteriormente e descobri que estavam errados, e vi que ele começou a falar que eu tava inventando dados e etc. Não queria admitir nem fudendo que poderia estar errado.

Eu sei que ninguém gosta de falar que está errado, mas falar que vai procurar saber sobre as informações que estão sendo repassadas é o mínimo que se espera de uma pessoa instruída, mas não, ele me falou o seguinte: "eu não faço questão de pesquisar nada, porque tenho preguiça. Eu não gosto de ouvir o outro lado, pois se eu vejo uma questão de um lado, e acho coerente, eu sei que não preciso mais ver o que as pessoas que tem opinião contrária falam". Conclusão? Meu pai é um brasileiro médio mesmo. Lembro-me de um cara que falou uma vez que a coisa que brasileiro mais gosta de fazer é dar opinião sobre o que não entende e sobre o que não pesquisou porra alguma, e infelizmente vejo que ele falava a verdade.

É impressionante o número de pessoas que gostam de dar opinião sobre tudo sem nem se dar ao trabalho de saber o mais basicão, que seria dar uma consultada rápida na wikipédia (que não prepara ninguém também, mas nem isso as pessoas fazem). Ouvem uma pessoa qualquer dando uma opinião e saem repetindo igual papagaio. Quando notei que eu tinha essa mesma merda de mania, resolvi ir na direção oposta: eu só debato assuntos cujos quais estou devidamente qualificado para falar sobre. Cansei de ser só mais um ignorante falando asneira. Se for para eu discutir algum assunto, será somente em alto nível, e com alguém que seja possível haver uma troca de ideias, de vez de eu passar minhas ideias e sair perdendo por não receber nada que presta em troca.

O pior de tudo é que o burro sou eu. Já sabia faz um tempo que devemos evitar discussões, isso está no "Como fazer amigos e influenciar pessoas". Mas eu, burro que dói, leio o livro e continuo cometendo o mesmo erro. Evitem discutir, e se forem discutir, só discutam com pessoas mente aberta e sobre assuntos que vocês dominam completamente, para evitar serem "apenas mais um".
Até hoje me lembro do exemplo do próprio Dale Carnegie (autor do “Como fazer amigos...”), onde ele fala que uma vez um cara estava discutindo com ele sobre a origem de uma determinada frase. O cara dizia que a frase vinha da Bíblia, e Dale falava que vinha de outra fonte e sabia que estava certo. Depois de bater um pouco de boca, chamou um amigo dele para acabar de vez com a dúvida, e o seu amigo deu razão para o cara.

Irritado, Dale pergunta sobre o porquê de ele ter falado que o cara estava certo, pois ele sabia que a frase não vinha da Bíblia. O amigo disse que resolveu dar a razão ao cara simplesmente porque Dale estava sendo extremamente desagradável, logo ele que era um cara muito sensato. Nesse dia, Dale aprendeu uma lição importante sobre discussões, e parou de ficar batendo boca com as pessoas ao redor. Acabou virando referência em comunicação.

Blpr escreveu:
Eu nunca gostei de beber por causa disso. Primeiro, por causa de estética. Nunca me gostei de ver no espelho, gordo. Já fui gordo uma época e me senti muito ruim por dentro.Segundo, porque nunca gostei de bebidas. Esta sua perceção é ótima. Para mim, este lance de "beber para se socializar" é errado. O correto é beber para se "soltar". Mas é relativo. Porque beber para fazer isso é usar de um meio estimulante para se adaptar a um ambiente. Use seus "poderes internos" para se soltar. Assim, a gente se diferencia e se destaca mais.

Aproveite que é jovem ainda é mantenha uma saúde de ferro. A tendência atual é as pessoas ficarem mais ansiosas e com mais vontade de liberar seus impulsos nas bebidas e comidas. Aí quem está com um bom físico, que se revela no corpo e na saúde,  se distaca. Pode despertar aquela inveja inconsciente nos que não tem os mesmos cuidados físicos e até motivar as pessoas a promoverem boa saúde e disposição física.

Toguro escreveu:Ter razão nem sempre é importante. Isso é uma verdade que aprendi a duras penas. Tirar os outros do mar de ignorância não vai te trazer nenhum benefício real, só desgaste. Então, deixe-os lá, quietinhos e felizes na sua ignorância.

Blpr escreveu:Sobre o lance da comunicação, a coisa mais natural não é a necessidade de compartilhar ideias. As pessoas gostam de falar, simplesmente falar e porque não aguentam ficar muito tempo caladas. Se você observar as conversas da maioria você percebe muita preocupação em falar do que comunicar ideias. O conteúdo não importam muito. Por isso, as discussões desembestadas.

Geralmente os mais velhos apresentam bons argumentos quando usam experiências de vida. Isso detona quase 90% de nossa argumentação baseada em idéias nos livros. Às vezes, conversando com meu pai, ele faz isso. Outra coisa que meu pai faz é interromper a minha vez de falar quando começo a demonstrar ótimos argumentos. Isso é retórica mas funciona. Quando a pessoa não apresenta bons argumentos, ela destrói por outras vias. Isso dá uma raiva. Rsrsrses.

Aristóteles afirmou que a boa discussão é aquela dialética de duas pessoas que entendem o tema que seja profundamente discutido. Fora isso, era sofistica ou bate boca.

Abdon escreveu:Oi Broda, tudo bem?

A sua história é muito interessante. Eu, na sua idade, estava inerte diante desse vício que mudou, negativamente, toda a minha vida.
Meus parabéns pela sua marca, estarei torcendo por você. Um abraço!

Broda escreveu:41º DIA

Nesse dia eu estava de boas na facul e estava trocando ideia com uma menina que eu estava meio afim e um cara da minha sala. Uma coisa que o reboot faz é você parar de ver as mulheres como simples objetos sexuais e assim você começa a vê-las como pessoas normais, nada mais nada menos que isso.

E isso já está começando a mostrar seus frutos. Caralho bros, conversando com ela notei o quanto que eu ignorava todas as bobagens que ela falava antigamente, simplesmente porque estava mais interessado no corpo dela e em meter do que nas ideias que ela expressava.

O nível de futilidade dos dois me impressionou nesse dia. Estava ouvindo a conversa deles, e ela girava em torno de sapatos, festinha de fim de semana e um reality show da MTV. Na hora que eles falaram desse programa eu não acreditei no que estava ouvindo. Eles realmente acompanham essa merda e não tem vergonha nenhuma disso. Não notam que é uma perda de tempo e uma futilidade absurda. O programa aparentemente se baseia em pessoas que entram em uma casa (estilo BBB) e lá eles tem que achar seu par perfeito, e nisso eles vão ficando com várias outras pessoas até conseguirem ficar com a pessoa certa e rola a maior putaria. O pior é que esses dois ficaram falando sobre esse show e a menina ficou falando sobre um cara que ela achava bonito lá.

Daí fiquei pensando comigo mesmo: um dia talvez eu vá acabar me isolando. Será que vale tanto a pena mesmo continuar estudando assuntos sérios e me tornando um cara mais sábio a cada dia? A pergunta parece meio estúpida, mas eu sei que tem gente que depois de estudar muita coisa e se dedicar a assuntos mais elevados acaba ficando sem quem conversar, e por fim acabam isoladas completamente. É possível verificar isso em Machado de Assis, que vivia em um ambiente de pessoas fúteis e sem conteúdo. Quase todos personagens de Machado são a encarnação da pobreza de alma, e seus textos giravam em torno de críticas ao ambiente de pobreza espiritual e intelectual em que vivia.

Faz um tempo já que tô planejando estudar os primórdios da filosofia, passando por Aristóteles, Platão e indo em diante, mas vejo que isso por um lado irá me afastar cada vez mais do "povão". Ainda tenho alguns assuntos em comum com o resto das pessoas que vivem na média que me permitem algum tipo de conversa, mas já estou tendo que selecionar cada vez mais o meu círculo de amigos. Já não é qualquer um que eu consigo criar amizade, e eu acho isso muito chato. Conversando com o pessoal da faculdade é quase impossível ter uma conversa sobre um assunto mais sério com eles como política, religião, ciência e etc. Os assuntos deles normalmente são: festinhas em que beberam absurdos, música sertaneja universitária, "tá tranquilo, tá favorável", pessoas que pegaram no passado, falar mal de professor e esse tipo de coisa pequena, e infelizmente eu não tenho quase nada a acrescentar a esse tipo de assunto. Espero não acabar isolado.

Tenho planos de me tornar um intelectual, e com certeza pagarei um preço por isso.

Cara hoje eu tive um sonho que eu nunca tive na minha vida, sonhei que uma égua , isso mesmo um animal se insinuava pra mim, tipo no cio, e eu me relacionava com o bicho. ARGH

John Galt escreveu:
Desde que comecei a ler seus relatos notei quem temos gostos e pensamentos semelhantes.
O que acabou de dizer sintetizou tudo que venho pensando a um tempo, sobre os famosos "average guy/people", como se eles fossem 'ovelhas'.
Eu tava ficando paranóico já e resolvi " dar uma folga ", se encaixar. Não da muito certo, é como se vc já tivesse visto " por detrás das cortinas " (basicamente o mito da caverna de Platão).
Vi que vc entrou nessa de self-development então recomendaria uns ótimos e instigantes livros: A Nascente e A Revolta de Atlas de Ayn Rand, provavelmente VC já leu mas fica a dica.
Abraços

Stinson escreveu:
As vezes também acordo achando tudo uma droga, até tenho motivos como por exemplo: Minha rua é suja, feia, fede e é perigosa, acordar cedo, minha escola é longe pakas, quando passo o final de semana fazendo trabalhos, e outros que não vai dar pra citar aqui por causa do horário.

Mas quando percebo que estava vendo apenas o copo "meio vazio", ou seja nos vemos apenas o que queremos ver, então procuro ver o lado bom das coisas sempre: minha rua é suja, é feia e fede mas eu não, e isso é o que importa, minha escola é longe mas eu gosto do curso técnico que estou fazendo, quando eu passo o final de semana ocupado eu penso que no final vou está curtindo enquanto os outros se matam de estudar para as provas hehe...

Teu diário é Top Bro !! Não deixe de atualiza-lo hein. Tmj

Broda escreveu:43º DIA

Hoje foi um dia regular, nada de muito especial, tirando algumas olhadelas que estou notando que as mulheres estão me dando.

Uma coisa irritante é a questão das imagens pornográficas não saírem da nossa cabeça de viciado. Hoje mesmo me lembrava com perfeição de um vídeo de P que eu assistia no YouTube e essa bosta provavelmente me assolará até o fim, portanto tudo que me sobra é conviver com isso, sem choro.

Vi um filme nesse final de semana que se chama Uma Mente Brilhante. John Nash é um gênio que sofre de esquizofrenia e tinham 3 pessoas que ele via o tempo todo mas que eram fruto de sua imaginação. Ele acabou indo internado, e foi obrigado a tomar remédios para controlar essa questão, porém esses remédios faziam com que ele perdesse boa parte das suas habilidades cognitivas.

Como ele queria continuar trabalhando com coisas que envolviam inteligência e raciocínio lógico, decidiu não tomar os remédios e as alucinações continuaram assombrando a sua vida. Depois de muito sofrimento, decidiu encarar as pessoas imaginárias da melhor forma possível: passou a ignorar a presença delas. No começo as pessoas ficavam insistindo para que ele falasse com elas, gritavam com ele, chamavam a atenção e etc. No começo ele até respondia, mas um belo dia ele resolveu ignorar todas elas, e só quando ele tomou essa atitude sua vida começou a ir pra frente.

As ilusões continuavam lá enchendo o saco, até o final de sua vida, mas ele aprendeu a não dar atenção a nenhuma a elas, e elas perderam todo o poder que tinham sobre ele. Impossível ver esse filme e não fazer uma ligação com nosso vício, onde temos várias imagens que nos acompanharão pela vida toda, mas somente aqueles que dão atenção a essas ilusões não progridem. A PMO seria o remédio de esquizofrênico, que faz com que as imagens sumam da sua cabeça por um tempo e enfraquece as fantasias, mas a cada vez que você recorre a esse "remédio", sua capacidade de superar o problema é prejudicada, ele sempre continuará te correndo e te afastando da verdadeira cura, que está dentro de você mesmo.

Blpr escreveu:Cara, de vez em quando do nada surge a lembrança de um filme. Para o cérebro formar memória, deve haver uma carga emocional. A carga emocional é que fixa as imagens. Então quando a gente fantasiamos é inevitável surgir cenas. É uma fonte de prazer que marcou a memória. Aí é coisa que constantemente devemos lidar. Você já passou por essa fase e segura firme.

Sucessos!

SeuMadruga escreveu:Parabéns, continua firme. A coisa mais importante é ignorar alguns gatilhos. O principal objetivo é fugir das tentações que aí fica mais fácil. O difícil mesmo é qnd entra no modo caçador. Qnt às lembranças, elas fazem parte, mas acredito que um dia elas acabam. E são um sinal de abstinência do vício, portanto não são tão ruins. É só ignorá-las mesmo.  
Boa sorte no reboot!

Toguro escreveu:Ultimamente, essas imagens estão vindo na minha cabeça também. Resolvi ouvir o Burk, sair da zona de conforto e começar a abordar as mulheres. Hoje mesmo, comprei uns perfumes para mudar um pouco o cheiro.

Broda escreveu:

Toguro escreveu:Ultimamente, essas imagens estão vindo na minha cabeça também. Resolvi ouvir o Burk, sair da zona de conforto e começar a abordar as mulheres. Hoje mesmo, comprei uns perfumes para mudar um pouco o cheiro.

É uma boa ideia. Tô precisando abordar mulheres também, evito usar perfume pq sou alérgico, mas ajuda um bocado.

Abraços!